Exclusivo Venda da TAP desperta interesse no Médio Oriente e Ásia

Governo está a auscultar o mercado, tendo recebido manifestações de interesse de companhias aéreas e fundos de investimento do Médio Oriente e Ásia.

A privatização da TAP está a atrair o interesse de companhias aéreas e fundos de investimento do Médio Oriente e Ásia, apurou o ECO junto de fonte conhecedora do processo. Entidades participaram na auscultação feita pelo Governo.

O secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Espírito Santo, afirmou numa entrevista ao jornal “Faro de Vigo”, publicada a semana passada, que há “muito interesse” na venda do capital da companhia de bandeira portuguesa, “não só da Europa, também fora dela”.

Esse interesse vem de duas geografias: Médio Oriente e Ásia. E não só de empresas do setor da aviação, mas também de fundos de investimento. Aliás, mesmo na Europa há investidores puramente financeiros que também mostraram, recentemente, interesse na operação de venda da TAP, apurou o ECO.

Isto além dos três grandes grupos que reiteradamente têm assumido a vontade em conhecer os termos da privatização — IAG, Air France – KLM e Luftahnsa — deixando elogios à TAP, em particular às rotas da Europa para o Brasil, em que a transportadora portuguesa é líder.

O Governo está a terminar uma auscultação ao mercado, como explicou a semana passada o primeiro-ministro em entrevista à SIC, com o intuito de “saber o que os players de mercado têm como objetivo”, reafirmando que “há muitas empresas interessadas”.

A auscultação influenciará o capital da companhia aérea que será vendido. O Corriere della Sera noticiou no início de setembro que a Lufthansa tinha na mira 19,9% do capital, percentagem que facilitaria uma aprovação do negócio pelos reguladores, nomeadamente da União Europeia.

A vontade de Luís Montenegro continua a ser privatizar a totalidade do capital. “O ideal é atingir uma privatização total da TAP, desde que asseguremos as rotas estratégicas e o hub em Lisboa. Se não acontecer prefiro manter situação como está”, afirmou Luís Montenegro há uma semana. Um propósito difícil de concretizar, tendo em conta que o PS e o Chega estão contra a alienação da maioria do capital e um futuro decreto-lei poderá ser chamado para apreciação ao Parlamento.

O ideal é atingir uma privatização total da TAP, desde que asseguremos as rotas estratégicas e o hub em Lisboa. Se não acontecer prefiro manter situação como está.

Luís Montenegro

Primeiro-ministro

O Governo optou por deixar a privatização da TAP para depois do Orçamento do Estado para 2025. Hugo Espírito Santo afirmou na entrevista ao jornal galego que “o objetivo continua a ser ter a definição do modelo da privatização no que toca a condições, restrições e objetivos do Estado” ainda este ano. “Até ao fim de dezembro ter esse modelo definido para que possa ser aprovado e começar”, afirmou. O secretário de Estado das Infraestruturas manifestou ainda a vontade de ver o processo concluído até ao final do primeiro semestre de 2025, para depois tomar uma decisão.

O último membro do Governo a pronunciar-se sobre a privatização foi o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, que durante a apresentação do Orçamento do Estado afirmou que o Executivo pretende “acelerar” a operação sem, no entanto, avançar datas.

No final de setembro fez um ano que o anterior Executivo aprovou o decreto-lei para a privatização de entre 51% e 100% do capital da TAP. O processo foi travado com o chumbo do diploma pelo Presidente da República e a demissão do Executivo de António Costa, em novembro de 2023

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