Critical Software paga sabáticas a trabalhadores com dez anos de casa

Trabalhadores que estejam há, pelo menos, dez anos ao serviço da Critical Software têm a partir de janeiro a possibilidade de tirar até três meses de sabática com salário 100% garantido pela empresa.

A partir de janeiro, os trabalhadores da tecnológica Critical Software que tenham, pelo menos, dez anos ‘de casa’ vão poder beneficiar de licenças sabáticas pagas pela empresa para investir no seu crescimento pessoal ou profissional.

150 pessoas elegíveis para esta medida, de um total de 1.400 empregados em Portugal, Reino Unido e Alemanha, adianta Filipa Carmo, diretora de pessoas da tecnológica, ao ECO. Esta é uma medida que ainda “não é comum” em Portugal, embora haja vários exemplos do outro lado do Atlântico.

“Desde o ano passado que estávamos a tentar perceber se conseguiríamos implementar um programa de sabáticas e de que forma é que o poderíamos fazer. Desde logo, porque é uma preocupação constante da Critical Software tentar encontrar novas propostas para enriquecer aquilo que é a nossa oferta para os nossos colaboradores em termos do equilíbrio entre a vida pessoal e profissional“, conta a responsável, em conversa com o ECO.

Segundo Filipa Carmo, a Critical Software, com 26 anos de história, tem, neste momento, nos seus quadros um “universo de pessoas com bastante antiguidade na empresa“, que a tecnologia “gostaria de premiar“. “São pessoas que foram mudando de funções e responsabilidade. Sentimos que este programa podia acrescentar valor a estas pessoas“, salienta a responsável.

Este programa, que estará disponível a partir de janeiro do próximo ano, terá, então, duas modalidades.

Aos trabalhadores que queiram investir em desenvolvimento pessoal (por exemplo, ir fazer surf durante um mês para a Austrália, fazer voluntariado ou aprender a tocar guitarra noutro país), a empresa assegurará um mês de sabática com salário a 100%, sendo possível tirar outros três meses sem vencimento. Ou seja, no total, esta modalidade poderá abranger quatro meses de ausência.

Já aos trabalhadores que queiram apostar no seu desenvolvimento profissional (por exemplo, fazer um programa de formação mais intensivo, um estágio numa empresa parceira da Critical Software ou ir dar aulas), esta tecnologia garante três meses de sabática com salário a 100%, sendo possível tirar outros três meses sem vencimento. No total, ao abrigo desta modalidade, a ausência poderá ser, portanto, de seis meses.

Quanto este programa se iniciar, no arranque de 2025, 150 trabalhadores da Critical Software estarão elegíveis, segundo Filipa Carmo, que realça que alguns já manifestaram interesse. Depois, até ao final do próximo ano, subirá para 200 trabalhadores o universo de empregados elegíveis, precisa a mesma responsável.

Filipa Carmo é people director da Critical Software.

Os interessados terão de apresentar à empresa um pedido no qual explicam as mais-valias que julgam que a sabática terá, sendo que as candidaturas serão depois analisadas e aprovadas. Ao ECO, Filipa Carmo indica também que a tecnológica “acautelou 100 mil euros” para este programa para o ano de 2025, ainda que não saiba se esse valor “será consumido na totalidade” ou não.

Este programa pode ser usado uma vez por trabalhador a cada dez anos de trabalho na Critical Software.

Condições da sabática
-Pelo menos, dez anos na empresa;
-Candidatura com as mais-valias da sabática;
-Um mês de salário a 100% para desenvolvimento pessoal (pode acrescer três meses de ausência sem remuneração);
-Três meses de salário a 100% para desenvolvimento profissional (pode acrescer três meses de ausência sem remuneração);
-Só pode ser usado uma vez a cada dez anos de trabalho.

Por enquanto, o feedback dos trabalhadores “tem sido positivo” e a diretora de pessoas acredita que até a retenção de talento poderá melhorar com esta política. Esta perspetiva é particularmente pertinente numa altura em que escasseiam recursos humanos no mercado de trabalho português, especialmente em setores como o tecnológico.

Fundada em 1998, a Critical Software é uma empresa de tecnologia, que conta já com clientes internacionais em setores tão diversos como aeronáutica, energia, defesa, finanças, comércio eletrónico, dispositivos médicos e transportes.

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