João Duque: “Quem não estiver dentro da inteligência artificial, está fora do mercado”

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  • 3 Outubro 2024

A tecnologia traz ganhos de eficiência às empresas, mas para tirar partido dos benefícios da IA é fundamental apostar na organização dos dados e na formação dos seus colaboradores.

A inteligência artificial (IA) veio para ficar, mas sobretudo para apoiar os esforços de digitalização das empresas e alavancar a sua competitividade. Em Portugal, revela um estudo da Experis, 41% das organizações já recorrem a este tipo de soluções e a previsão é que, dentro de três anos, já mais de 80% dos negócios integre estas ferramentas. “Está previsto que, dentro de cinco a dez anos, a IA generativa vai ser mais inteligente do que os humanos. Estamos a falar de capacidade de gerar coisas inovadoras”, afirmou João Duque durante o evento Cegid Connections para Financeiros, na terça-feira, em Lisboa.

O professor catedrático de Finanças e presidente do ISEG não tem dúvidas de que “vamos, naturalmente, ser dominados por seres mais inteligentes do que nós e criados por nós”. Em resposta, há apenas dois caminhos: a negação ou a aceitação. João Duque acredita que o caminho é abraçar a tecnologia, dominá-la e integrá-la no dia a dia das empresas, porque aqueles que não o fizerem arriscam ficar para trás.

João Duque, Professor Catedrático do ISEG

Quem não estiver dentro da IA, está fora do mercado”, assegura o professor, que também já usa a tecnologia nas aulas que leciona no ISEG, bem como nos processos administrativos da instituição. Perante os profissionais da área financeira presentes no evento organizado pela Cegid, João Duque sublinhou as vantagens ao nível da automatização de tarefas repetitivas e burocráticas, na análise de informação em massa, na definição de risco de crédito e diminuição de erros, em especial na comunicação fiscal ao Estado. “Temos de estar preparados para a mudança”, reiterou.

Eficiência à boleia da tecnologia

O evento, que decorreu nas instalações da CCIP – Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, incluiu ainda uma mesa-redonda em que participaram Francisco Mendonça (PwC), Marco Silva (Jupiter Hotel Group), Marta Graça (Germano de Sousa) e Paulo Mestre (Cegid). Estes profissionais partilharam a experiência de adoção de soluções de IA para apoiar a digitalização das suas organizações, com desafios individuais, mas ‘dores de crescimento’ semelhantes.

“Estamos a iniciar um projeto com a Cegid para a implementação destas soluções [de IA]. Dá muitas dores, mas tenho a certeza que, mais lá para a frente, vai ser bom ter tudo isto a funcionar”, reconheceu Marco Silva. O responsável do Jupiter Hotel Group lembra que a chave para o sucesso de projetos de digitalização como este é garantir a qualidade dos dados. “Nada se faz sem dados, os dados são a base da tomada de decisão e esses dados têm de ser bem tratados e bem introduzidos no sistema. Sem os dados, a IA não poderá funcionar”, sublinha.

Marta Graça, da Germano de Sousa, lembra que quando entrou no grupo, em 2017, “passava muito tempo a produzir mapas”, não existiam “dados integrados e uniformizados” e não havia tempo para “analisar” a informação

Marta Graça, da Germano de Sousa, lembra que quando entrou no grupo, em 2017, “passava muito tempo a produzir mapas”, não existiam “dados integrados e uniformizados” e não havia tempo para “analisar” a informação. A escolha foi, por isso, avançar com a implementação de soluções suportadas em IA e iniciar “o caminho da uniformização dos dados”, que foi, diz, “essencial”. “Não vamos tirar trabalho a ninguém”, aponta.

A par da organização e tratamento da informação, Francisco Mendonça assinalou ainda a importância de “saber fazer a questão” ao sistema de IA generativa. “As pessoas vão acrescentar valor de outras formas. A IA generativa, numa lógica de produtividade, tem imensos casos de uso que devem ser explorados pelas organizações”, refere.

“Consciencializar as organizações de que tem de dar este passo é o ponto de partida, e nem sempre é fácil”, diz Paulo Mestre. Para o responsável pelos serviços de consultoria da Cegid, é fundamental que as empresas envolvam todos os stakeholders para garantir alinhamento na implementação deste tipo de projetos. Por outro lado, realça, é preciso deixar claro “que não há uma substituição das pessoas”, mas uma “valorização e potencialização das competências e das capacidades de cada um”.

Eficiência e competitividade

Simplificar, ampliar e inspirar são três dos principais vetores que orientam a Cegid no desenho de soluções de gestão enriquecidas com IA. Trata-se de colocar a IA ao serviço das empresas com o objetivo elevar ao máximo o potencial de cada negócio e de cada profissional “O nosso objetivo é aproveitar o que de melhor a IA e colocá-la ao serviço das empresas e dos profissionais com o propósito de aumentar a eficiência, a produtividade e a capacidade de decisão. Estamos focados no desenvolvimento de IA realmente útil, que vai mudar o dia a dia das empresas”, explicou Pedro Vale, vice-presidente da Cegid para a área de Engenharia de IA e Data.

A Cegid é uma empresa líder na Europa em soluções cloud de gestão para as áreas financeira, recursos humanos, contabilidade e retalho, para empreendedores e pequenas empresas.

Pedro Vale, VP of Engineering for AI, Data and Frameworks da Cegid

Com um sólido modelo de negócio na cloud, a Cegid está comprometida em dar apoio personalizado e a longo prazo aos seus clientes, com o propósito de apoiar a digitalização das empresas de qualquer dimensão, desde pequenas a grandes empresas, para uma experiência de valor e distinta a nível local e internacional.

No sentido de desenvolver inteligência artificial que valorize a capacidade humana, a empresa abriu o primeiro Centro de IA em Portugal, localizado em Braga, que iniciou atividade recentemente e onde, até 2025 irão trabalhar 150 engenheiros, focados no desenvolvimento de tecnologia inovadora que será exportada para toda a Europa e restantes mercados onde a Cegid está presente (neste momento tem escritórios em 22 países e a suas soluções são utilizadas em 130 países).

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Economia dos Açores em discussão. Assista aqui

  • ECO
  • 3 Outubro 2024

A situação económica do Arquipélago dos Açores será o tema central do 11º debate ECO Local / Novobanco, em Ponta Delgada, no dia 17 de outubro.

O balcão master do Novobanco, em Ponta Delgada, nos Açores, será palco do 11º debate ECO Local / Novobanco, onde será discutida a situação económica da região, as oportunidades e os novos desafios que se colocam ao arquipélago. Este debate, que tem como enquadramento uma análise da área de research do Novobanco à económica regional, contará com o contributo de diferentes visões e experiências do tecido empresarial e da academia.

Moderado por António Costa, diretor do ECO, o debate terá a participação de Miguel Monjardino, Professor Convidado de Geopolítica e Geoestratégia no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa. É também colunista de política internacional em jornais; Luís Ribeiro, Administrador do novobanco; Helga Barcelos, Administradora e Diretora da Quinta dos Açores, Sócia-Gerente da AçorCarnes e Vice-Presidente e porta-voz do Grupo Barcelos e de Benedita Branco, sócia e gerente Lava Homes.

Assista ao evento online, aqui, no dia 17 de outubro, a partir das 18 horas (Portugal Continental).

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Emmanuel Pelege: “A BNP Paribas Cardif tem 1 milhão de apólices em Portugal”

Emanuel Pelege, CEO da seguradora especializada em proteção de pagamentos, explica como, discretamente, cresceu com parceiros como Cetelem, Cofidis, VW, Toyota e Universo da Sonae.

Emmanuel Pelege: “Estamos sempre à procura de um novo canal como parceiro, para se distribuírem os nossos seguros cujo carro chefe é o produto de proteção de pagamentos”.

A seguradora BNP Paribas Cardif, tem quase 30 anos de atividade em Portugal, espera um volume de prémios anual de 65 milhões de euros e é líder de mercado no ramo perdas pecuniárias, onde predominam os seguros de proteção de pagamentos. A nível global está presente em 30 países faturando 30 mil milhões de euros a nível mundial, dos quais 23 mil milhões resultam de seguros de poupança, vendidos principalmente nos países onde tem forte canal bancário como França, Itália e Bélgica. Os outros 7 mil milhões euros são resultado de seguros de proteção com um produto carro chefe da cadeia designado CPI (Credit Protection insurance), que oferece proteção financeira, proteção de pagamentos.

A partir de Madrid, Emmanuel Pelege, CEO da BNP Paribas Cardif na iberia, foi entrevistado por ECOseguros, num português perfeito de quem casou com uma brasileira e viveu e trabalhou 15 anos no Brasil, justamente na Cardif.

Pode explicar o negócio da Cardif em Portugal?

Somos uma empresa especializada em seguros de proteção de pagamentos no modelo de b2b2c (business to business to consumer), procurando alianças com bancos tradicionais e com companhias financeiras de consumo. Interessam-nos as áreas no mundo da mobilidade como os fabricantes de automóveis, as financeiras, retalho, telecom e utilities, mas estamos sempre à procura de um novo canal como parceiro, para se distribuírem os nossos seguros cujo carro chefe é o produto de proteção de pagamentos.

São feitos seguros diretamente aos consumidores, mas através de redes de venda dos parceiros?

Os seguros são vendidos pela força de venda dos nossos parceiros. Eles aproveitam os pontos de venda físicos em agências e lojas, mas também telemarketing e através do canal digital. Tentamos diversificar para conseguir o contacto com os clientes. O produto tem várias coberturas como cobertura de vida, de invalidez, de incapacidade e de desemprego. Nesse exemplo, coloco as quatro coberturas. Quando uma pessoa vem a falecer, ou em caso de invalidez, vamos indemnizar a dívida do crédito. Quando a pessoa segura está desempregada ou quando tem uma incapacidade, nós vamos pagar o número de mensalidades previsto na apólice.

Em Portugal já trabalhamos com a Ageas. Temos um acordo de resseguro. Nós fazemos o resseguro para os seguros de proteção de pagamentos da Ageas e acho que a aquisição de 9% do BNP Paribas na casa-mãe vai nos ajudar a consolidar essa parceria.

O que seduz na proteção de pagamentos?

Acho que a pandemia voltou a lembrar da sua importância. Durante a Covid a Cardif contribuiu muito a ajudar as famílias que tinham contratado o seguro. E também está presente nos momentos infelizes da vida, como uma incapacidade, ou o desemprego. Sabemos que quando as pessoas contraem um crédito, sobretudo nos créditos imobiliários a longo prazo com prazos de 15 ou 20 anos, uma crise irá acontecer e aí vamos jogar o nosso papel de companhia de seguros e de proteger os nossos segurados.

Nesse caso, o produto que é vendido tem uma componente de vida e uma componente não vida. Daí a Cardiff ter duas seguradoras em Portugal…

Para o cliente é um produto único, uma combinação de coberturas. Mas contabilizamos em duas companhias de seguros distintas para os riscos Vida e Não Vida.

Os seguros podem ser considerados incorporados nos bens e nos serviços ou são negócios à parte?

São assuntos separados, mas a jornada para o cliente é a mesma. Vai ser oferecido um crédito e nesse momento oferece-se o seguro, porque tem tudo a ver.

Então a distribuição é essencialmente pelos vossos parceiros?

Trabalhamos exclusivamente com parceiros e especificamente nesse modelo de b2b2c, essa é uma característica da Cardif. Não trabalhamos em diretos, não trabalhamos através de corretores com exceções de grandes corretores que podem intermediar uma parceria entre uma seguradora e um distribuidor.

O grupo BNP Paribas tomou a participação da Fosun no Grupo Ageas. Vai mudar alguma coisa?

Já existia uma parceria entre o BNP e a Ageas na Bélgica, uma joint venture onde o BNP tem 25%, uma aliança estratégica que vai continuar. Agora a BNP comprou 9% da Ageas, para fortalecer ou consolidar a parceria já existente. Esse tema de negócio não tem mudança. Em Portugal já trabalhamos com a Ageas. Temos um acordo de resseguro. Nós fazemos o resseguro para os seguros de proteção de pagamentos da Ageas e acho que a aquisição de 9% na casa-mãe vai nos ajudar a consolidar essa parceria.

Os produtos e o negócio da Cardiff em Portugal dependem então muito do emprego e do consumo…

Dos créditos hipotecários, de crédito automóvel, de empréstimo pessoal, um cartão de crédito, ou seja de todas as formas de crédito. Oferecemos nossos seguros e proteção de pagamento para proteger a dívida de crédito ou pagar as mensalidades em caso dos eventos negativos.

Qual é a taxa de sinistralidade em Portugal?

Entre 20 e 25%, de custos com sinistros em relação aos prémios emitidos.

Quem gere os sinistros? Quando há uma ocorrência quem atende?

Não somos unicamente um fornecedor de produto, estamos presentes em toda a cadeia de valor. Nesse sentido, em Portugal concebemos o produto, fazemos estudos de marketing, entendemos os clientes, e vamos ajudar na distribuição dos nossos parceiros. Ajudamos na integração de tecnologia e em tudo que é uso dos dados e analytics. Na parte operacional, fazemos toda a parte de pós-venda, como seja a gestão dos sinistros. Chamamos a tudo isto a nossa proposta de valor, queremos chegar ao maior valor possível para o cliente e que o parceiro também nos veja como um sólido parceiro de valor.

Queremos aumentar a penetração do seguro de proteção de crédito, mas também procuramos colocar outros tipos de seguros e temos o apetite para procurar outras alianças além das que nós temos.

Quantos clientes tem a Cardif em Portugal

Temos 1 milhão de apólices. É um modelo de seguro massivo que nós temos a capacidade de gerir muitos volumes em termos de aportes e consequentemente também nas operações de pós-venda, de gestão, etc.

As operações estão em Portugal?

Todas as operações estão em Portugal. Em Portugal temos desde atuários, a pessoas de marketing que ajudam comerciais, pessoas nas operações para gerir o call centre e para gerir sinistros. São 33 pessoas internas e um total de 55 contando externos.

Quanto será a faturação em 2024?

Prevemos faturar uns 65 milhões de euros. Temos crescido de forma muito significativa nos últimos dois anos. Para além de aumentar a penetração do seguro de proteção de crédito também procuramos colocar outros tipos de seguros e temos o apetite para procurar outras alianças além das que nós temos.

Quais são os parceiros mais salientes?

O principal é a Cetelem, a financeira do grupo BNP Paribas e nesse segmento temos também a Cofidis. No mercado de mobilidade automóvel, devemos mencionar a Volkswagen e a Toyota, no retalho e financeira de consumo trabalhamos com o Universo do Grupo Sonae onde somos a companhia de seguros para os cartões de crédito. Porque no mundo bancário, como eu mencionei, indiretamente assim trabalhemos. Somos ainda resseguradores dos produtos Ageas resultantes das operações desta com o Millennium BCP.

Pretendem oferecer mais que proteção de pagamentos?

Além da proteção de pagamentos, também oferecemos seguro de vida, seguro de acidentes, seguro oncológico, seguro de enfermidades graves e seguro de autorização fraudulenta dos cartões de créditos. Temos também uma linha de negócio para a extensão de garantia de carros. Para os interessados também será lançada uma linha de seguro para telemóveis. Ou seja, a cada item tem uma ampla gama de produtos para segurar as pessoas e seus bens dentro desse modelo partnership. O que nos diferencia realmente é a nossa proposta de valor. Queremos realmente ser vistos como uma empresa que inova e que, através da sua agilidade, vai permitir aportar valor aos nossos parceiros, aos clientes e também à sociedade.

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EUA consideram “improdutivo” Israel declarar Guterres ‘persona non grata’

  • Lusa
  • 2 Outubro 2024

Mas no Conselho de Segurança da ONU, os embaixadores de França, Reino Unido, China e Rússia expressaram "apoio total" ao trabalho de Guterres, enquanto a diplomata dos EUA optou pelo silêncio.

O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Matthew Miller, qualificou de “improdutiva” a recente decisão de Israel de declarar o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, como persona non grata. “Medidas como estas não são produtivas para (Israel) melhorar a sua posição no mundo”, avaliou Miller.

“A ONU realiza um trabalho extremamente importante em Gaza e na região. E a ONU, quando atua no seu melhor, pode desempenhar um papel importante em termos de segurança e estabilidade”, acrescentou o porta-voz em declarações à imprensa. A posição de Miller surgiu pouco depois de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, em que os Estados Unidos se destacaram como o único membro permanente do órgão a ignorar o ataque de Israel a António Guterres.

Na reunião, os embaixadores de França, Reino Unido, China e Rússia nas Nações Unidas defenderam Guterres e expressaram “apoio total” ao seu trabalho, enquanto a diplomata norte-americana não fez a menor alusão ao assunto. O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, anunciou esta quarta ter declarado o secretário-geral da ONU “persona non grata” no país, criticando-o por não ter condenado o ataque massivo do Irão a Israel na noite de terça-feira.

“Qualquer pessoa que não possa condenar inequivocamente o ataque hediondo do Irão a Israel não merece pôr os pés em solo israelita. Estamos a lidar com um secretário-geral anti-Israel, que apoia terroristas, violadores e assassinos”, disse Katz num comunicado. Na terça-feira, Guterres condenou o alargamento do conflito no Médio Oriente “com escalada após escalada” e apelou a um cessar-fogo imediato após o Irão atacar Israel com mísseis.

António Guterres reagiu às críticas de Israel, afirmando ter condenado implicitamente o regime iraniano numa declaração divulgada na noite de terça-feira. “Tal como fiz em relação ao ataque iraniano de abril, e como deveria ter sido óbvio que fiz ontem [terça-feira] no contexto da condenação que expressei, condeno veementemente o ataque massivo com mísseis do Irão contra Israel”, sublinhou Guterres durante a reunião de hoje do Conselho de Segurança.

Por sua vez, o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, classificou a decisão israelita como “política” e avaliou tratar-se de “apenas mais um ataque ao pessoal da ONU da parte do Governo de Israel”, mas sem efeitos jurídicos. Dujarric sublinhou que a ONU tradicionalmente não reconhece o conceito de persona non grata como aplicável ao pessoal da organização.

Quanto ao facto de o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita ter proibido a entrada de Guterres no país, Dujarric minimizou essa ação, argumentando que cada viagem do secretário-geral é feita a convite de um país. No entanto, reconheceu que isso pode afetar uma possível visita a Gaza, visto que a entrada no enclave palestiniano requer uma autorização de Israel.

Dujarric recordou que Governos de outros países chegaram a usar a mesma expressão – persona non grata – no passado contra representantes da organização, mas frisou que nos seus 24 anos nas Nações Unidas nunca tinha visto uma declaração de tal calibre contra um secretário-geral, nem a utilização desse “tipo de linguagem”.

O porta-voz observou que os atritos de Israel com a ONU afetam não apenas Guterres, mas também outros membros das Nações Unidas, como por exemplo Philippe Lazzarini, o alto comissário da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (URNWA), que não conseguiu entrar em Gaza e que teve recentemente a renovação do seu visto negada por Israel.

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Escolas de enfermagem de Lisboa, Coimbra e Porto fundem-se com universidades das suas cidades

  • Lusa
  • 2 Outubro 2024

O Governo anunciou ainda "a criação de um Conselho Nacional de Inovação Pedagógica, que será um espaço que liderará e aproveitará as melhores práticas de inovação pedagógica em Portugal".

O Governo aprovou esta quarta-feira a fusão das três escolas de enfermagem com as universidades de Lisboa, Porto e Coimbra e aprovou a criação do Conselho Nacional de Inovação Pedagógica.

Na conferência de imprensa do Conselho de Ministros, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, anunciou a fusão das escolas de enfermagem de Lisboa, Coimbra e Porto com as universidades das respetivas cidades, o que considerou “muito importante para fortalecer o ensino superior em Portugal”.

Anunciou ainda “a regulamentação e criação de um Conselho Nacional de Inovação Pedagógica, que será um espaço que liderará e aproveitará as melhores práticas de inovação pedagógica em Portugal”. O ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, já tinha avançado na terça-feira que brevemente iria a Conselho de Ministros a aprovação deste conselho para o ensino superior.

“Se eu não der aulas interessantes vai ser difícil motivar os estudantes e, por isso, mais facilmente eles ficam desincentivados, não conseguem a aprovação, depois entram num ciclo negativo de perda e muitas vezes problemas de saúde mental. E, por isso, nós temos que olhar para a inovação pedagógica, para o abandono e para o sucesso e para a saúde mental de uma forma integrada e não espartilhada, que é como ela tem sido tratada”, sustentou o ministro, durante as jornadas parlamentares da Aliança Democrática (AD), que terminaram na terça-feira.

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Comissão de inquérito à Santa Casa de Lisboa adiada para depois de discussão do OE

  • Lusa
  • 2 Outubro 2024

O início dos trabalhos da comissão de inquérito, e as respetivas audições, só comecem depois da discussão sobre o Orçamento do Estado para 2025. Só hega não votou a favor do adiamento.

O início dos trabalhos da comissão parlamentar de inquérito à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) foi adiado para depois da discussão do Orçamento do Estado para 2025, decidiu a maioria dos grupos parlamentares.

A comissão parlamentar de inquérito à SCML reuniu-se esta quarta-feira para apreciação e votação de regulamentos, a designação de um relator e para deliberar sobre várias diligências, tendo sido aprovado por quase todos os partidos, com exceção do Chega, que o início dos trabalhos, e as respetivas audições, só comecem depois da discussão sobre o Orçamento do Estado para 2025.

A escolha do relator ficou igualmente adiada, apesar de estar decidido que será do Partido Social Democrata (PSD), porque o partido adiantou não estar ainda em condições de indicar um nome. A comissão parlamentar de inquérito à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa vai investigar as decisões de gestão estratégica e financeira da instituição nos últimos 13 anos, começando com a provedoria de Santana Lopes, e procurar “apurar responsabilidades políticas”.

Estes objetivos constam do texto final consensualizado entre os partidos proponentes, após a aprovação em junho, pela Assembleia da República, das propostas do Chega, Iniciativa Liberal e Bloco de Esquerda para a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito à gestão da SCML.

De acordo com o texto, composto por nove objetivos, um dos intuitos desta comissão de inquérito é “inquirir as decisões de gestão estratégica e financeira efetuadas por parte da SCML, associadas ou subsidiárias, desde 2011, que possam ter contribuído para o desequilíbrio financeiro da SCML”.

O órgão parlamentar vai procurar em particular “avaliar e esclarecer as decisões efetuadas pelas mesas da SCML em funções, os respetivos provedores e os membros das administrações das empresas subsidiárias quanto à diversificação das fontes de financiamento, avaliação de risco, apoio jurídico e financeiro aos negócios efetuados nesse contexto, nomeadamente relacionados com a internacionalização, novas áreas de negócio no âmbito do jogo ou compra de novos equipamentos”.

No entanto, quer também procurar “apurar as responsabilidades políticas, contratuais, legais e financeiras” que levaram a SCML à atual situação e “avaliar a definição das orientações gerais de gestão e de fiscalização da atividade de gestão” da instituição por parte da tutela governativa entre 2011 e 2024.

A Assembleia da República aprovou, em 21 de junho, a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito à gestão da SCML após o Chega, Iniciativa Liberal e Bloco de Esquerda terem apresentado individualmente três propostas nesse sentido. As propostas da IL e BE foram aprovadas por unanimidade, enquanto a do Chega teve votos contra do PS e abstenções de PCP e Livre.

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Minalea lança ferramentas de estudo de mercado para seguradoras

  • ECO Seguros
  • 2 Outubro 2024

Com a Market Vision as equipas podem conhecer melhor os produtos de seguros disponíveis no mercado e através da Market Position têm visão panorâmica do posicionamento de cada produto no mercado.

A insurtech Minalea anunciou o lançamento de duas ferramentas, a Market Vision e a Market Position, que atuam sobre a forma como as seguradoras analisam o mercado e posicionam os seus produtos.

Stéphane Favaretto, co-fundador da Minalea, em entrevista ao ECO Seguros - 04JUL24
Stéphane Favaretto, co-fundador da Minalea, retrata o produto como sendo uma ferramenta que permite que as equipas otimizem o seu tempo. Ao simplificar e agilizar o processo de “pesquisa e exploração da informação” do mercado, os profissionais “podem concentrar-se na análise”, conclui.Hugo Amaral/ECO

A Market Vision funciona como um raio-x do mercado de seguros, permitindo às equipas de marketing e design de produto “aceder às condições gerais das ofertas de seguro analisadas, efetuar pesquisas sobre os aspetos que lhes interessam (…) nos produtos de uma ou mais seguradoras” e comparar os produtos de concorrentes, descreve a companhia. Com alguns cliques, é possível comparar diferentes ofertas nos produtos de seguro existentes no mercado.

Já a Market Position oferece uma visão panorâmica do posicionamento de cada produto no mercado. Através de gráficos, as equipas podem visualizar como os produtos se destacam ou se diferenciam da concorrência. “É uma solução que poupa um tempo considerável às equipas de marketing”, conta em comunicado.

“O conhecimento profundo das ofertas disponíveis no mercado e a comparação com as mesmas é algo que todos os intervenientes no setor dos seguros já fazem”, afirma Stéphane Favaretto, Diretor Geral da Minalea e responsável pelo negócio em Portugal. Segundo ele, as novas ferramentas da empresa simplificam e agilizam esse processo que é “moroso e complicado”, permitindo que as equipas de marketing e produto se concentrem em analisar os dados e desenvolver estratégias mais eficazes. “As equipas que as utilizam podem concentrar-se na análise, em vez de se esforçarem na pesquisa e na exploração da informação. Isto permite poupar tempo e aumentar a eficácia.”, completa Favaretto.

A Minalea analisa mais de 600 ofertas de seguros em seis ramos no mercado português: auto, casa, acidentes pessoais, saúde individual, saúde empresas, multirriscos comércio. A insurtech tem planos de expandir até ao final do ano a sua análise para três áreas, planos de saúde, seguros de vida e seguros para animais, atendendo à demanda de seus clientes.

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APS lança curso sobre regulamentação e data compliance da IA no setor segurador

  • ECO Seguros
  • 2 Outubro 2024

O curso tem como objetivo desmistificar os conceitos jurídicos fundamentais da IA e apresentar as principais tendências que moldam o futuro do setor segurador.

A Associação Portuguesa de Seguradores (APS) anunciou a realização do curso Inteligência Artificial (IA): regulamentação e data compliance no setor segurador das 9h00 às 12h45 nos dias 4 e 11 de outubro na sede da APS em Lisboa.

O curso tem como objetivo desmistificar os conceitos jurídicos fundamentais da IA e apresentar as principais tendências que moldam o futuro do setor segurador. Ao longo das duas sessões, os participantes terão a oportunidade de explorar temas como o IA Act, compliance de dados, governança de IA e casos práticos.

O primeiro encontro é dedicado à legal governance da inteligência artificial no setor segurador. Começa com uma introdução à IA, segue-se a análise sobre a importância da IA no setor segurador e as tendências futuras com recurso a casos de uso. Depois serão abordados os conceitos e síntese da regulação europeia para a IA, os desafios na implementação da IA no setor segurador, realização de um caso prático e termina com “IA governance“.

Já na semana seguinte a formação é sobre a conformidade dos dados em Inteligência Artificial no setor dos seguros. Começa por “introdução aos dados na era digital”, segue-se a “importância estratégica dos dados no contexto da IA”, “dados pessoais e não pessoais: compliance no contexto da IA”, “Data Act e o impacto na estratégia de IA”, apresentando um caso prático e o curso finaliza em”IA Data Governance”

No final do curso os formandos devem “conhecer o enquadramento legal e regulamentar IA e os seus impactos para o setor segurador; dominar os principais conceitos jurídicos em matéria de IA; entender a importância estratégica dos dados no desenvolvimento e utilização de produtos e serviços baseados em IA – o valor dos dados do setor segurador; saber analisar e implementar e gerir práticas de compliance que garantam o alinhamento com o quadro legal e regulatório de IA e do setor segurador em geral”, refere a associação.

Mais informações, aqui.

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Mudanças ao IBAN na Segurança Social Direta passam a ter de ser feitas presencialmente

  • Lusa
  • 2 Outubro 2024

O instituto adianta que "tem tido conhecimento de um crescente número de situações de IBAN alterados na Segurança Social Direta sem intervenção dos beneficiários titulares das contas bancárias".

A Segurança Social informou esta quarta-feira que “qualquer alteração ou inclusão de um novo IBAN” só é possível mediante comprovativo, que terá que ser entregue presencialmente, na sequência de burlas na Segurança Social Direta.

Em comunicado, o instituto liderado por Octávio de Oliveira adianta que “tem tido conhecimento de um crescente número de situações de IBAN alterados na Segurança Social Direta sem intervenção dos beneficiários titulares das contas bancárias”, pelo que “procedeu de imediato à inibição e bloqueio da inserção/alteração de IBAN nesta plataforma”.

Como tal, “a partir de agora, qualquer alteração ou inclusão de um novo IBAN no Sistema de Informação da Segurança Social só será possível mediante a entrega de um documento comprovativo da titularidade da conta bancária nos serviços de atendimento presenciais da Segurança Social”, acrescenta.

Paralelamente, a Segurança Social e o Instituto de Informática “estão a desenvolver soluções”, de modo a “reforçar a segurança no processo de inserção ou alteração de IBAN de forma a garantir a vinculação correta entre o titular da conta e os dados inseridos”.

O instituto já reportou estas situações à Segurança Social e aconselha os cidadãos visados “a apresentar queixa junto das autoridades policiais, assim como a manter a segurança digital atualizada em todos os seus equipamentos, prevenindo a sua utilização abusiva”.

Além disso, está a tomar medidas para mitigar a situação dos beneficiários lesados, “através da atribuição de um apoio pecuniário, mediante o cumprimento de procedimentos e em função da tipologia e do valor da prestação que não tenha sido recebida, devendo estes contactar os Serviços da Segurança Social”, remata.

Nos últimos tempos, as burlas em nome de institutos públicos como a Segurança Social ou a Autoridade Tributária têm sido recorrentes. A 12 de setembro, o instituto tinha confirmado à Lusa que se tem deparado com mensagens fraudulentas em seu nome e aconselhava os cidadãos a apresentarem “queixa junto dos órgãos de polícia criminal ou do Ministério Público”.

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Banco polaco do BCP fez provisões de 120 milhões de euros no terceiro trimestre

  • ECO
  • 2 Outubro 2024

O Bank Millennium anunciou novas provisões de cerca de 120 milhões de euros no terceiro trimestre do ano. Impacto das credit holidays será reduzido.

O Bank Millennium, o banco polaco do BCP, estima constituir provisões relacionadas com empréstimos hipotecários em moeda estrangeira de 470 milhões de zlótis (cerca de 109,4 milhões de euros) no terceiro trimestre do ano, segundo um comunicado enviado esta quarta-feira ao mercado.

A somar a este valor, o banco anuncia ainda provisões de 62 milhões de zlótis, cerca de 14,4 milhões de euros, para riscos legais relacionados com a carteira de crédito originada pelo Euro Bank, “contudo sem impacto nos resultados líquidos”.

Por outro lado, o banco liderado por João Bras Jorge, chairman do Bank Millennium – detido em 50,01% pelo BCP – avança que o custo das “credit holidays foi reduzidos em 44 milhões de zlótis para 157 milhões”, lê-se na nota publicada no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Assim, o impacto desta suspensão temporária dos pagamentos dos empréstimos (credit holidays) – uma figura em vigor na Polónia – será “positivo na margem financeira neste período” e nos resultados financeiros do banco e do grupo.

O valor final das provisões para riscos legais será divulgado a 29 de outubro de 2024, data para a qual está prevista a apresentação dos resultados do terceiro trimestre de 2024.

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Instituto da Segurança Social faz averiguação interna à transferência de 34 milhões para a Santa Casa

Ordem da averiguação interna foi dada pelo atual presidente do Instituto da Segurança Social, Octávio Félix de Oliveira, em agosto deste ano.

O Instituto de Segurança Social está a fazer uma averiguação sobre a transferência do Estado de 34 milhões de euros para a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), para pagamento de despesas extraordinárias com estruturas residenciais para idosos durante a pandemia e que não estavam previstas no protocolo de cooperação. A indicação é dada no parecer do Tribunal de Contas (TdC) à conta geral do Estado de 2023, entregue esta quarta-feira no Parlamento.

A ordem da averiguação interna foi dada pelo atual presidente do Instituto da Segurança Social, Octávio Félix de Oliveira, em agosto deste ano, após a divulgação dos resultados de 2023, mas ainda não terá sido concluída.

No parecer à conta geral do Estado 2023, a instituição liderada por José Tavares mostra dúvidas sobre a transferência de 34 milhões de euros, assinalando no relatório que “não foi possível confirmar” toda a informação. Em causa está a injeção realizada pelo Instituto de Segurança Social, em agosto de 2022, e que ajudou a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa a fechar 2023 com um resultado líquido positivo de 2,4 milhões de euros.

No contraditório ao parecer, o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS) informou o Tribunal que foi remetido ao inspetor-geral do MTSSS o relatório de gestão e contas da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa relativo a 2023, datado de maio deste ano. Posteriormente, a 06 de agosto deste ano, o presidente do Instituto da Segurança Social “determinou uma averiguação interna sobre a transferência de 34 milhões de euros para a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa”, indicando que irá informar o Tribunal de Contas dos resultados.

O Tribunal de Contas dá conta que, segundo o Instituto de Segurança Social, os valores foram apurados pela SCML (que remeteu uma lista nominativa), mas os juízes não conseguiram confirmar “se os valores foram validados” pelo instituto.

Também não conseguiram confirmar se decorreu de necessidades e solicitações da segurança social, ou seja, se o aumento de pessoas acolhidas na resposta social Estrutura Residencial para Pessoas Idosas e dos inerentes custos (suportados pela SCML) “resultou das suas atribuições e do normal funcionamento das atividades sociais daquela entidade (incluindo protocolos com outras entidades)”, uma vez que a SCML sempre teve estruturas destas não protocoladas, ou “se foi em resposta a necessidades e solicitações” não contempladas em protocolo, como por exemplo através da utilização de vagas de emergência).

Entre as informações não confirmadas inclui-se ainda “as razões pelas quais tais compromissos não foram satisfeitos em tempo oportuno, mas apenas decorridos mais de três anos“.

O Tribunal de Contas assinala que “estes montantes não se encontravam relevados contabilisticamente” nas contas do Instituto de Segurança Social nos anos referidos. “Acresce que os termos da cooperação entre ambas as instituições, em vigor ao tempo dos factos, não abrangia a área de intervenção em causa, sendo que, com exceção da adenda extraordinária, continua a não prever para o futuro”, acrescenta.

O Parlamento aprovou uma comissão parlamentar de inquérito à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que vai investigar as decisões de gestão estratégica e financeira da instituição nos últimos 13 anos, para “apurar responsabilidades políticas”. A comissão será presidida pelo deputado socialista Tiago Barbosa Ribeiro e terá como vice-presidentes a deputada do Chega Felicidade Vital e o deputado do PSD Maurício Marques.

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Municípios rejeitam acusação do Governo e dizem que já apresentaram proposta de aumento para bombeiros

Associação Nacional de Municípios diz ser “com estranheza e estupefação” que ouviu a ministra da Administração Interna responsabilizar as autarquias pelo mau estar que provocou o protesto desta tarde.

A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) reagiu com “estranheza e estupefação”, ao final da tarde desta quarta-feira, às palavras da ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, que no Palácio de São Bento afirmou que “os Bombeiros Sapadores que estão a manifestar-se junto à Assembleia da República não têm como patrão o Estado e dependem das autarquias locais”.

Para a entidade liderada por Luísa Salgueiro, “é com estranheza e estupefação que ouvimos as declarações da Ministra da Administração Interna, pretendendo responsabilizar os municípios pelo protesto dos bombeiros sapadores”.

Afirma a ANMP que “desde a reunião realizada, no dia 12 de junho, com o secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias e o secretário de Estado da Proteção Civil, Paulo Simões Ribeiro, que se encontra nas mãos do governo uma proposta da ANMP, incluindo a revisão da carreira e remunerações destes bombeiros”.

É ainda sublinhado no comunicado que, considerando a reivindicação de “revisão da carreira profissional e respetiva remuneração” que levou os bombeiros a um protesto durante o dia, é ao Governo que cabe agir. “A ANMP apresentou uma proposta, que foi amplamente consensualizada, a que o Governo ainda não deu seguimento. O que se impõe é que a Ministra da Administração Interna assuma politicamente a necessidade de resolver estas questões que preocupam os bombeiros e os municípios”.

Também esta quarta, o ministro da Presidência secundou as palavras da colega de Governo. Falando de “instrumentalização política” do protesto dos bombeiros sapadores, Leitão Amaro afirmou que aquilo que o Governo tem pela frente é “um problema com décadas”, que tenta resolver, e reiterou que os bombeiros “são trabalhadores das autarquias”.

Abordando o que considera ser o papel do Governo nesta matéria, o ministro da Presidência disse que “é de legislador”. Já as autarquias, “verdadeiramente é que decidem os recursos que têm, que decidem a gestão e a organização das condições de trabalho”.

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