Concorrentes da CUF contestam projeto-piloto com SNS para partilha de dados de utentes

Projeto-piloto para partilha de dados de utentes com a CUF apanhou de surpresa grupos concorrentes. Alegam que pode estar a beneficiar um grupo em detrimento de outros. SPMS admite alargar iniciativa.

Alguns dos maiores grupos hospitalares privados estão a contestar o recém-anunciado projeto-piloto entre o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a CUF para a partilha de dados de utentes. Inclusivamente, dois já escreveram aos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) a manifestarem as suas preocupações, de acordo com as informações recolhidas pelo ECO. Entre outros receios, alegam que a iniciativa inserida no âmbito do Registo de Saúde Eletrónico pode estar a dar vantagem a um operador em detrimento de outros, falseando a concorrência. Preocupação que os SPMS afastam.

A entidade liderada por Sandra Cavaca adiantou ao ECO que recebeu “cartas de dois grupos hospitalares” que se encontram em “análise”, mas garantiu que a iniciativa com a CUF ainda não se encontra a funcionar. “Só entrará em funcionamento após e caso seja formalizado o protocolo”, assegurou fonte oficial do SPMS. Por outro lado, para acautelar os receios do setor, a mesma fonte admitiu “considerar a participação de qualquer outro grupo ou entidade hospitalar privada ou do setor social que manifeste essa intenção”.

A Lusíadas Saúde confirmou ao ECO que enviou uma carta aos SPMS, “dando conhecimento da mesma ao Ministério da Saúde, na qual manifestou as suas preocupações relativamente ao alegado projeto-piloto para partilha de dados de doentes — utentes do SNS — com um (único) grupo privado de saúde”.

A Luz Saúde adiantou que também pediu informações sobre a iniciativa. “Ainda não obtivemos resposta”, afirmou fonte oficial. O ECO questionou ainda a Trofa Saúde, mas até ao fecho deste artigo não obteve resposta.

Por seu turno, a CUF disse “estar, como sempre esteve, comprometida em apoiar soluções que contribuam para desenvolver um sistema nacional de saúde que coloque cada vez mais os doentes no centro do processo de decisão na gestão da sua saúde e disponível para trabalhar articuladamente com todos para o desenvolvimento de respostas inovadoras e positivas para os cidadãos que servimos em conjunto“.

Em causa está um projeto-piloto que deverá ser iniciado em breve com a CUF e que consiste na partilha de resultados de exames, permitindo que os médicos daquele grupo hospitalar privado possam aceder ao historial de exames prescritos no SNS e vice-versa.

A iniciativa insere-se na “estratégia de alargamento dos exames sem papel, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), na perspetiva de benefícios claros para os utentes”.

“Transmite a imagem de que alguém está a ser privilegiado”

Fonte oficial dos SPMS adiantou que o envolvimento da CUF neste projeto-piloto resulta de um “convite formulado e anunciado pela direção executiva do SNS” em fevereiro. A própria ministra da Saúde, Ana Paula Martins, lembrou na semana passada no Parlamento que no anterior Governo já tinha sido pensado um protocolo “por causa da obstetrícia” entre a direção executiva do SNS, a SPMS, a ACSS e o grupo CUF.

Mas para os outros grupos hospitalares — que foram surpreendidos com a iniciativa, tendo tido conhecimento dela através dos jornais — a justificação parece não ser suficiente face aos problemas que a parceria levanta.

“Transmite a imagem de que alguém está a ser privilegiado e, no limite, pode violar o direito da concorrência”, assinala uma fonte hospitalar ouvida pelo ECO, que sublinha que este trabalho “deve ser feito por todos e envolvendo todos” num “contexto de discussão e preparação ao abrigo da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada” (APHP).

Mas não é só a questão de o projeto-piloto com a CUF poder violar a livre a concorrência. Outra fonte apontou ainda que a iniciativa, ao ser financiada pelo PRR, pode configurar num auxílio de Estado ilegal.

SPMS abre a porta aos outros hospitais

Este projeto-piloto é o primeiro passo para se operacionalizar o Registo de Saúde Eletrónico (RSE), que resulta de uma diretiva europeia e que permitirá a partilha de dados de saúde dos utentes entre o setor público, privado e social.

Os Estados-membros têm até 2028 para aplicar o RSE, não obstante, a ministra da Saúde conta que este esteja operacional, pelo menos, nas unidades do SNS até agosto do próximo ano.

Embora a funcionalidade de partilha dos resultados de exames “ainda não esteja a funcionar”, já “foram realizados testes”. O projeto-piloto com a CUF visa “avaliar a efetividade do mesmo e a posterior disseminação pelo sistema de saúde”, sublinha a entidade liderada por Sandra Cavaca, indicando que “só entrará em funcionamento após e caso seja formalizado o protocolo”.

No entanto, perante o desconforto de outros grupos privados, fonte oficial dos SPMS referiu que está a analisar o tema e vai “responder logo que possível” e admitiu que, “no caso de ativação da funcionalidade, poderá ser considerada a participação de qualquer outro grupo ou entidade hospitalar privada ou do setor social que manifeste essa intenção”.

Por outro lado, asseguram que o projeto “salvaguarda todas as questões relativas” à proteção de dados, “nomeadamente as referentes ao consentimento do utente”. Aliás, esta garantia já tinha sido dada pela própria ministra da Saúde, notando que a partilha só será feita “com autorização do utente”.

Ana Paula Martins adiantou ainda que todos os sistemas informáticos das unidades do SNS estão a ser migrados para sistemas criados pelos SPMS. “Faltam-nos três unidades de saúde, não vou dizer quais são”, indicou a governante. “Lá chegaremos, até ao final do ano”.

Perante a abertura dos SPMS em alargar o projeto-piloto a outras empresas, a Lusíadas demonstrou-se disponível. “O Grupo Lusíadas Saúde estará sempre interessado em participar em iniciativas que visem melhorar o acesso da população aos cuidados de saúde, seja a criação do Registo de Saúde Eletrónico ou outras”, indica fonte oficial ao ECO.

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Governo elimina livros de registo para empresas sem contabilidade organizada

O Governo vai eliminar os livros físicos de registo para empresas e contribuintes sem contabilidade organizada. A medida poderá impactar mais de um milhão de sujeitos passivos singulares ativos.

O Governo dá esta terça-feira mais um passo na desburocratização e modernização do Estado, ao eliminar a necessidade de empresas e contribuintes sem contabilidade organizada deterem livros físicos de registo das suas operações.

O ECO sabe que esta será uma das várias propostas que o Governo irá aprovar no primeiro Conselho de Ministros dedicado à Transição Digital e Modernização, que irá ocorrer esta terça-feira de manhã, na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.

A eliminação da aquisição de livros de registo visa, essencialmente, eliminar a duplicação de procedimentos, uma vez que os sujeitos passivos já classificam faturas no sistema e-Fatura para efeitos de IRS e IVA, mas, segundo o artigo 50.º do Código do IVA, as empresas que não possuam contabilidade organizada são obrigadas a deter até cinco livros de registo, dependendo da sua atividade, cada um com um custo que varia entre 8,9 e 16,9 euros, totalizando uma fatura global de até 73,5 euros.

O regime simplificado de tributação ou de contabilidade não organizada é atribuído por defeito pela Autoridade Tributária e Aduaneira quando um empresário em nome individual ou trabalhador independente abre atividade, sendo que apenas se aplica a situações em que o montante anual ilíquido de rendimentos seja inferior a 200 mil euros e a empresa apresente um balanço do período de tributação anterior inferior a 500 mil euros.

A eliminação da obrigatoriedade de manter livros físicos de registo para empresas e contribuintes sem contabilidade organizada visa adaptar a legislação às práticas atuais e evitar penalizações desnecessárias.

É certo que é raro o sujeito passivo que hoje detém estes livros de registo, desde logo porque praticamente todas as faturas são emitidas em formato digital. Mas também porque, tal como o próprio Governo reconhece num documento a que o ECO teve acesso, é difícil obter os livros de registo em papelarias, por se encontrarem “frequentemente esgotados.”

Porém, numa eventual fiscalização por parte da Autoridade Tributária, a ausência destes livros poderá levar à aplicação de uma coima por parte do agente tributário mais “exigente”, dado que a lei exige a sua existência para registo das operações.

O Governo estima que esta medida seja implementada até ao segundo trimestre do próximo ano e calcula que esta mudança de procedimentos poderá ter impacto em mais de um milhão de sujeitos passivos singulares ativos e mais de 50 mil empresas que não têm contabilidade organizada. Porém, o Executivo de Luís Montenegro refere que não consegue “identificar aqueles que dispõem de um sistema de contabilidade simplificado que satisfaça os requisitos de controlo obrigatórios.”

A eliminação da obrigatoriedade de manter livros físicos de registo para empresas e contribuintes sem contabilidade organizada representa, assim, um passo na modernização e desburocratização do Estado, mas, sobretudo, visa adaptar a legislação às práticas atuais e evitar penalizações desnecessárias, refletindo com isso a realidade do mercado em que a utilização de tais livros é praticamente inexistente.

Além de que, ao reconhecer a dificuldade em obter esses livros no mercado e a redundância dos procedimentos, o Governo está a promover uma maior eficiência e simplificação administrativa, poupando tempo e dinheiro à economia.

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Revisão da despesa dos Governos de Costa foi “ineficiente ou ineficaz”

Auditoria do TdC conclui que, entre 2016 e 2023, os instrumentos de revisão de despesa pública, que poderiam gerar ganhos e ajudar a financiar pensões, por exemplo, mostraram-se ineficazes e inúteis.

Os três Governos de António Costa desperdiçaram poupanças com maus exercícios de revisão e racionalização da despesa pública entre 2016 e 2023, conclui uma auditoria do Tribunal de Contas (TdC), divulgada esta terça-feira. Se tivessem aplicado os instrumentos de forma eficaz, poderiam ter gerado ganhos orçamentais que serviriam, por exemplo, para ajudar a financiar o aumento de despesa com pensões, saúde e cuidados continuados, como sugere o Ageing Report de 2024 da Comissão Europeia.

O que é que está em causa? “A revisão da despesa consiste num escrutínio detalhado, coordenado e sistemático da despesa base do Estado, com o objetivo de identificar poupanças decorrentes de melhorias na eficiência e oportunidades para reduzir ou redirecionar despesa pública não prioritária, ineficiente ou ineficaz”, define a instituição liderada por José Tavares.

Neste âmbito, o Tribunal critica a atuação dos três ministros das Finanças, Mário Centeno, João Leão e Fernando Medina na forma como implementaram mecanismos de revisão de despesa nos orçamentos do Estado. Em 2016, até foi criado um grupo de trabalho, que ficou na dependência direta do então ministro das Finanças, Mário Centeno, que foi responsável pela coordenação do exercício de revisão da despesa pública até 2020.

Debate OE2020 - 10JAN20

Porém, “não foi fornecida documentação significativa sobre a atividade do grupo de trabalho, o que implicou que a prova de auditoria recolhida sobre a sua ação tenha sido, essencialmente, de natureza testemunhal”, critica o TdC. “Não foram definidos montantes de poupanças anuais a atingir, nem calendários precisos, quer para entrega de propostas para as opções de política a implementar, quer para a respetiva concretização”, acrescenta.

Entretanto, o grupo de trabalho interrompeu a atividade na sequência da cessação de funções do seu coordenador, a 1 de maio de 2020. Essas funções passaram, então, para a tutela dos gabinetes do ministro das Finanças e do secretário de Estado do Orçamento, com o apoio técnico do Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais Ministério das Finanças (GPEARI), até novembro de 2022.

Entre 2017, com Centeno ao leme das Finanças, e 2021, com João Leão, “os relatórios dos Orçamentos do Estado (OE) passaram a integrar uma secção específica dedicada ao exercício de revisão da despesa”, refere o TdC. “No relatório do OE 2022, a revisão da despesa foi incluída no capítulo referente a medidas de consolidação orçamental e, no relatório do OE 2023, embora não seja referida explicitamente, encontra-se num anexo com a designação de ‘Melhoria da eficiência e controlo da despesa pública'”, detalha o relatório.

Governos de Costa estimaram ganhos de eficiência de 1.457 milhões de euros

Nesses documentos, nos vários Executivos de Costa “foram listadas e descritas as medidas de obtenção de poupanças, essencialmente através de ganhos de eficiência, e indicados os valores previstos para essas poupanças orçamentais”. “Globalmente, entre 2017 e 2023, as poupanças orçamentais a obter com a revisão da despesa, incluídas nos sucessivos relatórios do OE, atingiram os 1.457 milhões de euros”, indica com base nos relatórios dos Orçamentos do Estado. Mas, para o Tribunal de Contas, as “deficiências identificadas na qualidade da informação impedem a quantificação agregada das respetivas poupanças e constrangem a análise comparada com os impactos previstos constantes dos relatórios dos Orçamentos do Estado”. Para além disso, a auditoria alerta que “a indicação dispersa, descoordenada e não fundamentada de medidas destinadas a gerar poupanças por ganhos de eficiência não é um processo de revisão da despesa”.

“De igual modo, também não constitui revisão da despesa a boa administração que compete aos gestores públicos”, dando o exemplo do Infarmed. Aquele instituto indicou que lhe são solicitadas “(…) periodicamente e para efeitos do OE (…) propostas de medidas de políticas, passíveis de implementação, que promovam uma melhoria no acesso aos medicamentos e geradoras de poupanças para o SNS e/ou utentes (…)”. “Esta atividade ocorreu no período alvo de auditoria do Tribunal de Contas, mas não no âmbito de um exercício de revisão da despesa. A proposta de medidas por parte do Infarmed num âmbito de um exercício de revisão de despesa apenas ocorreu em 2023, altura em que foi solicitada a sua participação nesse referido exercício”, revelou a mesma entidade.

“Esta afirmação, repetida várias vezes ao longo do contraditório, de uma entidade que tutela uma área muito significativa de despesa pública ilustra, de forma clara, a fragilidade técnica do exercício conduzido entre 2016 e 2023 e o papel decisivo que uma estrutura técnica permanente deve ter, quer na viabilização do exercício, quer na sua legitimação junto das entidades públicas”, destaca o estudo do TdC.

A indicação dispersa, descoordenada e não fundamentada de medidas destinadas a gerar poupanças por ganhos de eficiência não é um processo de revisão da despesa.

Tribunal de Contas

A partir do OE2017, as circulares anuais de preparação do OE passaram a incluir um capítulo sobre o exercício de revisão da despesa (aí designado como expenditure review). Nesse campo, mais de 500 entidades públicas estavam obrigadas a incorporar nos seus planos orçamentais (…) iniciativas de melhoria da eficiência e de controlo da despesa (…)” que permitissem (…) acomodar o efeito de novas pressões orçamentais, mas também gerar folgas financeiras para acomodar eventuais novos projetos”, escreve o Tribunal de Contas.

Para tal, era disponibilizado um formulário, o designado anexo x, que “deveria desempenhar um papel fulcral no âmbito do exercício de revisão da despesa implementado entre 2016 e 2023, na medida em que seria o instrumento de recolha de propostas de iniciativas de política ao nível dos serviços, que se consolidariam ao nível dos respetivos ministérios e, posteriormente, integrariam o OE”, de acordo com o relatório.

“No entanto, não foi isso que ocorreu. Não há evidência de ligação entre esta recolha de informação acerca de iniciativas de melhoria de eficiência e controlo orçamental, ao nível da entidade, e o que possa ter sido a sua eventual implementação, assim como não foi encontrada evidência de avaliação e consolidação das iniciativas das entidades ao nível das respetivas tutelas”, constata o organismo de fiscalização às contas públicas.

“Da evidência recolhida e da análise detalhada à qualidade da informação submetida através deste anexo, o seu preenchimento viu-se, largamente, reduzido ao mero cumprimento de uma obrigação administrativa necessária à aprovação do orçamento, retirando-lhe qualquer utilidade como instrumento de gestão orçamental”, lê-se no mesmo relatório. Por isso o TdC conclui que “eventuais benefícios acabaram por ser anulados, não só pela sua ambiguidade e pouca clareza, como também pela ausência de análise, monitorização e posterior acompanhamento, tornando aquele instrumento essencialmente inútil”.

“Não há conhecimento de que tenha existido controlo da informação submetida pelos serviços e entidades através do anexo X, por parte do Ministério das Finanças e dos ministérios setoriais, nem a monitorização da implementação das medidas propostas”, refere o Tribunal de Contas, lembrando que o anexo X chegou a ser “apresentado perante entidades internacionais, como um pilar fundamental do exercício de revisão da despesa em Portugal”.

Incentivo à eficiência da despesa pública revelou-se “totalmente ineficaz”

Ainda foi aprovado o Sistema de Incentivos à Eficiência da Despesa Pública (SIEF), instrumento direcionado à melhoria da qualidade da despesa pública, que se revelou “totalmente ineficaz”. “Desde a sua criação, em 2017, apenas uma candidatura”, submetida pela própria Direção-Geral do Orçamento (DGO), “foi aprovada e não foram pagos quaisquer incentivos. Apesar da sua ineficácia total, o SIEF não foi objeto de avaliação, nem de qualquer alteração e manteve-se em vigor até 2024”, lê-se no relatório.

Em Portugal, registaram-se “três experiências distintas de desenvolvimento desde tipo de instrumento de gestão financeira pública entre 2013 e 2024”, aponta o TdC. A primeira ocorreu durante o programa de ajustamento económico e financeiro (2013-2014), durante o Governo de Pedro Passos Coelho. “Foi fortemente marcada pela necessidade de alcançar, no curto prazo, reduções substanciais no volume de despesa pública. A implementação do processo beneficiou da assistência técnica do Fundo Monetário Internacional e teve um âmbito bastante abrangente, embora a análise da despesa base não tenha sido muito profunda, consistindo sobretudo em comparações nacionais e internacionais”, sumariza o TdC.

A segunda fase, entre 2016 e 2023, e que atravessa os três Governos de António Costa ficou marcada “pela ambiguidade quanto aos objetivos e âmbito do exercício, pela fragilidade da estrutura de governança responsável pela sua execução e pela tentativa de envolvimento de um grande número de entidades, de acordo com o relatório.

Em relação ao terceiro e atual processo de revisão da despesa, que está nas mãos do Governo de Luís Montenegro, a auditoria do Tribunal de Contas indica que “ainda subsistem riscos na capacidade de assegurar a transição para as etapas mais exigentes do processo: a implementação das ações de política, a monitorização dessa implementação e a avaliação ex-post do processo”.

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PS mandata Pedro Nuno para iniciar diálogo com Governo sobre OE2025

  • Lusa
  • 15 Julho 2024

O PS, segundo Marcos Perestrello, está nas negociações para o OE2025 de "boa-fé" e assegurou a "preocupação de não partir para estas negociações com linhas vermelhas".

O secretário-geral socialista, Pedro Nuno Santos, foi esta segunda-feira mandatado pela Comissão Política Nacional do PS para iniciar um diálogo com o Governo em relação ao Orçamento do Estado, assegurando “boa-fé” nas negociações e recusando “linhas vermelhas”.

Durante a reunião da Comissão Política Nacional, Marcos Perestrello, do Secretariado Nacional do partido, veio dar nota aos jornalistas desta decisão do órgão do partido. “A Comissão Política Nacional do PS mandatou o secretário-geral do do PS para iniciar um processo de diálogo com o Governo relativo à aprovação ou não do próximo Orçamento do Estado”, anunciou o dirigente socialista.

De acordo com Marcos Perestrello “existe do lado do PS uma vontade firme e verdadeira de construir um bom” orçamento, mas ressalvou que a obrigação de o aprovar “cabe em primeiro lugar ao Governo”.

O PS, segundo o dirigente, está nestas negociações de “boa-fé” e assegurou a “preocupação de não partir para estas negociações com linhas vermelhas”.

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Resseguros estão preparados para evento catastrófico de grande dimensão

  • ECO Seguros
  • 15 Julho 2024

A probabilidade das resseguradoras serem capazes de gerir eficazmente um forte evento catastrófico está entre os 99,95% e 99,99% segundo a S&P Global Ratings Insurance.

O setor ressegurador está preparado para gerir eficazmente um evento catastrófico de grande dimensão, como a um evento que ocorre de 1 em 200 ou 500 anos. É o que acredita Ali Karakuyu, Diretor e Analista Principal da S&P Global Ratings Insurance que o assinalou num webinar da empresa, avançou o Reinsurance News.

Segundo Karakuyu, as empresas de resseguro têm uma sólida base de capital, havendo uma probabilidade de 99,95% ou 99,99% de que as reservas de capital das empresas sejam suficientes para cobrir as perdas num cenário extremo.

Em termos práticos, caso ocorra uma catástrofe de grandes dimensões, os lucros das empresas de resseguros e os orçamentos destinados a cobrir catástrofes seriam consumidos, assinalou o especialista.

No entanto, o setor está preparado para essas situações e tende a reagir de forma a minimizar os impactos financeiros. Uma das estratégias que mencionou passa pelo aumento dos preços dos prémios de resseguro nas áreas afetadas pela catástrofe.

O analista reconheceu que o impacto variaria entre as empresas, e que algumas seriam mais afetadas que outras. No entanto, a avaliação das empresas centrar-se-ia na capacidade destas de se recuperarem nos próximos dois a três anos e de promoverem o aumento dos prémios e recuperar perdas.

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Ana Araújo nomeada diretora de Distribuição Face-to-Face da MetLife

  • ECO Seguros
  • 15 Julho 2024

A responsável integra o Comité de Direção Ibérico da seguradora e acumula 20 anos de experiência em gestão do canal de agentes 11 dos quais passados na MetLife. 

A MetLife nomeou Ana Araújo para o cargo de diretora do canal de Distribuição Face-to-Face para Portugal. Segundo comunicado pela seguradora, a executiva vai acumular estas novas funções de liderar a relação com o canal de corretores e mediadores não ligados com as que já ocupava enquanto diretora de canal de agências exclusivas na MetLife.

Ana Araújo é a nova diretora de Distribuição Face-to-Face da MetLife, integra o Comité de Direção Ibérico e é também diretora de canal de agências exclusivas na MetLife.

A dirigente, que integra o Comité de Direção Ibérico, acumula 20 anos de experiência em gestão do canal de agentes (exclusivos e independentes) 11 dos quais na MetLife.

Para Oscar Herencia, Vice-presidente para o sul da Europa e diretor geral da MetLife na Ibéria, “a Ana Araújo apresenta fortes competências de liderança e um vasto conhecimento da distribuição presencial no mercado português. A sua experiência nos dois canais que vai liderar, permite-nos criar sinergias e oportunidades de colaboração que vão potenciar o crescimento das nossas operações”.

Há 23 anos no setor segurador, Ana Araújo iniciou o seu percurso profissional na área de gestão comercial na Tranquilidade, agora Generali/Tranquilidade. Passou pela Metlife em 2010 e lá ficou a ocupar funções de direção comercial até 2018. Foi também diretor comercial da Asisa durante três anos antes de regressar à MetLife.

A nova diretora de Distribuição Face-to-Face é licenciada em Comunicação Empresarial pela Escola Superior de Comunicação Social e conta com formação em gestão bancária e de seguros do ISEG assim como em fiscalidade e contabilidade pela Universidade Católica.

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Ataque a Trump “une” candidatos na moderação do discurso, mas EUA continuam em “pré-guerra civil”

  • Joana Abrantes Gomes
  • 15 Julho 2024

Depois de Biden e Trump apelarem à união na sequência do ataque ao ex-presidente, analistas antecipam um discurso mais moderado, mas não sabem por quanto tempo.

Reza a expressão popular que “uma imagem vale mais que mil palavras” e a fotografia tirada por Evan Vucci, o principal fotojornalista da agência Associated Press em Washington, segundos após Donald Trump ser atingido por uma bala na parte superior da orelha direita, é prova disso mesmo. A imagem em que se vê o ex-presidente norte-americano de punho erguido, com a bandeira dos EUA de fundo, enquanto o sangue lhe escorria pelo rosto, tem corrido mundo e, antecipam os analistas, deverá beneficiar – pelo menos por enquanto – o candidato republicano na corrida contra Joe Biden à Casa Branca. Apesar do apelo à união, há riscos de que o alegado atentado do último sábado faça escalar a violência política nas ruas de um país já bastante polarizado.

Com o início da convenção republicana esta segunda-feira, as sondagens já favoreceriam por si só o partido que realiza o evento, devido ao “efeito mediático” que dele resulta, mas o ataque ocorrido no último sábado, em que Trump teve “sorte” não só por ter sobrevivido com um ferimento muito ligeiro, como também por haver no local fotógrafos que registam imagens “icónicas” e “poderosas”, confere-lhe “vantagem” e coloca “dificuldades acrescidas” ao Partido Democrata e ao atual Presidente, explica Luís Tomé, professor catedrático na Universidade Autónoma de Lisboa (UAL), em declarações ao ECO. Isto porque, justifica, “numa primeira fase, um atentado favorece sempre a vítima“.

 

António José Telo partilha esta opinião, enfatizando a atitude do ex-presidente na sequência do ataque – que, além de ter atingido Trump, matou uma pessoa e feriu outras duas com gravidade. “É o tipo de imagem e de atitude que a opinião pública norte-americana recebe muito bem, porque valoriza sempre o lutador, a pessoa que procura superar a adversidade e que não se dá por vencida. Num momento de grande perigo, tem uma atitude que não é de ‘deixem-me fugir’, é de apelar à luta”, assinala o historiador ao ECO.

As sondagens já começavam a favorecer Donald Trump em relação a Joe Biden antes do atentado no comício do candidato republicano no Estado da Pensilvânia, sobretudo desde o primeiro debate entre ambos no final de junho. A distância aumentou depois de na semana passada, durante a cimeira da NATO, o atual Chefe de Estado ter dado força às vozes preocupadas com a sua saúde quando, primeiro, introduziu o homólogo ucraniano como “Presidente Putin” – embora logo tenha corrigido a gafe – e, pouco depois, se tenha referido à vice-presidente Kamala Harris como “vice-presidente Trump”.

De acordo com o agregado de sondagens calculado pela plataforma especializada FiveThirtyEight, Biden e Trump surgiam taco a taco nas intenções de voto até à semana do debate. A partir de 28 de junho, a distância entre os dois candidatos começou a aumentar ligeiramente, com vantagem para o republicano. No domingo após o ataque que atingiu o ex-presidente, este surgia com 42,3% das intenções de voto contra 40,4% para o Presidente democrata.

Numa primeira fase, [um atentado] favorece sempre a vítima e, ainda por cima, Trump teve não só a sorte de ter sobrevivido com um ferimento muito ligeiro, como de haver fotógrafos que registam imagens verdadeiramente icónicas. Agora, não precisa de fazer muito, porque o peso de ser a vítima e imagens icónicas dão-lhe uma vantagem e colocam dificuldades acrescidas para o lado do Partido Democrata e para Biden.

Luís Tomé

Professor catedrático de Relações Internacionais na Universidade Autónoma de Lisboa

O ataque contra Trump tem sido comparado com o momento em que Ronald Reagan foi baleado, em março de 1981. Na altura, as intenções de voto do então Presidente norte-americano junto do eleitorado esvaneceram-se poucas semanas após o atentado. Houve uma “compaixão” no imediato, mas isso esvaziou-se depois de se perceber que o atirador não tinha nenhuma motivação política ou contra Reagan, apenas tinha algumas perturbações e uma fixação na atriz Jodie Foster por causa do filme “Taxi Driver”, lembra Luís Tomé. No caso de Trump ainda não se esclareceu o que motivou o ataque. “Se se vier a saber, pode ajudar a amenizar tensões ou a agravá-las”, disse o também diretor do Departamento de Relações Internacionais da UAL.

Por enquanto, no curto prazo, é difícil ver que possa ter outro efeito que não seja favorecer o candidato republicano. Como nota também Bruno Cardoso Reis, professor convidado na Universidade de Georgetown, em Washington, “o efeito pode não ser enorme, mas as eleições nos EUA têm sido decididas por margens mínimas e [este ataque] tenderá a reforçar a vantagem que Trump já parecia ter em alguns Estados chave“, embora não signifique que a vitória deste seja garantida. Ainda assim, é necessário ver como evolui a campanha e as sondagens, inclusive se Joe Biden se irá manter na corrida – o que só se confirmará na convenção do Partido Democrata em agosto.

Candidatos moderam o discurso, mas candidato a vice de Trump já apontou o dedo a Biden

A menos de quatro meses de se poder conhecer os efeitos que terá nas urnas, o ataque contra o ex-presidente está a mudar, para já, o discurso dos dois principais partidos às presidenciais de novembro. Apesar de haver quem, à esquerda, considere o incidente uma encenação, nenhuma figura do Partido Democrata alimentou essas visões. Joe Biden, aliás, fez três declarações nas 24 horas seguintes, tendo não só condenado o mais recente episódio de violência política nos Estados Unidos, como apelou também à união. “Na América, resolvemos as nossas diferenças nas urnas, não com balas“, frisou.

A expectativa é de que, pelo menos nas próximas semanas, a campanha democrata reforce a mensagem de que Joe Biden já tem denunciado há muito a violência política no país, desde o momento do assalto ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, em que apoiantes de Trump, instigados pelo então Presidente, tentaram impedir a contagem dos votos do colégio eleitoral e a certificação da vitória do democrata, até ao ataque do marido da ex-presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, em outubro de 2022. Além disso, o responsável da campanha já admitiu recuar nas mensagens que acusam Trump de ser uma “ameaça à democracia”.

Segundo Luís Tomé, ao mesmo tempo que Biden e o Partido Democrata mostram compaixão pelo adversário republicano, “não quererão vitimizá-lo nem dar muito azo a [eventuais] falhas do sistema de segurança, muito menos por responsabilidade da [sua] Administração”. “Continuará a manifestar as diferenças que tem em relação a Trump, mas de uma forma teoricamente mais contida”, antecipa o investigador da UAL, apesar das “dúvidas” de que seja capaz de o fazer devido à elevada polarização política no país.

É ainda expectável que alivie, mesmo que apenas temporariamente, o debate no seio do Partido Democrata e entre os seus apoiantes sobre se Joe Biden deve ou não abandonar a corrida. Contudo, Alberto Cunha, doutorando em Estudos Europeus no King’s College de Londres, considera possível que o atentado “acelere as movimentações no seio do partido para se encontrar uma alternativa”, devido à desvantagem de Biden nas sondagens, nomeadamente nos chamados “swing states“, diz ao ECO.

Donald Trump, por sua vez, parece estar a mudar de estratégia. Embora seja o “expoente mais influente da violência política” nos EUA, como descreveu Edward Luce no Financial Times, ao ter elogiado os “patriotas” que invadiram o Capitólio e gozado com o ataque ao marido de Pelosi, o candidato republicano revelou, em entrevista ao Washington Examiner, que mudou o discurso que fará na convenção do GOP (Grande Velho Partido, em português, como é comummente referido nos Estados Unidos) para se concentrar em “unir o país”, por considerar que essa oportunidade lhe foi dada depois de ter sobrevivido ao alegado atentado contra si.

“É natural neste tipo de eventos haver um apelo à união quer do lado democrata, quer do lado republicano. Trump, Biden e as [respetivas] esposas e pessoas próximas deram sinais de que perceberam que a retórica violenta e o extremismo político, que a forma como se têm dirigido aos adversários, com termos muitas vezes violentos, pode resultar em violência política”, nota o professor Luís Tomé, acrescentando que não foi só o ex-presidente a instigá-la: “Do outro lado também vemos acusações de fascista, terrorista e atentado à democracia”.

Bruno Cardoso Reis respalda a ideia de que se poderá esperar uma “maior moderação na linguagem” e um “maior cuidado em deixar claro que, mesmo quando se faz críticas duras do outro lado, a solução é sempre o voto e não a bala ou a violência”. “Mas temo que isso não seja possível, até por algumas declarações que já vimos”, lamentou, ao ECO.

O doutorado em Estudos de Guerra pelo King’s College de Londres refere-se a algumas figuras de relevo do Partido Republicano, que não demoraram a apontar o dedo aos democratas minutos após o ataque. Por exemplo, J.D. Vance, senador do Ohio de 39 anos que acabou de ser confirmado como candidato a vice-presidente de Trump, escreveu na rede social X (antigo Twitter) que a “premissa central” da campanha de Biden, de que o seu antecessor “é um fascista autoritário que tem de ser travado a todo o custo”, “levou diretamente à tentativa de assassinato do Presidente Trump”.

Também o senador da Carolina do Sul, Tim Scott, passou mensagem idêntica, afirmando que a “retórica inflamatória dos democratas coloca vidas em risco”, enquanto Elon Musk, dono da rede social onde foram publicadas as declarações destes republicanos, deu voz às teorias de conspiração. “Ou foi incompetência extrema ou foi deliberado”, disse.

Luís Tomé antevê que muitos discursos na convenção do GOP, que decorre no Milwaukee (Wisconsin) até à próxima quinta-feira, irão atribuir responsabilidades a Biden e aos democratas, acusando-os de “uma retórica irresponsável, que criaram um ambiente tóxico que levou a este atentado contra a vida do ex-presidente Trump, a imputar à Administração norte-americana falhas no sistema de segurança”.

Outra consequência que se pode esperar é uma maior mobilização do eleitorado para se deslocarem às urnas. Esse tem sido, ademais, o “efeito de uma política mais polarizada”, sublinha Bruno Cardoso Reis. “Os dois lados consideram que o país será colocado em perigo pelo outro, e mobilizam-se mais para votar, sobretudo contra o outro lado”, explica, ao lembrar o recorde de votação nas eleições de 2020, mas questionando se, com esta situação, “alguns eleitores moderados se desmobilizarão”.

Para Alberto Cunha, o atentado “irá aumentar ainda mais a adesão republicana” ao voto em Trump, com a “mensagem de união total do partido na convenção desta semana”. Do lado dos democratas, a mobilização só aumenta “se – e é um enorme se – existir um novo candidato” a ser anunciado na convenção do partido em agosto. “Se Biden se mantiver, tal afigura-se improvável”, remata.

“Em última análise”, o catedrático Luís Tomé prevê um “efeito paradoxal” caso, de facto, se verifique um abrandamento do tom da retórica: “Biden confirmar-se como o candidato do Partido Democrata, pelo silenciamento de outras vozes, mas ter menos chance de sair vencedor no confronto com Trump”.

Ainda assim, “o principal efeito deste atentado é que poderia desencadear uma vaga de violência nas ruas” e “isso não aconteceu, não só por causa do apelo do Presidente Biden, mas também pela própria atitude relativamente moderada do ex-presidente Trump”, realçou António José Telo, ressalvando, porém, que a situação nos EUA continua a ser de “quase pré-guerra civil”. “Ou seja, de um momento para o outro, qualquer acontecimento pode desencadear uma vaga de violência, como já vimos noutras crises no caso da sociedade norte-americana. Desta vez, eventualmente, se se desencadear, será mais forte do que qualquer uma das anteriores“, antecipa o especialista em Relações Internacionais e em História Militar.

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PS à frente da AD na sondagem da Católica. Chega perde terreno

  • ECO
  • 15 Julho 2024

Mais de metade dos 957 inquiridos (55%) considera que Governo não vai cumprir a legislatura, enquanto 40% acha que Governo vai chegar ao fim. 77% acha que o Governo deve cumprir o mandato até ao fim.

Os eleitores portugueses dão um empate técnico ao PS (33% das intenções de voto) e à AD (31%), com uma vantagem mínima para o partido socialista. Os resultados são de uma sondagem da Universidade Católica para a RTP, Antena 1 e Público, divulgada esta segunda-feira.

o Chega, embora mantendo a posição de terceira força política mais votada, perde terreno, numa queda de quatro pontos percentuais em relação às legislativas de março, apresentando uma intenção de voto de 14%. A Iniciativa Liberal sobe para 7% e o BE mantém-se com 4%, CDU e Livre com 3% e PAN com 2% das intenções de voto. 17% não sabe em que partido votaria se as eleições fossem hoje.

Mais de metade dos 957 entrevistados (55%) considera que Governo não vai cumprir a legislatura, enquanto 40% acham que Governo vai chegar ao fim. No entanto, 77% acha que Governo deve cumprir o mandato até ao fim, com apenas 18% a considerar que eleições antecipadas seria a melhor opção para o país.

Ainda segundo a mesma sondagem, numa avaliação aos políticos portugueses, Luís Montenegro é o único que alcança uma nota “positiva”. Numa escala de 0 a 20, os inquiridos atribuem a Luís Montenegro a nota de 11,4, seguindo-se Pedro Nuno Santos (9,6), Rui Rocha (9), Rui Tavares (8,7), Mariana Mortágua (8,3), Inês Sousa Real (7,3), Paulo Raimundo (7) e, no fim da lista, André Ventura (6,6). Marcelo Rebelo de Sousa conquistou uma nota de 9,7.

Já em termos governativos, 57% avalia como “razoável” o desempenho do Governo, enquanto 20% avalia como “mau/muito mau” e 18% como “bom/muito bom”.

O inquérito a 3.581 pessoas foi realizado entre 7 e 13 de julho de 2024, tendo sido obtidas 957 respostas válidas (48% de mulheres). A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 957 inquiridos é de 3,2%, com um nível de confiança de 95%.

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Trump escolhe J.D. Vance para vice-presidente

  • ECO
  • 15 Julho 2024

No arranque da convenção republicana, Donald Trump anunciou que J.D. Vance, senador do Ohio, é a sua escolha para vice-presidente caso vença as presidenciais em novembro.

O senador do Ohio J.D. Vance, 39 anos, será vice-presidente dos EUA caso Donald Trump vença a corrida à Casa Branca nas presidenciais marcadas para novembro. O anúncio foi feito pelo ex-presidente norte-americano na rede social Truth Social, no dia em que arranca a convenção republicana em Milwaukee.

Na rede social, Trump refere que, após uma “longa deliberação e reflexão”, decidiu que J. D. Vance era a “pessoa mais adequada para assumir o cargo de vice-presidente dos Estados Unidos da América“. “Como vice-presidente, J.D. continuará a lutar pela nossa Constituição, apoiará as nossas tropas e fará tudo o que puder para me ajudar a tornar a América grande novamente“, acrescenta o candidato republicano.

O senador norte-americano já foi um duro crítico de Trump, tendo inclusive apelidado o agora candidato presidencial de “Hitler da América”, “idiota” e “fraude total”. A atitude de Vance mudou entretanto e passou a estar em sintonia com Trump quando procurava ocupar um lugar no Senado em 2022, tendo acabado por obter o apoio do ex-presidente.

Desde então, no Senado, Vance tem votado frequentemente alinhado com os interesses e ideias de Trump, em particular sobre a posição dos EUA em relação à Ucrânia. Em declarações recentes, Vance disse que era “ridículo” o foco na guerra em território ucraniano e que não se importava com “o que acontece com a Ucrânia, de uma forma ou de outra”.

A escolha de Trump para seu braço-direito surge depois da tentativa de assassinato de Donald Trump este sábado, em que uma bala passou de raspão na orelha direita do candidato republicano.

Após a tentativa de assassinato contra Trump, Vance apontou o dedo a Joe Biden por incitar o ataque. “Hoje não é apenas um incidente isolado. A premissa central da campanha de Biden é que o presidente Donald Trump é um fascista autoritário que deve ser detido a todo custo. Essa retórica levou diretamente à tentativa de assassinato do presidente Trump”, escreveu na rede social X (ex-Twitter).

Em cima da mesa, como possíveis opções para braço direito de Trump, estariam nomes como Marco Rubio, senador da Florida, Tim Scott, senador da Carolina do Sul, ou Doug Burgum, governador do Dakota do Norte.

(Notícia atualizada às 21h47)

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Powell mais confiante na descida da inflação para meta de 2%

Presidente da Reserva Federal norte-americana destacou os dados mais recentes sobre o comportamento da inflação, considerando que revelam um "ritmo muito bom".

O presidente da Reserva Federal norte-americana (Fed), Jerome Powell, mostrou-se esta segunda-feira mais confiante na trajetória de descida da inflação em direção à meta de 2%, dando ânimo aos mercados de que um corte nas taxas de juro diretoras pode estar para breve.

O nosso teste há algum tempo é ter maior confiança de que a inflação está a descer de forma sustentável em direção à nossa meta de 2%, e o que aumenta a confiança nisso são dados melhores sobre a inflação”, disse Powell, no Club Economic de Washington, nos Estados Unidos, citado pela Reuters.

O responsável da Fed destacou que o banco central tem recebido alguns dados nesse sentido, revelando-se otimista relativamente à queda da inflação sinalizada no relatório do índice de preços ao consumidor da semana passada, que mostrou que as pressões sobre os preços estavam a diminuir.

Powell considerou que os três relatórios mensais de inflação refletiam “um ritmo muito bom” no crescimento dos preços, depois de um regresso inesperado da subida da inflação no primeiro trimestre, o que adiou o momento em que o banco central começaria a reduzir a taxa de juro diretora.

Os mercados não esperam que a Fed reduza os juros, situados no intervalo entre 5,25% e 5,5%, na reunião deste mês, mas os comentários de Powell dão força às expetativas de que o banco central está a preparar-se para um corte em setembro. Na semana passada, o responsável da Fed já tinha destacado que os dados económicos têm sido melhores do que o esperado.

No Fórum do Banco Central Europeu (BCE), em Sintra, no início do mês, Powell mostrou-se cautelosamente otimista. “A tendência de desinflação mostra sinais de retoma. Fizemos bastantes progressos na inflação”, afirmou, acrescentando que ainda era cedo para festejar. “Precisamos de estar mais confiantes antes de reduzir as taxas de juro. Precisamos de ver mais dados como os que temos visto recentemente”, explicou Powell, salientando que “os dados representam progressos significativos”.

O presidente da Fed sublinhou que a Fed está a ponderar cuidadosamente os riscos associados a quaisquer mudanças que possam ocorrer no ciclo da política monetária. “Estamos bem cientes do risco de cortar demasiado cedo ou demasiado tarde. Os riscos estão a tornar-se muito mais equilibrados”.

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Gallagher torna-se 3ª maior corretora de seguros mundial

  • ECO Seguros
  • 15 Julho 2024

O ranking da consultora A.M. Best assinala a subida no ranking da Corretora Arthur J. Gallagher por troca com a WTW. Marsh e AON mantêm liderança.

A Marsh McLennan e a AON mantiveram-se as maiores corretoras mundiais em 2023, segundo a consultora e agência de rating A.M.Best, uma das mais prestigiadas no setor segurador.

Apesar da família já só detém 1% da corretora, Pat Gallagher, neto do fundador é chairman e CEO da empresa com o seu apelido. E subiu no ranking em 2023.

O volume de negócios da Marsh ascendeu a 22,7 mil milhões de dólares durante o ano passado, enquanto a AON atingiu 13,4 mil milhões.

A Arthr J. Galagher subiu ao terceiro lugar do ranking mundial com receitas de 9,9 mil milhões, trocando de lugar com a WTW que conseguiu 9,48 mil milhões.

Nos lugares seguintes ficaram a Hub e a Acrisure, ambas com 4,3 mil milhões enquanto a Brown & Brown obteve 4,26 mil milhões mantiveram as suas posições. A Alliant com 3,88 mil milhões e a Lockton com 3,55 milhões subiram um lugar para 9º e 10º do ranking, respetivamente, enquanto a TIH, antes conhecida por Truist baixou para o último lugar do top 10 com 3,46 mil milhões de dólares de receitas.

A Marsh, AON, WTW e Acrisure, através da corretora Universalis, têm participação direta em Portugal, enquanto a Artur J. Gallagher e a Lockton estão representadas pela corretora Costa Duarte. A Alliant é membro da Brokerslink, rede fundada pela portuguesa MDS.

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FNS2024: Seguradoras devem apostar em serviços com IOT na prevenção

  • ECO Seguros
  • 15 Julho 2024

Inteligência Artificial, seguros integrados e a base de dados dos clientes das seguradoras estiveram sob análise por parceiros estratégicos da indústria no Fórum Nacional de Seguros. Veja aqui.

As seguradoras deverão integrar as tecnologias de Internet das Coisas (IoT), ou seja, ligar à internet objetos utilizados no quotidiano, na prevenção de sinistros. No entanto, ainda que haja capacidade, as empresas afastam-se de aplicar essas tecnologias na proteção, pois pode influenciar mais o preço dos seguros e é mais dificilmente aceite em Portugal. Esta foi uma das conclusões retiradas da 3.ª edição do Fórum Nacional de Seguros, evento organizado pelo ECOseguros e pela Zest.

O futuro da tecnologia dos seguros reuniu Hugo Gonçalves, CEO da Libax, Hugo Alves Silva, Insurance Delivery Manager da NTT DATA Portugal, Manuel Ribeiro, Product Manager da Cleva e Vitor Amorim, Chief Research Officer da RandTech Computing, num painel moderado por João Veiga, CEO da Elysian Consulting.

Vejo o painel na integra aqui:

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