Economia portuguesa atinge recorde de financiamento externo em 10 anos
No final do segundo trimestre, a economia nacional financiou o exterior em 2,9% do PIB. Trata-se da maior capacidade de financiamento da economia nacional ao exterior desde o início de 2014.
A economia portuguesa consolidou a sua posição de financiador externo no segundo trimestre de 2024, atingindo um marco significativo ao financiar o exterior em 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB).
Este valor, que traduz a ideia de que a economia está a emprestar mais dinheiro ao exterior do que a pedir emprestado, traduz-se na maior capacidade de financiamento da economia nacional registada desde o início de 2014, segundo os dados divulgados pelo Banco de Portugal esta quinta-feira.
Segundo os dados da entidade liderada por Mário Centeno, as famílias foram o “setor” com maior capacidade de financiamento, registando um saldo positivo de 3,4% do PIB no final do segundo trimestre e as empresas não financeiras “o único setor residente a apresentar necessidade de financiamento (3,6% do PIB)”, destaca o comunicado do Banco de Portugal.
O setor financeiro e as administrações públicas também apresentaram saldos positivos, contribuindo com 2% e 1,2% do PIB, respetivamente, para a capacidade de financiamento da economia.
Segundo o Banco de Portugal, o setor financeiro desempenhou um papel crucial no alcance deste recorde da capacidade de financiamento de Portugal no exterior, “financiando o resto do mundo em 3,4% do PIB, devido, sobretudo, à redução das responsabilidades em numerário e depósitos perante o exterior (de 2,6% do PIB).”
Internamente, os dados do Banco de Portugal destacam também que o setor financeiro financiou as administrações públicas e as empresas não financeiras em 1% e 0,7% do PIB, respetivamente.
Os dados mostram ainda que o financiamento às administrações públicas foi marcado pela redução das responsabilidades em numerário e depósitos (3,9% do PIB), parcialmente compensada pelo desinvestimento em títulos de dívida pública portuguesa (2,8% do PIB), e que revelam uma mudança na relação entre particulares e administrações públicas.
Segundo o Banco de Portugal, até ao segundo trimestre deste ano, as famílias desinvestiram em Certificados de Aforro, “pelo que se inverteu a relação de financiamento entre este setor e as administrações públicas.”
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