Os número do megaprocesso GES/BES. 18 arguidos, 300 crimes e 733 testemunhas

  • Lusa
  • 13 Outubro 2024

O julgamento do processo principal do BES inicia-se na terça-feira e ninguém arrisca prever quando termina, pois envolve 18 arguidos, 733 testemunhas, 135 assistentes e mais de 300 crimes.

O julgamento do processo principal do BES inicia-se na terça-feira e ninguém arrisca prever quando termina, pois envolve 18 arguidos, 733 testemunhas, 135 assistentes e mais de 300 crimes. Este megaprocesso, que já vai nos 215 volumes após uma acusação com mais de quatro mil páginas, começa a ser julgado mais de uma década após o colapso do Grupo Espírito Santo (GES), em agosto de 2014.

O caso tem como principal arguido o ex-presidente do BES Ricardo Salgado, que foi acusado de 65 crimes, entre os quais associação criminosa, corrupção ativa, falsificação de documento, burla qualificada e branqueamento.

A morosidade do processo já fez tombar algumas acusações, tendo no início deste mês o Juízo Central Criminal de Lisboa declarado a prescrição de 11 crimes, três dos quais imputados pelo Ministério Público (MP) ao antigo presidente do GES Ricardo Salgado.

O ex-banqueiro, que estava inicialmente acusado de um total de 65 crimes, vai agora ser julgado por 62 ilícitos criminais, após terem prescrito dois crimes de falsificação de documento e um de infidelidade. O levantamento dos crimes em risco de prescrição recentemente realizado pelo MP indica ainda que Ricardo Salgado pode ver cair, em finais de novembro próximo, mais um crime de falsificação e outros dois crimes no final de dezembro.

Em janeiro de 2025 prescrevem mais três crimes de falsificação de documento, no final de fevereiro cai um de infidelidade e até 28 de março tombam outros três de infidelidade.

Volvida mais de uma década sobre a derrocada do BES/GES e o início da investigação, há mais crimes em risco de prescrever até ao final do primeiro trimestre de 2025, nomeadamente dos arguidos Francisco Machado da Cruz, Amílcar Morais Pires, Pedro Góis Pinto, Pedro Almeida e Costa, Cláudia Boal Faria, Etienne Cadosch, Michel Creton, João Alexandre Silva e Nuno Escudeiro.

Apontado como um dos maiores processos judiciais da história da justiça portuguesa, este caso, investigado pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do MP, juntou no processo principal 242 inquéritos, (que foram sendo apensados) e reuniu queixas de mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro.

Devido à vastidão de crimes, arguidos, assistentes, testemunhas, factos e documentos que integram este caso, o processo informático do BES tem oito terabytes de informação, correspondente a muitos milhares de ficheiros.

Entretanto, a sala de julgamento do caso BES no Tribunal Central Criminal de Lisboa, no Campus de Justiça, Lisboa, vai ter 67 lugares para advogados de defesa e dos assistentes, além de acolher 16 arguidos singulares e algum público.

O julgamento será transmitido em direto para duas salas de imprensa nos edifícios A e B do Campus de Justiça, com capacidade para 32 profissionais de comunicação social, e estão a ser avaliados outros espaços para permitir o acompanhamento à distância por mais assistentes e público em geral.

Para o julgamento, presidido pela juíza Helena Susano, foi afeto, em exclusivo, um escrivão auxiliar, que será secundado, quando tal se revele necessário, por uma escrivã auxiliar e pelos demais oficiais de justiça em exercício de funções na unidade de processos em causa.

Os sistemas de som, registo de prova e comunicações à distância têm vindo a ser testados, tendo sido disponibilizados equipamentos informáticos e tecnológicos, incluindo computadores e ecrãs para visualização de documentos. O sistema de videoconferência está em fase de finalização.

Segundo o Ministério Público, a derrocada do GES terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.

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Pedro Nuno Santos mantém tabu. Orçamento “claramente suporta uma política de direita”

  • Lusa
  • 13 Outubro 2024

O secretário-geral do PS considera que a proposta de Orçamento "claramente suporta uma política" de um Governo de direita, e as soluções que apresenta "não tirarão Portugal das dificuldades que tem".

O secretário-geral do PS considera que a proposta de Orçamento do Estado pelo Governo “claramente suporta uma política” de um Governo de direita, e as soluções que apresenta ao país “não tirarão Portugal das dificuldades que tem”. Em entrevista ao JN/TSF, divulgada este domingo, Pedro Nuno Santos continua sem indicar qual será o seu sentido de voto em relação ao Orçamento do Estado, reiterando que o PS e o Governo não chegaram a acordo, pelo que o seu partido irá agora avaliar a sua posição.

Não chegámos a acordo e, por isso, partiremos para este processo orçamental sem esse compromisso, sem um compromisso que decorreria normalmente de um acordo. E, por isso, faremos ainda a nossa avaliação e depois anunciaremos com serenidade e tranquilidade a decisão do PS“, frisou.

No entanto, o secretário-geral do PS salientou que o Governo não respeitou “as linhas vermelhas” do partido, nem acolheu qualquer “das medidas pela positiva” que o partido tinha proposto, como utilizar parte da receita que deixaria de ser desperdiçada para um aumento permanente de pensões ou a criação de um regime de exclusividade para os médicos no SNS. “Nenhuma delas tem tradução no Orçamento do Estado. (…) Nós não chegámos a acordo nas chamadas linhas vermelhas, mas também nas medidas que nós, pela positiva, quisemos introduzir no Orçamento do Estado, também não as temos neste momento”, disse, acrescentando que as soluções que o Governo apresenta para o país “não tirarão Portugal das dificuldades que tem”.

Questionado se considera que este orçamento é centrista, Pedro Nuno Santos respondeu: “Este é um orçamento que claramente suporta uma política que seria a política esperada por parte de qualquer Governo de direita“. “Tenho ouvido muitas declarações sobre um Orçamento centrista. Eu não consigo olhar para este orçamento como sendo centrista quando, na realidade, traduz uma política que prevê a retirada do Estado de uma parte considerável de áreas de intervenção política”, disse.

O líder do PS deu o exemplo das políticas para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), salientando que, neste Orçamento, “há uma aposta clara na transferência de recursos públicos para a saúde privada”. “Isto de centrista não tem nada. A mesma política podemos dizer sobre a RTP: as receitas da publicidade da RTP são recursos públicos, na medida em que são receitas de uma empresa pública, e o Governo vai proibir que a RTP se possa financiar através de publicidade“, criticou, acrescentando que isso “vai condenar a RTP à irrelevância”.

Interrogado se a vontade de o PS é viabilizar o Orçamento, Pedro Nuno disse que “essa foi a vontade, pelo menos a disponibilidade” do partido quando entrou no processo negocial. “Nós, quando entrámos no processo negocial, sabíamos que, se chegássemos a acordo, o destino era a viabilização. Nós não chegámos e, por isso, teremos de fazer essa avaliação, ponderar muita coisa diferente e decidir“, indicou.

Questionado se qual será a sua postura na especialidade caso o Orçamento seja viabilizado na generalidade, Pedro Nuno Santos disse que não quer “dar nenhuma pista errada ou mal interpretada” sobre o que vai fazer agora, mas reiterou o seu compromisso “com as contas públicas equilibradas”.

“A nossa intervenção na especialidade não ignorará esse objetivo e, portanto, aquilo que nós fizermos na especialidade terá essa preocupação. Agora, dizer-se que a margem é zero, parece-me excessivo para quem não tem uma maioria absoluta”, disse.

Nesta entrevista, Pedro Nuno Santos abordou ainda as eleições presidenciais e, tendo sido confrontado com o nome de António José Seguro como potencial candidato do PS, respondeu apenas que apoiará um candidato, salientando que até ao momento ainda não recebeu nenhuma manifestação de disponibilidade.

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Aguiar-Branco diz que entrada de bombeiros fardados abre precedente que fere equidade na AR

  • Lusa
  • 13 Outubro 2024

O presidente da Assembleia da República teme que a sua decisão de permitir que bombeiros fardados assistissem a um debate na AR tenha aberto um precedente que põe em causa a equidade entre cidadãos.

O presidente da Assembleia da República teme que a sua decisão de permitir que bombeiros fardados assistissem a um debate no parlamento tenha aberto um precedente que põe em causa a equidade entre os cidadãos. “Por esta altura, passado o ápice do momento, talvez alguns já se tenham arrependido da decisão que suscitaram. O problema não está nos bombeiros em si. Está no precedente que se abre“, escreve José Aguiar-Branco, num artigo de opinião publicado hoje no jornal Público.

Na quarta-feira, o presidente da Assembleia da República emitiu um parecer que impedia que bombeiros fardados assistissem ao debate valorização da carreira, decisão que acabou por reverter após ter ouvido reparos de todos os partidos exceto do PSD antes de arrancar o debate.

Na altura, justificou a decisão inicial não por “discriminação em relação aos bombeiros“, mas porque queria dar-lhes “tratamento igual” a outras categorias profissionais, frisando que, no passado, também se impediu a entrada a polícias, militares, enfermeiros ou médicos com a sua farda de trabalho.

Essa posição foi reafirmada no artigo publicado hoje, em que Aguiar-Branco diz querer “que os cidadãos sintam o parlamento como a sua casa, a casa da democracia, a casa onde todos têm lugar”. “Mas as casas têm regras”, acrescenta, defendendo que são essas regras que preservam a igualdade e que “não podem ser ditadas por um anseio momentâneo de popularidade.

Amanhã, qualquer outro grupo pode pedir um tratamento semelhante. Ou então, poderemos correr o risco de tratar os cidadãos de modo distinto, em função da simpatia que temos pelos interesses que eles representam“, continua.

Ainda para explicar a sua primeira decisão, Aguiar-Branco sublinha que a Assembleia da República é o “epicentro da democracia representativa”, onde os cidadãos não intervêm diretamente e apenas assistem. “É preciso conservar a equidade e a capacidade de resistir aos impulsos do momento. Só assim preservaremos o regime dos riscos da arbitrariedade e da espetacularização”, conclui.

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Bial espera manter faturação apesar da perda de patente nos EUA

  • Lusa
  • 13 Outubro 2024

A Bial espera manter este ano um volume de negócios semelhante aos 337,4 milhões de euros de 2023, apesar do impacto da perda da patente de um medicamento nos EUA.

A Bial espera manter este ano um volume de negócios semelhante aos 337,4 milhões de euros de 2023, apesar do impacto da perda da patente de um medicamento nos EUA, afirmou o presidente da farmacêutica, António Portela. “Já estamos a começar a sentir os efeitos da perda de patente do nosso medicamento para a epilepsia nos Estados Unidos e isso tem um impacto de cerca de 80 milhões em dois anos, de perda de volume de faturação”, disse António Portela, em entrevista à agência Lusa, em Madrid.

O presidente executivo da Bial destacou que, com este impacto negativo, fechar este ano com números semelhantes aos de 2023 significa que a empresa está “a crescer no resto para compensar essa perda nos Estados Unidos”. “É um ano que está a correr bem. Estamos ligeiramente acima até daquilo que era a nossa expectativa“, afirmou.

Segundo dados da própria empresa, a Bial teve um volume de negócios de 337,4 milhões de euros em 2023, um crescimento de 9% face a 2022. Portugal representou 26% da faturação em 2023, um crescimento de 4% face a 2022. Já o mercado dos EUA representou também 26% da faturação da empresa no ano passado, seguido por Espanha (24%).

A Bial, que faz este ano 100 anos, tem produtos em mais de 50 países, com as vendas nos mercados internacionais a representarem cerca de 75% da faturação da empresa.

Em relação a Espanha, onde António Portela esteve esta semana para participar na conferência “Inspira Portugal, 50 anos depois”, a Bial faturou no ano passado cerca de 85 milhões de euros e espera aproximar-se em 2024 dos 90 milhões, disse o presidente executivo da empresa. “E para o ano ou daqui a dois anos penso que chegaremos aos 100 milhões em Espanha. É uma expectativa boa de crescimento“, afirmou.

A Bial entrou em Espanha em 1998, quando comprou a Ifidesa Aristegui, em Bilbau (País Basco). A BIAL Espanha é a mais antiga filial da empresa na Europa.

Em relação à internacionalização, António Portela disse que o objetivo neste momento é “consolidar os mercados” em que a empresa já está e “expandir a presença na Europa”. “Consolidar, aumentar a nossa presença. Queremos ser a empresa líder na área das neurociências na Europa“, disse António Portela.

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📹 Os grandes números do Orçamento do Estado para 2025

  • ECO
  • 13 Outubro 2024

Crescimento da economia, excedente orçamental, despesa e receita. Conheça os grandes números do Orçamento do Estado para o próximo ano que tem ainda de passar pela aprovação no Parlamento.

O Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) entregue esta semana no Parlamento assenta num cenário de uma economia a crescer 1,8% este ano e 2,1% no próximo e num ligeiro excedente orçamental. O Ministério das Finanças espera que o saldo positivo se reduza de 0,4% em 2024 para 0,3% em 2025.

O excedente para o próximo ano corresponde a 863 milhões de euros, resultado de uma receita estimada de 133.761 milhões de euros (45,5% do PIB), isto é, superior à despesa de 132.899 milhões de euros (45,2% do PIB). Para o atingir o Ministério das Finanças conta com uma evolução da atividade económica que permita arrecadar 63.337,9 milhões de euros com impostos, um aumento de 3,7% face a este ano.

A receita fiscal com os impostos indiretos recua ligeiramente (-1,1%) no próximo ano, para 27.967,2 milhões de euros, devido às atualizações do IRS e ao IRS Jovem, compensada pelo aumento (7,9%) da receita com impostos indiretos, para 35.370,7 milhões de euros, apoiada no consumo. Prevê ainda que as contribuições sociais vão render 37.850 milhões de euros (mais 6,1%).

Do lado da despesa, a despesa com pessoal ascende a 32.022 milhões de euros (mais 5,6%), enquanto as prestações sociais representam 53.307 milhões de euros (mais 4%). Destaca-se ainda a despesa com investimento (16,7%), fortemente relacionado com o reforço do financiamento nacional na execução de investimentos estruturantes.

http://videos.sapo.pt/L4wurrt3lNCbkqJ4aEwH

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Reunião da IL com Montenegro foi “perfeitamente normal” e sem qualquer acordo

  • Lusa
  • 12 Outubro 2024

Rui Rocha diz que o caso "se tornou um tema nas últimas horas” com a troca de acusações entre o primeiro-ministro e o presidente do Chega.

O presidente da Iniciativa Liberal revelou, em Leiria, que se reuniu com o primeiro-ministro, no dia 15 de julho, no quadro de encontros “absolutamente correntes e sem que dali houvesse nenhum acordo”.

“Foi uma reunião mais virada para assuntos gerais do país, para questões que dizem respeito à vida dos portugueses. São reuniões normais, absolutamente correntes e sem que dali houvesse nenhum acordo nem nenhum compromisso”, afirmou Rui Rocha, após a Conferência Leiria Mais Liberal.

O líder da IL salientou que “essas reuniões não são secretas, mas também não são públicas”, mas decidiu falar sobre esta em concreto para “benefício do esclarecimento dos portugueses”, uma vez que o caso “se tornou um tema nas últimas horas” com a troca de acusações entre o primeiro-ministro e o presidente do Chega.

Referindo que o encontro aconteceu na residência oficial do primeiro-ministro, Luís Montenegro, o líder da IL sublinhou que “nem sequer foi uma reunião em que se aprofundassem os temas do orçamento”, pois o assunto iria ser debatido no final dessa semana entre as equipas da IL e do Governo.

Rui Rocha também garantiu que “não houve nenhuma evidência” de que houvesse intenção de Montenegro num acordo à direita. “Houve a evidência de uma discussão aberta, franca sobre o futuro do país.”

Sem revelar aos jornalistas quem está a mentir: André Ventura, do Chega, ou o primeiro-ministro, Rui Rocha lamentou o “tempo que está a ser envolvido nestas discussões, que põe em causa a atenção que devia ser dada aos problemas fundamentais”, pois o país ”vive uma situação politicamente, economicamente e socialmente complicada”.

Dirigindo-se ao líder do Chega, o presidente da IL perguntou: “Quais são as propostas de André Ventura para este orçamento? É que nós conhecemos várias posições, toda esta novela, as interpretações, mas e propostas? Até agora vi uma carta que foi escrita, curiosamente já depois de algumas destes factos e narrativas, que tem o único objetivo de aumentar a despesa pública”, disse.

Rui Rocha reafirmou que o orçamento apresentado pelo Governo da Aliança Democrática é mau, pelo que , a IL “não tem condições para votar a favor”, pois “vai provocar mais um ano de atraso na situação económica e social portuguesa”.

“Este não é um bom orçamento para Portugal. Este é um mau orçamento para o país, mas é mau por ser próximo do PS. O que é que o Pedro Nuno Santos vai inventar mais para não o viabilizar?”, uma vez que as linhas vermelhas foram atenuadas.

Se os pontos de divergência de Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, é “o 1% no IRC, o enorme problema de aliviar tão ligeiramente as empresas que são as entidades que trazem riqueza para o país e a capacidade de cativarmos investimento estrangeiro, parece-me muito fraco”.

Rui Rocha deixou o anúncio do sentido de voto da IL no Orçamento do Estado para depois de auscultar os órgãos de partido, frisando, contudo, que não tem medo de eleições.

“Entre um mau orçamento que prolonga por mais um ano uma situação de economia que cresce muito pouco, aliás, bem abaixo das promessas eleitorais da AD ou uma clarificação em eleições, não entendo que seja um problema irmos a eleições neste momento”, reforçou, ao apontar que o Governo se aproximou tanto do PS, que existe “um governo de marca socialista”.

Na quinta-feira em entrevista à TVI/CNN Portugal, André Ventura, disse que o primeiro-ministro lhe tinha proposto em privado um acordo com vista à aprovação do Orçamento do Estado para o próximo ano, que admitia poder integrar o Governo.

“O primeiro-ministro mentiu”, acusou o líder do Chega, referindo que na terça-feira Luís Montenegro “disse que o Chega não era um parceiro confiável, que ele nunca contou com o Chega e que o Chega foi arredado das negociações”.

Pouco depois, através de uma mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter), o primeiro-ministro garantiu que “nunca o Governo propôs um acordo ao Chega”, e acusou André Ventura de mentir.

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“É necessário intervir junto dos mais novos para mudar paradigma da mobilidade “, diz Governo

  • Lusa
  • 12 Outubro 2024

A secretária de Estado da Mobilidade considerou a necessidade de intervir junto das gerações mais novas para mudar o paradigma da mobilidade.

A secretária de Estado da Mobilidade considerou a necessidade de intervir junto das gerações mais novas para mudar o paradigma da mobilidade, tornando-a mais pedonal, mais descarbonizada e verde. Em declarações à Lusa a propósito da conferência internacional Walk21 dedicada à mobilidade pedonal, que este ano se realiza em Lisboa, Cristina Pinto Dias defendeu que é junto das gerações mais jovens que tem de se intervir “sensibilizando os miúdos, para sensibilizarem os pais para a importância da mobilidade pedonal”.

“É preciso fazer várias coisas, mas aquela que eu sinto como mais eficaz de facto é uma atuação nas escolas, nas gerações jovens. Vamos ter que intervir para mudar este padrão de comportamentos e sensibilizar os miúdos para que eles possam sensibilizar os pais que não é sair da garagem, entrar no carro e sair na escola. É preciso transformar um bocadinho os seus modelos de mobilidade, tornando-os mais descarbonizados e verdes”, considerou.

Reconhecendo que não se mudam comportamentos de um dia para o outro, Cristina Pinto Dias lembrou que hoje vive “numa cidade mais descarbonizada” do que aquela quando era mais jovem, com muitas pessoas a deslocarem-se de bicicleta e mais gente a andar a pé.

“Quanto mais os decisores públicos ganharem consciência que se o dimensionamento dos territórios forem pensados com acessibilidades mais confortáveis e mais seguras, não há dúvida nenhuma que as pessoas aderem”, sustentou,

Para a responsável é necessário também criar vias cicláveis, passeios confortáveis para que “as pessoas de mais idade possam caminhar em segurança e sem medo”.

De forma a alterar os números da mobilidade pedonal, que um estudo de 2021 apontava que só 16% das pessoas praticava, Cristina Pinto Dias disse que, em 2030, se pretende alcançar 30% a 35% da quota modal, mas para que tal aconteça é necessário atuar junto das escolas.

A conferência vai decorrer entre segunda e sexta-feira, mas no domingo, pelas 09.30, os participantes são convidados a participar numa caminhada entre o Príncipe Real e o Largo Camões, em Lisboa, que contará com a presença da secretária de Estado.

Até ao momento já se encontram cerca de 500 pessoas inscritas, oriundas de 60 países, pretendo-se que, durante os quatro dias especialistas da Europa e do mundo partilhem conhecimentos sobre como desenvolver e implementar políticas e programas de caminhada aumentando o valor e o impacto destas na vida das comunidades.

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O que disse o novo PGR, Amadeu Guerra, nas entrelinhas

Temas como as fugas de informação, detenções de arguidos que ultrapassam o prazo legal, a autonomia do MP, os atrasos do DCIAP nas investigações ou a validação de uma PJ não faltaram no discurso.

Lucília Gago deixou este sábado a a liderança do Ministério Público, depois de seis anos de mandato recheado de críticas tanto pelas fugas de informação, falta de prestação de contas, falta de resultados na investigação Influencer (que levou à queda de um Governo de maioria absoluta), acusações consecutivamente adiadas ou mesmo por um parágrafo acrescentado num comunicado de imprensa e acabou por provocar um terramoto político em Portugal, sem ter ainda qualquer resultado prático. António Costa demite-se, Montenegro é eleito primeiro-ministro e, quase um ano depois, a investigação da Operação Influencer continua quase como começou, a 7 de novembro.

Chega agora Amadeu Guerra como novo Procurador-Geral da República (PGR) – cuja tomada de posse ocorreu este sábado, no Palácio de Belém – nome já reconhecido no mundo jurídico, depois de ter liderado o DCIAP de 2013 a 2019.

Ricardo Salgado, Henrique Granadeiro, Armando Vara, Zeinal Bava e José Sócrates foram alguns (só alguns) dos nomes sonantes que durante o mandato de Amadeu Guerra à frente do maior departamento que investiga a criminalidade económica e financeira, o DCIAP, foram investigados e acusados.

Ao longo do seu mandato surgiram alguns dos mais mediáticos processos judiciais. E não se coibiu – durante a investigação e acusação da Operação Fizz – de aceitar que um dos seus pares na estrutura do Ministério Público, Orlando Figueira, fosse alvo de uma acusação que, posteriormente, culminaria numa condenação. Menos sucesso teve no caso Vistos Gold, já que este processo resultou na absolvição do ex-ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, e de quase todos os restantes arguidos. Foi, diria depois, um “caminho difícil e de muita responsabilidade de empenho”.

No seu discurso de cerca de 20 minutos proferido perante Marcelo Rebelo de Sousa, Lucília Gago, Luís Montenegro, Rita Júdice e José Pedro Aguiar -Branco, entre outros, que recados foram deixados? Interessa, agora, descodificar esses mesmos recados e os assuntos escolhidos, cirurgicamente, pelo ex-diretor do DCIAP. Fugas de informação, detenções de arguidos (mediáticos) que ultrapassam o prazo legal, a autonomia do Ministério Público, os atrasos nas investigações do DCIAP ou a validação de uma PJ que, com Lucília, algumas vezes não foi chamada a investigações, não faltaram no menu.

Com 69 anos, Amadeu Guerra chega a um Ministério Público em cacos, desunido, sem meios, prazos atrasados (basta lembrar os 12 anos que Mexia espera por uma acusação). Uma herança deixada por Lucília Gago e que, até na hora da despedida, Marcelo Rebelo de Sousa considerou como um mandato com mais agruras do que de bonança, salientando que exerceu o cargo num “contexto nada propício”.

O que disse então o novo PGR no seu discurso?

  • O novo PGR assumiu que quer trazer o MP de volta ao “patamar que merece”. Sublinhando que todos os magistrados podem contar com o seu “empenho, determinação e vontade de colocar a imagem do Ministério Público no patamar que merece. Sei que essa é a vontade partilhada por todos”, Amadeu Guerra assumiu, assim, que a instituição com quase dois mil profissionais enfrenta uma crise reputacional.
  • Criticando, de forma velada, Lucília Gago, Amadeu Guerra assume que o prestígio do Ministério Público não se concretiza com meros “processos de intenções” ou com “discursos de autoelogio”. Consegue-se quando a comunidade que servimos sentir que há resultados efetivos, que ocorreu uma mudança de mentalidades e que foi desencadeada uma mobilização para fazer cada vez melhor. Penso que isso está ao nosso alcance!… E foi por isso que aceitei”.
  • Não deixou também de mandar recados aos deputados eleitos. “O Procurador-Geral da República, após um período inicial de contacto com a realidade nos tribunais, está sempre disponível para prestar contas no Parlamento”, disse, um mês depois de Lucília Gago ter sido chamada ao Parlamento, pela primeira e última vez, em que pouco respondeu, em concreto, às questões dos deputados da primeira Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.
  • Tocando desde logo na questão sensível e pela qual o MP é recorrentemente alvo de críticas, Amadeu Guerra avisou que “nos crimes de corrupção e crimes conexos, bem como na criminalidade económico financeira, é minha intenção acompanhar de perto, através dos Diretores dos DIAP Regionais e do DCIAP, as razões dos atrasos”. Basta lembrar-nos do caso dos CMEC – que tem António Mexia como arguido – que espera uma acusação para 23 de outubro, 12 anos depois do início da investigação e depois de dezenas de adiamentos.
  • Amadeu Guerra quis também, pôr já os pontos nos ‘is’ no que toca ao tema sensível da autonomia do Ministério Público, lembrando que a subordinação dos magistrados é uma “linha vermelha” que o magistrado não pretende atravessar ou aceitar. Recorde-se que os magistrados judiciais (juízes) têm total independência mas os do Ministério Público apenas goza de autonomia, estando sempre submetido ao poder hierárquico. Uma frase que foi também uma implícita referência aos manifestos dos 50 que se tornaram mais de 100 , aos comentários políticos – incluindo de Marcelo e de José Pedro Aguiar Branco – e aos inúmeros comentários da sociedade civil nos últimos meses, quase um ano, à falta de comunicação e prestação de contas de Lucília Gago. Mas é precisamente nesta prestação de contas que a crítica vai para a ex-PGR: Amadeu já prometeu que estará sempre disponível para ir ao Parlamento mas sublinha que o MP precisa e quer desenvolver o seu trabalho sem o alarde mediático e discussão pública da sua atividade em processos concretos.
  • A Polícia Judiciária não deixou de ser lembrada. Numa altura em que o mandato do atual diretor, Luís Neves já chegou ao fim em Junho, e que a ministra da Justiça já fez saber que a decisão de renovar, ou não, o mandato, será a próxima que tomará, Amadeu Guerra relembrou que “devemos envolver a Polícia Judiciária de forma efetiva, face ao aumento recente dos seus meios humanos: inspetores, peritos e meios tecnológicos”. Uma posição que nem sempre foi escolhida pela ex-PGR que, na fase inicial da investigação da Operação Influencer, não quis contar com o apoio desta polícia, que gerou um mau estar entre a PJ e o MP.
  • O novo líder da investigação criminal prometeu ainda que “irá revisitar as questões relativas ao segredo de justiça, através da análise das medidas estabelecidas no Relatório elaborado em 2014, no estudo do regime de segredo de justiça em alguns países e nas boas práticas seguidas por alguns magistrados”. E avisa: “as soluções – se é que é possível alcançá-las – têm que passar pela abordagem das questões criminais, dos direitos, liberdades e garantias e, necessariamente, pelo equilíbrio entre estes aspetos e o direito à informação”. Neste ponto, justiça seja feita a Lucília Gago: este é um problema que já assombra o MP há décadas, não é de agora.
  • Os direitos, liberdades e garantias e o equilíbrio entre estes aspetos e o direito à informação não foram esquecidos. Tocando em mais um tema sensível, Amadeu Guerra avisou que “quanto à detenção de arguidos e apresentação ao Juiz de Instrução há regras e prazos fixados na lei. O Ministério Público cumpre-os e não vislumbro as razões das críticas que, às vezes, lhe são feitas. Porém, considero que a ideia de fixação perentória de um prazo desproporcionado compromete o esclarecimento e recolha de informação necessária à decisão judicial, com risco de violação dos princípios da necessidade e da proporcionalidade”. Uma referência clara à detenção de várias semanas dos arguidos no processo que alegada corrupção na Madeira, que mais tarde veio a ser assumido por Lucília como “o normal tempo de uma investigação”, na única entrevista que deu em seis anos, à RTP.
  • Dando uma no cravo e outra na ferradura, Amadeu Guerra falou da falta de meios humanos no seio do MP. E se não teve rasgo ao assumir que “a situação atual da Justiça em Portugal está condicionada pela falta de meios humanos. Quem trabalha ou acompanha a realização da Justiça está consciente que a falta de oficiais de justiça é preocupante no Ministério Público”, foi mais ambicioso e assertivo ao garantir que o MP tem “que dar o nosso melhor com os recursos disponíveis. Não podemos continuar a lamentar-nos com a falta de meios e esmorecer. Devemos, pelo contrário, mobilizar-nos e estar motivados, trabalhar em equipa, ser muito pragmáticos na nossa função e diminuir a morosidade”.
  • Referindo-se ao tema quente da corrupção, o magistrado relembrou que os cidadãos consideram que “as políticas anticorrupção e as medidas tomadas na luta contra a corrupção são ineficazes” e que, por isso, “interessa sublinhar que, neste tipo de criminalidade, é tão ou mais eficaz assegurar a perda de bens do que uma condenação em prisão. Por isso, é uma prioridade dinamizar e concretizar a recuperação de ativos. Será criada uma estrutura ágil – à qual será dada a formação necessária – que fica encarregada de realizar ou apoiar o titular do inquérito na inventariação dos ativos e na apresentação dos requerimentos necessários à decisão de arresto preventivo”.
  • O novo titular da investigação criminal não deixou de referir, no seu discurso, a “falta de investimento dos sucessivos Governos em meios tecnológicos avançados, em aplicações informáticas de gestão processual ou sistemas de gestão e tratamento da prova recolhida limita, em muito, a eficiência do sistema de Justiça”, criticou.
  • Na despedida que fez à sua antecessora, o magistrado escolheu ser politicamente correto ao usar a pandemia como ‘desculpa’ para um mandato menos conseguido, já que “não teve a sorte do seu lado, no decurso do seu mandato, em que ocorreu uma pandemia que – durante cerca de dois anos – alterou os hábitos e a motivação dos portugueses. Mesmo assim, considero que exerceu o cargo – como sempre fez na sua carreira – com honestidade intelectual e de forma dedicada”.

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Manifesto dos 50 espera que Amadeu Guerra seja fiel à Constituição

O Manifesto dos 50 foi conhecido em maio, com o grupo de 50 personalidades a assinarem o documento em defesa de um “sobressalto cívico” que acabe com a “preocupante inércia” dos agentes políticos.

Os subscritores do apelo “Por uma Reforma da Justiça em Defesa do Estado de Direito Democrático” esperam que o novo procurador-geral da República (PGR) cumpra os compromissos que assumiu no discurso de tomada de posse, nomeadamente o de “melhorar o desempenho” do Ministério Público e o de “alterar procedimentos e torná-los mais adequados para assegurar celeridade e eficiência”.

Sobre a linha vermelha que Amadeu Guerra colocou à alteração do Estatuto do Ministério Público, os promotores do Manifesto dos 50 lembram que “esta é uma competência exclusiva da Assembleia da República. E recordam que o PGR tem de ser inteiramente fiel ao que dispõe a Constituição e a Lei sobre a autonomia do Ministério Público e a sua natureza de magistratura hierarquizada, tendo a obrigação de dar garantias de combater quaisquer atos ou riscos de desrespeito destes princípios por parte de elementos ou de estruturas internas daquela magistratura”, segundo comunicado enviado pelos subscritores.

O Manifesto dos 50 foi conhecido em maio, com o grupo de 50 personalidades a assinarem o documento em defesa de um “sobressalto cívico” que acabe com a “preocupante inércia” dos agentes políticos relativamente à reforma da Justiça, num apelo ao Presidente da República, Governo e parlamento.

Uma “verdadeira reforma da Justiça”, com a recondução do Ministério Público (MP) a uma estrutura hierárquica para evitar o que chamam de atual “poder sem controlo” do mesmo, um escrutínio externo e avaliação independente aos tribunais e magistrados. Estas são algumas das ideias e conclusões do manifesto assinado por 50 nomes sonantes da sociedade civil.

Esta lista é composta por nomes como Leonor Beleza, Rui Rio, Augusto Santos Silva, Daniel Proença de Carvalho, Teresa Pizarro Beleza, Maria de Lourdes Rodrigues, Isabel Soares, David Justino, Eduardo Ferro Rodrigues, Fernando Negrão, Vítor Constâncio, António Vitorino, José Pacheco Pereira, Maria Manuel Leitão Marques, Paulo Mota Pinto, Vital Moreira, António Barreto, João Caupers, Correia de Campos, Álvaro Beleza, António Monteiro, Diogo Feio, Mota Amaral, Sobrinho Simões, entre outros.

Os promotores saúdam a disponibilidade de Amadeu Guerra para prestar contas regularmente na Assembleia da República, assim como consideram positivo o seu compromisso com “resultados efetivos”, com uma “mudança de mentalidades” no Ministério Público e com a “mobilização [dos seus procuradores] para fazer cada vez melhor”. O novo procurador-geral afirmou que estes objetivos estão ao alcance daquela magistratura e que foi por isso que aceitou o cargo.

Os promotores do Manifesto dos 50 esperam também que o novo PGR cumpra a promessa de se envolver pessoalmente no combate à diminuição da morosidade, nomeadamente na que diz respeito à criminalidade económica. E aguardam com expectativa o compromisso assumido por ele de “visitar as questões do segredo de justiça”, nomeadamente a necessidade de compatibilizar “os direitos, liberdades e garantias” com o direito de informação.

Sobre a menção feita por Amadeu Guerra aos “riscos” de “violação dos princípios de necessidade e de proporcionalidade” nos prazos de detenção de arguidos, os promotores do Manifesto dos 50 apelam a que o novo PGR faça do seu mandato uma oportunidade bem-sucedida para eliminar também outras práticas que têm desvirtuado a missão do Ministério Público. Práticas como o uso ilegal ou abusivo dos meios mais intrusivos de investigação como buscas domiciliárias e escutas telefónicas, ou o arrastamento indefinido dos inquéritos, as quais têm prejudicado severamente a credibilidade e a eficácia da ação da magistratura.

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Albuquerque diz que Madeira vai continuar a pressionar pelas suas reivindicações no OE2025

  • Lusa
  • 12 Outubro 2024

Miguel Albuquerque considerou que a proposta de Orçamento do Estado para 2025 é“um balde de água fria” e que o voto dos deputados madeirenses vai depender “daquilo que for consagrado”.

O presidente do Governo da Madeira, o social-democrata Miguel Albuquerque, assegurou que a Região vai continuar a pressionar para ver contempladas as suas reivindicações no Orçamento de Estado para 2025 na discussão na especialidade.

“Estive a falar com membros do Governo [da República] no sentido das reivindicações da Região Autónoma da Madeira serem já contempladas na especialidade (…). Neste momento como está tudo em aberto vamos continuar a negociar e a pressionar”, disse o chefe do executivo madeirense aos jornalistas à margem da visita à conclusão das obras de reposição e beneficiação do piso sintético do Campo Municipal dos Prazeres, na zona oeste da ilha.

Na sexta-feira, Miguel Albuquerque considerou que a proposta de Orçamento do Estado para 2025 era “um balde de água fria” e adiantou que a orientação de voto dos deputados madeirenses vai depender “daquilo que for consagrado”.

“Quando disse que votação dependia dessa condição toda a gente sabe que não estou a brincar, já o fiz e volto a fazer”, vincou.

O PSD/Madeira elegeu três deputados à Assembleia da República, num círculo eleitoral com seis representantes, sendo os restantes do PS (dois) e do Chega (um).

Segundo o líder madeirense, nesta fase inicial do processo “o que fica consagrado são as grandes linhas mestras do Orçamento”.

Albuquerque adiantou que, “quer o primeiro-ministro, quer o Ministro das Finanças, estão com uma atenção mais focada nas questões suscitadas pela região”, perspetivando que “sejam contempladas”. Mas, realçou, que “a vontade muitas vezes é condicionada” por aquilo se é obrigado a fazer.

Segundo a proposta de Orçamento do Estado entregue quinta-feira no parlamento, a Região Autónoma da Madeira vai receber 279,8 milhões de euros em 2025 ao abrigo da Lei das Finanças Regionais, menos 25,1 milhões de euros do que em 2024.

Dos 279,8 milhões de euros previstos para o próximo ano, 199.826.396 serão recebidos ao abrigo do artigo 48.º da Lei das Finanças das Regiões Autónomas (transferências orçamentais) e 79.930.558 euros no âmbito do artigo 49.º (fundo de coesão para as regiões ultraperiféricas).

Na sexta-feira, Miguel Albuquerque criticou também o facto de algumas das principias reivindicações da região não estarem contempladas no documento, como a prorrogação do regime do Centro Internacional de Negócios (Zona Franca), o princípio da capitação do IVA e o pagamento da dívida dos subsistemas de saúde, avaliada em 60 milhões de euros.

Miguel AlbuquerqueLusa

O Governo entregou na quinta-feira, no parlamento, a proposta de Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), que prevê que a economia cresça 1,8% em 2024 e 2,1% em 2025 e um excedente de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano e de 0,3% no próximo.

A proposta ainda não tem assegurada a viabilização na generalidade e a votação está marcada para dia 31, no parlamento.

Se a proposta de Orçamento do Governo PSD/CDS-PP for viabilizada na generalidade com a abstenção do PS ou, em alternativa, com os votos favoráveis do Chega, será então apreciada na especialidade no parlamento entre 22 e 29 de novembro. A votação final global do Orçamento está prevista para 29 de novembro.

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ECO Quiz. Sabe tudo sobre o novo Orçamento do Estado?

  • Tiago Lopes
  • 12 Outubro 2024

Agora que termina mais uma semana, chegou a altura de testar o seu conhecimento. Está a par de tudo o que se passou durante a semana? Teste o seu conhecimento com o ECO Quiz.

O Governo apresentou na passada quinta-feira, dia 10 de outubro, a proposta de Orçamento do Estado para 2025. No documento constam medidas que vão ter impacto nas famílias, desde o IRS às pensões, e também nas empresas, como o IRC e a tributação autónoma. Esta semana, o quiz é totalmente dedicado às medidas apresentadas no novo Orçamento.

O ECO publica todas as semanas um quiz que desafia a sua atenção. Tem a certeza que está a par de tudo o que se passou durante a semana? Teste o seu conhecimento com este quiz do ECO.

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Ex-futebolista Costinha e empresário António Boal lançam vinho, que vai dos 600 a 8 mil euros

O ex-futebolista Costinha e o empresário António Boal lançam nova colheita do Segredo 6 (2021) e já venderam 20% da produção total. Estudam já nova tática para conquistar mercado angolano.

Antigo jogador de futebol Costinha e o empresário António Boal lançam terceira edição do vinho “Segredo 6”11 outubro, 2024

Ainda a nova colheita do Segredo 6 (2021) não tinha sido lançada e o antigo jogador de futebol Costinha e o empresário António Boal já tinham vendido 10 das 25 garrafas mais caras desta produção – de 15 litros –, a oito mil euros cada. Entre os compradores constam futebolistas, empresários e médicos portugueses membros do clube restrito que os dois amigos criaram há dois meses.

“Tenho várias pessoas do mundo do futebol, muitos deles jogaram comigo, que são compradores desde a primeira edição do vinho em 2022, produzida com a colheita de 2019, e que são membros do Clube Gold”, que já conta com 228 sócios provenientes de todo o país, começa por avançar Costinha (Francisco Costa) ao ECO/Local Online à margem do lançamento da nova colheita do “Segredo 6”, em Mirandela.

Mas desengane-se quem pensa que só de futebol vive o Clube Gold por ter o antigo médio defensivo neste projeto. São vários os homens e mulheres empresários e médicos que integram este grupo restrito de apreciadores a quem será dada “sempre” a oportunidade de aquisição deste vinho de edição limitada, proveniente das vinhas velhas da empresa 2 CC produção de vinhos Lda, criada pelos dois sócios, em 2018. E cujos nomes os dois sócios mantêm num total secretismo, fazendo jus ao nome do vinho que ostenta o número da camisola que Costinha ou “ministro”, como é conhecido, usava nos seus tempos de glória nos relvados.

Já temos alocado 20% da produção total [475 garrafas] a membros do clube.

António Boal

Produtor do Segredo 6

Já quando lançaram, em 2022, a primeira edição deste vinho com a colheita do ano de 2019 e com a assinatura do enólogo Paulo Nunes, os dois sócios venderam logo as seis garrafas de 15 litros a portugueses e brasileiros. A procura foi de tal forma no ano seguinte que Costinha e António Boal reforçaram, este ano, a quantidade para 25 garrafas.

Mas não são só as garrafas de 15 litros, a oito mil euros, que já têm compradores. “Já temos alocado 20% da produção total [475 garrafas] a membros do clube”, adianta o empresário António Boal, englobando nas contas mais 400 garrafas de 1,5 litros e outras 50 de cinco litros, a 600 euros e 1.800 euros cada. Produzido a partir das castas autóctones de Trás-os-Montes, das quais se destacam a Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Amarela, Alicante Bouschet, este vinho foi maturado em barricas de carvalho francês, durante um período de 16 meses.

Mal sonhavam, no início desta aventura na Vinha do Professor com 68 anos, solo de xisto e quartzo, situada em Chelas, Mirandela, que iriam ter tanta aceitação no mercado nacional e grande interesse do brasileiro que está em crescendo. Os dois amigos continuam a estudar a tática para mais uma vitória em campo: têm agora na mira o mercado angolano para posicionar ainda mais Trás-os-Montes no mapa vitivinícola nacional e internacional no segmento premium.

Este vinho tem marcado pontos: a edição de 2023 (colheita de 2020) entrou para o top dos 10 melhores vinhos nacionais pela revista “Essência dos Vinhos”.

Costinha e António Boal, produtores do vinho Segredo 611 outubro, 2024

Apesar da inflação, do aumento dos custos e da habitação, ainda há investidores portugueses com poder de compra para comprar estes produtos de luxo. À pergunta o que leva um investidor a comprar um vinho deste valor, António Boal responde: “São colecionadores ou pessoas que querem surpreender um grupo de amigos e abrem uma garrafa de 15 litros. O que impressiona, pois é imponente”. Aliás, reforça, “há pessoas a comprar dez mil euros em garrafas do Segredo 6, nomeadamente de 1,5 litros e de cinco litros. Compram para oferecer ou para festas que organizam”.

Costinha lembra a inusitada história de um jogador de golfe no Brasil que teve conhecimento da venda do “Segredo 6 através das redes sociais e encomendou logo a uma garrafeira naquele país”. Ao lado, o sócio António Boal acrescenta, enquanto aponta para as três garrafas, de formatos diferentes, expostas na mesa: “Queria uma coisa fora da caixa e teve”, além de ter a mais-valia de ter “um grande potencial de envelhecimento em garrafa, uma vez que quanto maior a quantidade, melhor o envelhecimento e melhor a qualidade do vinho”. Na calha está o lançamento de um vinho branco de alta gama à semelhança do Segredo 6, desvenda o empresário.

O vinho “O Segredo 6” envolveu logo no primeiro ano um investimento de 150 mil euros em todo o processo, desde aquisição das vinhas, em Mirandela, até à produção, engarrafamento e lançamento no mercado.

Da mesma vinha deste projeto foi apresentada, em 2023, uma outra referência: a Vinha do Professor. São 416 estojos, com três garrafas de 0,75 litro cada, que estão no mercado pelo valor de 675 euros.

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