Marca da Ageas lança solução de painéis solares para casas

  • ECO Seguros
  • 11 Julho 2024

O produto é resultado de uma parceria com a Bling Energy e disponibiliza dois modelos de venda: ou a compra imediata ou através de uma mensalidade fixa e que após 20 anos é propriedade do cliente.

A Livo anunciou o lançamento de uma nova solução de painéis solares para habitações. Segundo comunicado da marca do Grupo Ageas o produto é controlado pelo smartphone e é um método que oferece alta eficiência energética.

João Jerónimo, Diretor Geral da Livo: “Este lançamento marca um momento importante no objetivo de sermos uma referência em soluções sustentáveis para as casas dos portugueses”.

Esta solução de tecnologia fotovoltaica alinha-se com o objetivo da empresa em tornar-se líder em soluções sustentáveis. “Este lançamento marca um momento importante no objetivo de sermos uma referência em soluções sustentáveis para as casas dos portugueses, oferecendo aos Clientes a melhor experiência-benefício e, evidentemente, uma melhor qualidade de vida”, afirmou João Jerónimo, Diretor Geral da Livo.

O produto é resultado de uma parceria com a Bling Energy e disponibiliza dois modelos de venda. O primeiro é o da subscrição, com mensalidade fixa, sem investimento inicial que após vinte anos torna-se propriedade do cliente. O cliente pode também adquirir este produto através da compra imediata do mesmo, pagando também a instalação dos painéis fotovoltaicos.

A marga da Ageas disponibiliza ainda uma avaliação às necessidades energéticas dos clientes, analisando o consumo de eletricidade da habitação e personalizada a solução de painéis solares, mas também de baterias e dos carregadores de veículos elétricos.

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Savannah otimista sobre “potencial” do lítio após as últimas perfurações

Os resultados das mais recentes perfurações "confirmam" potencial de expansão do lítio na mina do Barroso, em Boticas.

A Savannah Resources está otimista em relação ao “potencial” do lítio na mina do Barroso, em Boticas (distrito de Vila Real), após os resultados das mais recentes perfurações. A empresa considera tratar-se do “depósito de lítio […] mais significativo da Europa“.

“Os resultados que anunciamos hoje, provenientes de furos em Pinheiro, NOA e Reservatório, confirmam o duplo potencial, destacado por resultados anteriores, de que estes corpos de minério contenham áreas de mineralização de maior teor do que as anteriormente identificadas e se estendam em várias direções”, refere o diretor técnico da Savannah, Dale Ferguson, num comunicado.

Projeto para explorar lítio na mina do Barroso11 julho, 2024

 

Em maio, a empresa tinha anunciado que a próxima fase de atividades no terreno estava prevista para o início do verão e que, em paralelo, a equipa iria continuar a efetuar trabalhos de hidrogeologia e de monitorização ambiental.

O projeto de lítio do Barroso prevê a criação de 300 empregos diretos e perto de 2.000 empregos indiretos na região e que conta, atualmente, com cerca de duas dezenas da região. Na última semana, o ECO avançou que a Savannah deveria ser a próxima líder do consórcio que vai criar uma cadeia de valor de baterias de lítio em Portugal, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, apurou o ECO.

O projeto tem sido alvo de muita contestação popular. Em Covas do Barroso, durante quase seis meses, houve uma organização de piquetes para impedir o avanço das máquinas da empresa.

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Rússia condena colocação de mísseis de longo alcance dos EUA na Europa

  • Lusa
  • 11 Julho 2024

"Todos os atributos da Guerra Fria estão a regressar, com um confronto direto", acusou o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.

O Kremlin condenou esta quinta-feira a decisão dos Estados Unidos de instalar mísseis de longo alcance na Alemanha, denunciando um regresso “à Guerra Fria”, em pleno conflito armado na Ucrânia. “A Alemanha, os Estados Unidos, a França, o Reino Unido estão a participar diretamente no conflito à volta da Ucrânia. Todos os atributos da Guerra Fria estão a regressar, com um confronto direto”, acusou o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.

“Tudo isto é feito para garantir a nossa derrota estratégica no campo de batalha”, argumentou Peskov, questionado por um jornalista da televisão pública russa.

“Isto não é motivo para sermos pessimistas. Pelo contrário, é um motivo para nos unirmos e utilizarmos todo o nosso enorme potencial e cumprirmos todos os objetivos que nos propusemos no âmbito da operação militar especial na Ucrânia”, acrescentou Peskov, recorrendo ao termo empregue pelo Kremlin para a invasão de território ucraniano iniciada há quase dois anos e meio.

A Casa Branca anunciou na quarta-feira que os Estados Unidos iriam implantar novas armas na Alemanha, de forma ocasional, a partir de 2026, permitindo ataques a locais mais distantes do que aqueles que possuem os sistemas norte-americanos atualmente posicionados na Europa.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, defendeu esta decisão, perante os receios de uma nova corrida armamentista. “Isto faz parte da dissuasão e garante a paz. Trata-se de uma decisão necessária e importante, tomada no momento certo”, explicou Scholz, à margem da recente cimeira da NATO em Washington.

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Portugal “não vai falhar” plano de investimento em defesa, promete Montenegro

  • Lusa
  • 11 Julho 2024

Luís Montenegro defende a criação de um "novo cluster" nas indústrias de defesa em Portugal.

O primeiro-ministro assegurou esta quinta-feira que Portugal “não vai falhar” o plano de investimento em defesa apresentado na cimeira da NATO e assumiu como objetivo estratégico do Governo criar um novo cluster na economia centrado na indústria de defesa. Luís Montenegro fez uma declaração à comunicação social portuguesa no último dia da cimeira da NATO, entre as reuniões do Conselho do Atlântico Norte com os parceiros da União Europeia e da Ásia-Pacífico e a reunião do Conselho NATO-Ucrânia.

“Esta foi uma cimeira onde Portugal veio transmitir de forma credível, de forma empenhada, para não falhar, um plano de investimentos que seja adequado ao compromisso estabelecido dentro da NATO”, disse, referindo-se à meta que já anunciou de atingir, em 2029, um investimento na defesa de cerca de 6.000 milhões de euros que corresponda aos 2% do PIB acordados entre os aliados.

O primeiro-ministro afirmou que esse esforço financeiro e militar será feito de “variadíssimas formas”, ao nível dos recursos humanos e de um plano de investimento em equipamentos, para que Portugal assuma o seu papel de “membro efetivo” da NATO não só no plano político, diplomático, mas também do esforço militar.

“E também do ponto de vista de um objetivo estratégico que o Governo assume: fazer das indústrias de defesa e de todas aquelas que se interligam com ela uma oportunidade para termos um novo cluster na nossa economia, onde possamos ser competitivos aproveitando a capacidade tecnológica, cientifica para estarmos na vanguarda da inovação”, referiu.

Na cimeira que assinala os 75 anos da Aliança Atlântica, Montenegro destacou o encontro o encontro com representantes das instituições europeias e com os parceiros da NATO da região do Indo-Pacífico, a Austrália, a Nova Zelândia, o Japão e a Coreia do Sul. “Em todas estas oportunidades tem sido reafirmada toda a disponibilidade e todo o empenho da NATO e dos seus parceiros em estar ao lado da Ucrânia, não permitindo nunca esta agressão sem justificação da Rússia à soberania de um Estado”, reafirmou.

Montenegro salientou que a NATO é “uma organização de defesa”, mas também de proteção dos valores da democracia e de respeito pelos direitos humanos. “Hoje defender a segurança dos Estados-membros da NATO não passa apenas e só por operações militares, por prontidão das nossas forças para poder eventualmente acudir a alguma zona de conflito, a algum ataque que coloque em causa a segurança dos Estados-membros”, considerou.

O primeiro-ministro realçou que essa segurança é “colocada em crise noutras dimensões”, sendo necessário estabelecer “políticas concretas” em áreas como o espaço digital, a cibersegurança ou a a desinformação. “Sabemos que há países que têm um esforço concertado nesse domínio, que também influencia aquilo que é a análise que fazemos da guerra na Ucrânia”, afirmou.

Em relação a este país, reiterou o compromisso de Portugal continuar a contribuir “para o esforço de apoio militar, de apoio político, de apoio técnico, de treino ou manutenção de vários equipamentos das forças ucranianas”, mas também financeiro. Esta semana, na cimeira de Washington, Montenegro já tinha afirmado que o apoio do país à Ucrânia irá atingir 220 milhões de euros este ano, valor que se repetirá em 2025.

“Onde há um ataque a um Estado-membro ou que coloque em causa a segurança de um Estado-membro, nós devemos encarar isso como um ataque a todos nós”, vincou.

No final da cimeira da NATO, hoje à tarde, o primeiro-ministro português dará ainda uma conferência de imprensa, acompanhado pelo ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo. O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, que também esteve em Washington, regressará mais cedo a Portugal para representar o Governo na visita oficial da princesa das Astúrias na sexta-feira.

Portugal é um dos 12 países da Europa e da América do Norte que fundaram a NATO em 1949.

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SIC investe 2,5 milhões de euros na dona da bilheteira online BOL

A estação televisiva, do grupo empresa, adquiriu uma participação indireta de 27% na Etnaga, sociedade que detém a bilheteira online BOL.

A SIC comprou, por 2,5 milhões de euros, uma participação indireta de 27% na empresa que detém a bilheteira online BOL, comunicou esta quinta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

“O investimento realizado pela SIC ascende a, aproximadamente, 2,5 milhões de euros, correspondendo a uma participação indireta de 27% na Etnaga – Consultores Sistemas de Informação, Lda.”, sociedade que desenvolve a sua atividade predominantemente na área da venda especializada e reserva de bilhetes através de plataforma própria (a bilheteira online BOL)”, segundo a mesma nota.

A estação televisiva, pertencente ao grupo Impresa, que também detém o Expresso, esclarece que “este investimento enquadra-se no âmbito da estratégia anteriormente definida, que estabeleceu como objetivos prioritários acelerar a transformação digital e diversificar as fontes de receita da SIC”.

O investimento foi realizado em “conjunto com o fundo CREST II – FCR, fundo de investimento de capital de risco, gerido e representado pela Crest Capital Partners, SCR, S.A.”, detalhou. No total, a SIC e este fundo “adquiriram indiretamente uma participação conjunta de 90% do capital social da Etnaga”, segundo a mesma notificação aos mercados.

(Notícia atualizada às 20h05)

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ASF reconhece trabalho que sugere método para calcular Risk adjustment

  • ECO Seguros
  • 11 Julho 2024

O Prémio Investigação ASF foi criado para incentivar o estudo e investigação sobre o funcionamento do mercado dos seguros e também de fundos de pensões. Este ano ganhou Diogo Filipe Jerónimo Rodrigues

O Prémio Investigação ASF 2023/2024 foi atribuído ao trabalho A Model for Risk adjustment for Longevity risk in Life Insurance under IFRS 17 [Um modelo para o ajustamento do risco para o risco de longevidade em Seguros de Vida ao abrigo da IFRS 17, tradução livre] realizado por Diogo Filipe Jerónimo Rodrigues, consultor na equipa Risk and Actorial Services da consultora Risk Ernst & Young. Trata-se do seu Trabalho Final de Mestrado do curso Actorial Science pelo Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa (ISEG).

Margarida Corrêa de Aguiar, presidente da ASF, Diogo Filipe Jerónimo Rodrigues, consultor na equipa Risk and Actorial Services da consultora Risk Ernst & Young e vencedor do Prémio Investigação ASF 2023/2024 e João Andrade e Silva, presidente do Júri.

Segundo comunicado, a Autoridade de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) atribuiu o prémio esta terça-feira no auditório do órgão regulador na conferência “A Inteligência Artificial nos Seguros e Fundos de Pensões: principais desafios éticos, regulatórios e tecnológicos”.

Nesta terceira edição o júri distinguiu outros dois trabalhos com Menções Honrosas, nomeadamente, Are we prepared to cover a future pandemic? Essay of a Portuguese health insurance portfolio [Estamos preparados para cobrir uma futura pandemia? Uma tese sobre o portefólio do setor segurador na saúde em Portugal, tradução livre] por Maria do Carmo Ornelas, Alfredo Duarte Egídio dos Reis, Maria Garcia de Castro e Marli Amorim Ferreira e “Metodologias de cálculo para estimação das provisões para sinistros em anos de ocorrência futuros”, da autoria de Ana Domingues.

O trabalho galardoado visa propor um modelo para “o Risk Adjustment no risco de longevidade em produtos vida, considerando a sua inclusão no novo relato financeiro aplicável aos contratos de seguro ─ IFRS17″, lê-se no comunicado.

Importa salientar que este é um concurso anual que este ano foi dedicado ao tema “Economia, Matemática e Tecnologia”. Esta iniciativa surgiu para promover o estudo no mercado segurador. “O que moveu a ASF nesta iniciativa foi a vontade de dar um contributo para promover o interesse do estudo e da investigação sobre o funcionamento dos mercados dos seguros e dos fundos de pensões, desafiando a academia e a sociedade em geral.” disse Margarida Corrêa de Aguiar, Presidente da ASF, no discurso de abertura.

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Governo trava regresso de milhares de professores à Caixa Geral de Aposentações

Trabalhadores precários, forçados a interromper a atividade por um dia ou um ano, não vão poder reinscrever-se. Decreto baseia-se num acórdão mais restrito e contraria centenas de sentenças.

Milhares de professores da escola pública com contratos precários, no passado, e que viram a carreira interrompida por um dia ou um ano, contra a sua vontade, não vão poder reinscrever-se na Caixa Geral de Aposentações (CGA), segundo o decreto aprovado esta quinta-feira em Conselho de Ministros. Trabalhadores das autarquias e das forças armadas também serão afetados.

O diploma baseia-se num acórdão mais restrito e contraria centenas de decisões de tribunais que foram favoráveis ao regresso de trabalhadores que saíram do Estado e voltaram mais tarde. A Fenprof admite contestar junto do Tribunal Constitucional.

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, foi claro, esta quinta-feira, quando explicou que só é garantido “o direito de reinscrição aos trabalhadores que tenham continuidade material no exercício de funções públicas”. Por isso, “há uma série de casos que não estão incluídos na garantia”, ressalvou, no final do Conselho de Ministros.

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro. JOÃO RELVAS/LUSAJOÃO RELVAS/LUSA

O diploma do Governo baseia-se num acórdão do Supremo Tribunal Administrativo (STA) de 6 de março 2014 que restringe a possibilidade de voltar ao regime de proteção social da Função Pública aos trabalhadores com continuidade do vínculo público, mesmo que tenha havido mudança de instituição, sabe o ECO com base na documentação que a ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, apresentou aos grupos parlamentares para justificar o decreto interpretativo da lei da CGA.

O caso, julgado pelo STA, diz respeito a um professor, subscritor da CGA “sem nunca ter interrompido o vínculo com a Administração Pública”, lê-se no acórdão. “Deixou um cargo de equiparado a professor adjunto da carreira do ensino superior politécnico do Instituto Superior de Engenharia do Porto a 31 de agosto de 2006, na modalidade de contrato administrativo de provimento e passou, a partir de 1 de setembro de 2006, a exercer outro, na mesma modalidade contratual, neste caso, na Universidade da Madeira“, de acordo com o processo.

Uma vez que a CGA deixou de aceitar novas subscrições a partir de 1 de janeiro de 2006, aquele professor, ao mudar de instituto, perdeu acesso ao regime. Porém, e uma vez que não existiu quebra de vínculo com a Administração Pública nem alteração da modalidade contratual”, o STA decidiu que o docente tem “direito à manutenção da inscrição e da qualidade de subscritor da Caixa Geral de Aposentações”.

Só faria sentido esta alteração para quem nunca quis sair da Função Pública, mas, por terem trocado da entidade A para a B, posteriormente a 2005, perderam o direito à CGA. Outras situações estão excluídas da garantia.

António Leitão Amaro, ministro da Presidência

“Só faria sentido esta alteração para quem nunca quis sair da Função Pública, mas, por terem trocado da entidade A para a B, posteriormente a 2005, perderam o direito à CGA. Outras situações estão excluídas da garantia”, sublinhou Leitão Amaro.

Mas “isto poderá deixar de foram mais de seis mil professores que tinham contratos precários, a termo, foram forçados a interromper a atividade por um dia ou um mês ou porque as colocações se atrasaram ou porque os vínculos terminaram e foram depois novamente contratados”, revelou ao ECO o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira.

Por exemplo, “um docente que estava na CGA e, depois de 1 de janeiro de 2006, viu o seu contrato terminar, e passados uns meses, foi reintegrado numa escola, está a conseguir, neste momento, reinscrever-se no regime de proteção social da Função Pública, porque há centenas de sentenças transitadas em julgado favoráveis”, indicou.

“A nova lei que o Governo aprovou vai impedir o entendimento mais abrangente da lei, é uma perversão das decisões dos tribunais, porque se baseia apenas no acórdão de 2014 cujo argumento é a continuidade do vínculo público”, esclareceu Mário Nogueira.

O ECO questionou o Executivo se, efetivamente, os funcionários públicos que viram a sua carreira interrompida contra a sua vontade, por terem tido contratos a prazo, não poderão regressar ao regime da proteção social da Função Pública, mas fonte oficial do Ministério do Trabalho, que tutela esta área, referiu apenas que “não tem esclarecimentos adicionais e remete para o comunicado do Conselho de Ministros”.

Na nota do Conselho Ministros, lê-se que o Governo “aprovou um decreto-lei que, em linha com decisão do Supremo Tribunal Administrativo, clarifica a interpretação da Lei n.º 60/2005, de 29 de dezembro, no que respeita a convergência do regime de proteção da função pública (Caixa Geral de Aposentações) com o regime geral da Segurança Social, garantindo o direito de reinscrição aos trabalhadores que tenham continuidade material no exercício de funções públicas”. Ou seja, não pode haver interrupções ou descontinuidade no vínculo.

Impacto orçamental da medida “não está quantificado”

Sobre o impacto orçamental da medida, o gabinete da ministra indicou que “não está quantificado”, acrescentando que “a maioria dos trabalhadores” que poderão voltar a registar-se na CGA “são professores, mas também há funcionários das autarquias e das Forças Armadas”.

“A partir do momento em que a lei for publicada, os trabalhadores que estavam na CGA e saíram ou porque ficaram no desemprego ou porque foram para o setor privado já não vão poder reinscrever-se”, sinalizou o líder da Fenprof que admite “contestar o diploma junto do Tribunal Constitucional.

A partir do momento em que a lei for publicada, os trabalhadores que estavam na CGA e saíram ou porque ficaram no desemprego ou porque foram para o setor privado já não vão poder reinscrever-se.

Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof

Uma das razões que levaram os funcionários públicos a querer voltar à CGA tem a ver com o regime das baixas por doença, que é mais benéfico do que o da Segurança Social. Assim, na Caixa Geral de Aposentações, nos três primeiros dias de incapacidade, não há direito a compensação alguma, sendo que a partir do 4.º e até ao 30.º dia de baixa o trabalhador recebe 90% do ordenado. Na Segurança Social, os primeiros três dias também não são remunerados, mas a partir daí e até ao 30.º dia, o subsídio corresponde a apenas 55% do salário.

A partir de 1 de janeiro de 2006, a CGA passou a ser um sistema fechado e deixou de receber novos subscritores. Assim, os trabalhadores que iniciaram ou reiniciaram funções depois de 31 de dezembro de 2005 passaram a estar inscritos no regime geral da Segurança Social.

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Novo aeroporto. Governo e ANA fazem primeira visita técnica ao Campo de Tiro de Alcochete

  • Lusa
  • 11 Julho 2024

A visita da ANA e do Governo foi também acompanhada por “elementos da Força Aérea responsáveis por aquela instalação militar”.

O Ministério das Infraestruturas e Habitação (MIH) e a ANA – Aeroportos realizaram esta quinta-feira a primeira visita técnica ao Campo de Tiro de Alcochete para avaliar as condições do terreno escolhido para a localização do novo aeroporto de Lisboa.

No comunicado, a tutela disse que “acompanhou, com três técnicos especialistas, a primeira visita técnica, realizada hoje, ao Campo de Tiro de Alcochete, com vista a avaliar as condições do terreno e o cumprimento dos pressupostos definidos na Resolução do Conselho de Ministros n.º 66/2024, que definiu a localização e desenvolvimento do novo aeroporto de Lisboa naquele local”.

Segundo o MIH, a “visita foi realizada a pedido da concessionária ANA Aeroportos, que esteve também presente, no quadro dos compromissos estabelecidos no Contrato de Concessão de Serviço Público Aeroportuário nos Aeroportos situados em Portugal Continental e na Região Autónoma dos Açores”, que foi celebrado, em 2012, entre o Estado Português e a concessionária.

A visita foi também acompanhada por “elementos da Força Aérea responsáveis por aquela instalação militar”, destacou a tutela, lembrando que “a construção de um novo aeroporto na região de Lisboa foi objeto de discussão nos últimos 50 anos, por ser considerado um investimento estratégico essencial para impulsionar o desenvolvimento económico do País”.

O MIH recordou que foram apresentadas, ao longo dos anos, “cerca de 15 possíveis localizações, sem que tenha sido tomada qualquer decisão definitiva”.

O Governo, tendo por base no relatório da Comissão Técnica Independente, constituída pelo anterior Executivo, através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 89/2022, de 14 de outubro, “para avaliar as opções estratégicas para aumentar a capacidade aeroportuária da região de Lisboa, decidiu, em 14 de maio, que a instalação do Novo Aeroporto de Lisboa – Luís de Camões, será no atual Campo de Tiro de Alcochete”.

“De acordo com a solicitação formalmente enviada pelo Ministério das Infraestruturas e Habitação à ANA a 17 de junho, a concessionária tem seis meses para produzir o Relatório Inicial (‘High Level Assumption Report’) sobre o desenvolvimento da capacidade aeroportuária para Lisboa”, referiu.

No final de maio, o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Miguel Pinto Luz, anunciou que as negociações com a Vinci/ANA para a construção do aeroporto Luís de Camões começariam nos dias seguintes. Em meados do mesmo mês, o Governo tinha aprovado a construção do novo aeroporto da região de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete, seguindo a recomendação da Comissão Técnica Independente (CTI).

O Campo de Tiro da Força Aérea, também conhecido como Campo de Tiro de Alcochete (pela proximidade deste núcleo urbano), fica maioritariamente localizado na freguesia de Samora Correia, no concelho de Benavente (distrito de Santarém), tendo ainda uma pequena parte na freguesia de Canha, já no município do Montijo (distrito de Setúbal).

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Prémio Gulbenkian para a Humanidade atribuído a três pioneiros da agricultura sustentável

  • Lusa
  • 11 Julho 2024

O programa "Andhra Pradesh Community Managed Natural Farming" da Índia, o professor indiano Rattan Lal, e a organização SEKEM, do Egito, são os vencedores do Prémio Gulbenkian para a Humanidade.

O Prémio Gulbenkian para a Humanidade, no valor de um milhão de euros, foi esta quinta-feira atribuído a três pioneiros da agricultura sustentável e distribuído em partes iguais por pessoas e instituições da Índia, Egito e Estados Unidos.

Com o júri a salientar a importância de uma alimentação de qualidade num contexto de aquecimento global e fenómenos climáticos extremos que afetam a segurança alimentar mundial, o prémio destaca como importante a diversidade de soluções no âmbito de uma agricultura sustentável, distinguindo contributos para a segurança alimentar, resiliência climática e proteção de ecossistemas.

Irão receber o prémio, o programa “Andhra Pradesh Community Managed Natural Farming” da Índia, o professor Rattan Lal, natural da Índia mas que vive nos Estados Unidos, e a organização SEKEM, do Egito. A agricultura sustentável caracteriza-se por usar processos naturais na produção, respeitando a natureza e os solos e as práticas antigas, não usando por exemplo produtos químicos como pesticidas ou fertilizantes.

Quando não são usados produtos químicos que prejudicam a saúde humana e o meio ambiente diz-se que essa agricultura sustentável é biológica, ou orgânica. A agricultura biodinâmica é semelhante e todas se caracterizam pelo uso de meios amigos da natureza.

O júri do Prémio Gulbenkian para a Humanidade, presidido pela antiga chanceler alemã Angela Merkel, selecionou os três nomeados, diz a Gulbenkian, “como reconhecimento da complementaridade do seu trabalho e a necessidade tanto de investigação científica como de aplicações práticas para a agricultura sustentável”.

“Andhra Pradesh Community Managed Natural Farming” (APCNF) é um programa que apoia pequenos agricultores, especialmente mulheres, na transição para uma agricultura natural, lançado em 2016 pelo governo do estado indiano de Andhra Pradesh, na costa sudeste da Índia.

O APCNF é considerado o maior programa de agroecologia do mundo, envolvendo mais de um milhão de pequenos agricultores e 500.000 hectares. Permite aos agricultores mais produtividade e mais rendimentos, gera benefícios ambientais e sociais e sequestra mais carbono no solo, revertendo a degradação e a erosão e ao mesmo tempo reduzindo a temperatura e aumentando a biodiversidade.

Nos próximos 10 anos o programa pretende chegar a oito milhões de agregados familiares de agricultores que vivem em Andhra Pradesh. O modelo já está a ser incubado em 12 estados da Índia e será introduzido, ainda este ano, em cinco outros países. Rattan Lal é um cientista natural da Índia, professor de Ciência do Solos na Universidade de Ohio, nos Estados Unidos. É pioneiro na abordagem à agricultura centrada no solo, que harmoniza a produção alimentar com a preservação ecológica e a mitigação das alterações climáticas.

Os seus métodos têm demonstrado, a nível global, a interligação entre a saúde dos solos e o bem-estar ambiental e humano, bem como a importância de promover a segurança alimentar em paralelo com a conservação dos recursos naturais, contribuindo para desenvolver o conhecimento na área da agricultura sustentável e da resiliência climática.

A organização egípcia SEKEM é uma plataforma de organizações não-governamentais que promovem abordagens abrangentes no combate às alterações climáticas e que foi criada há quase 50 anos numa região desértica do Egito e focada na agricultura biodinâmica, regenerando o solo árido com o envolvimento da comunidade local.

A principal iniciativa da SEKEM é a Associação Biodinâmica Egípcia (EBDA), a maior associação de agricultores independentes do Egito, que dá apoio na transição de modelos agrícolas convencionais para modelos regenerativos, o que promove o desenvolvimento rural. A EBDA já apoiou mais de 5.000 agricultores e converteu mais de 12.000 hectares. O júri avaliou 181 candidaturas de 117 nacionalidades, o maior número de sempre. O prémio de 2024, segundo a Fundação Gulbenkian, evidencia como os desafios climáticos são interdependentes e conduzem a crises sistémicas interligadas.

As alterações climáticas estão a agravar a perda de biodiversidade, a aumentar os fenómenos climáticos extremos e a levar à degradação dos recursos, perturbando os sistemas alimentares e a saúde humana. A agricultura contribui para as alterações climáticas através das emissões de carbono, da degradação dos solos e dos recursos hídricos, e da perda de biodiversidade.

Angela Merkel salienta que as alterações climáticas põem em perigo a segurança alimentar mundial, um desafio para os agricultores, e os vencedores, diz, mostram como “os sistemas alimentares sustentáveis podem contribuir para a resiliência climática.” O Prémio Gulbenkian para a Humanidade é uma iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian e distingue indivíduos e organizações que contribuem para enfrentar o maior desafio atual da humanidade: as alterações climáticas e destruição da natureza.

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Paris2024: Jogos Olímpicos batem recorde de venda de bilhetes

  • Lusa
  • 11 Julho 2024

"Era um recorde detido pelos Jogos de Atlanta, em 1996, com 8,3 milhões de bilhetes. Nós ultrapassámos essa marca há já algum tempo. Vendemos 8,6 para os Olímpicos". disse o presidente do Comité.

Paris2024 estabeleceu um novo recorde de venda de bilhetes para os Jogos Olímpicos, com 8,6 milhões de ingressos vendidos, batendo Atlanta1996, revelou esta quinta-feira o presidente do Comité Organizador à agência noticiosa AFP. “Era um recorde detido pelos Jogos de Atlanta, em 1996, com 8,3 milhões de bilhetes. Nós ultrapassámos essa marca há já algum tempo. Vendemos 8,6 para os Olímpicos, mais um milhão para os Paralímpicos”, indicou.

À AFP, Tony Estanguet explicou que não existe nenhum ranking oficial ou dados fiáveis sobre o número de bilhetes vendidos nas anteriores edições dos Jogos Olímpicos, estando esses dados apenas na posse do Comité Olímpico Internacional. “Aliás, foram eles que nos avisaram [do recorde]”, confidenciou.

Os organizadores de Paris2024 preveem vender 10 milhões de bilhetes para os Jogos Olímpicos, que decorrem entre 26 de julho e 11 de agosto, e 2,8 para os Jogos Paralímpicos, agendados entre 28 de agosto e 08 de setembro.

“A boa notícia é que colocaremos ainda à venda um certo número de bilhetes em diversas modalidades. Há boas oportunidades a diferentes preços, quer para os Jogos Olímpicos, quer para os Paralímpicos, e para as cerimónias de abertura e encerramento”, referiu.

Estanguet mostrou-se orgulhoso pelo recorde de vendas, mas notou que este pode ainda ser reforçado.

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NAV entregou dividendo extra ao Estado pela primeira vez em 2023

  • Lusa
  • 11 Julho 2024

"A administração, aquando a aprovação de contas faz uma proposta, mas quem decide a aplicação dos resultados é o acionista", sublinhou o presidente da NAV.

O presidente da NAV Portugal, Pedro Ângelo, sinalizou que, do seu conhecimento, foi em 2023 a primeira vez que a empresa fez uma distribuição extraordinária de resultados. “Não tenho conhecimento que no passado tenha ocorrido uma distribuição extraordinária”, apontou Pedro Ângelo, numa audição na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública.

Esta distribuição extraordinária foi pedida pelo Ministério das Finanças, então liderado por Fernando Medina, em dezembro de 2023, sendo que na altura o montante pedido foi de 50 milhões de euros. Perante este pedido, a NAV verificou as reservas acumuladas que tinha disponíveis e comprometeu-se a dividendos extraordinários de 19,6 milhões de euros.

A distribuição ocorreu em 28 dezembro e, questionado sobre se esta operação devia ter sido realizada, Pedro Ângelo defendeu que, “é uma competência do acionista” à qual não se deve imiscuir. “A administração, aquando a aprovação de contas faz uma proposta, mas quem decide a aplicação dos resultados é o acionista”, sublinhou o responsável.

Já para este ano, a proposta de aplicação de resultados pela administração é de “uma distribuição de 50% do resultado líquido”, que deverá ascender a cerca de 8,7 milhões de euros, apontou Pedro Ângelo.

Esta audição, a par com outras duas ao ex-presidente da Águas de Portugal e à presidente da Casa da Moeda, foram pedidas pelo CDS-PP, tendo em conta os dividendos extraídos destas empresas públicas e o seu impacto na redução da dívida pública, um tema que consta da análise feita pela UTAO (Unidade Técnica de Apoio Orçamental).

O documento do organismo liderado por Rui Baleiras classificou a redução da dívida pública como “artificial”, alertando que “a obrigação de servir a dívida detida por entidades públicas permanece para os contribuintes”.

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Construção critica novas regras para estrangeiros. “Aumenta a rigidez e a morosidade dos processos de legalização”

  • Lusa
  • 11 Julho 2024

A alteração “aumenta a rigidez e a morosidade dos processos de legalização, exacerbando a escassez de mão de obra qualificada", avisa Manuel Reis Campos.

O setor português da construção está a enfrentar “dificuldades acrescidas” na contratação de trabalhadores estrangeiros desde as recentes alterações à lei de estrangeiros, que a associação setorial diz aumentarem “a rigidez e a morosidade” dos processos de legalização.

“Com as recentes alterações à lei de estrangeiros, particularmente a revogação do mecanismo de manifestação de interesse, estamos já a enfrentar dificuldades acrescidas na contratação de trabalhadores estrangeiros”, afirmou o presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI) e da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) numa resposta escrita enviada à agência Lusa.

Segundo Manuel Reis Campos, num setor onde a falta de trabalhadores já era “um problema crítico”, com défice estimado de 80.000 profissionais, esta alteração “aumenta a rigidez e a morosidade dos processos de legalização, exacerbando a escassez de mão de obra qualificada”.

Para o dirigente associativo, a recente eliminação do mecanismo de manifestação de interesse – um regime de exceção que permitia aos imigrantes regularizarem-se em Portugal – “condiciona seriamente a contratação de trabalhadores estrangeiros”, mas o facto é que “a manutenção desta figura não seria, por si só, suficiente” para resolver o problema da falta de mão de obra.

“Defendemos a introdução de medidas mais eficazes e simplificadas para a imigração, como a criação de uma ‘via verde Empresas’ para a simplificação dos processos coletivos de obtenção de vistos, incluindo plataformas globais e gestores dedicados”, salienta.

Adicionalmente, Reis Campos defende “alternativas aos vistos preexistentes, como a pré-autorização de residência para vistos de trabalho, agilizando a atribuição dos números de identificação fiscal, Segurança Social e Serviço Nacional de Saúde”, e a criação de um “visto de formação com posterior conversão em visto de trabalho, permitindo a formação profissional em contexto prático e o reconhecimento de empresas como entidades formadoras”.

“É crucial simplificar o reconhecimento de qualificações, como a troca de carta de condução de pesados, antecipando este processo”, enfatiza. Finalmente, sugere a criação de “contratos pluriempregador, que podem acelerar a legalização e proporcionar maior estabilidade e segurança tanto no país de origem como em Portugal, facilitando a mobilidade e retenção de talento”.

“É fundamental que estas propostas sejam consideradas para garantir que o setor da construção civil e obras públicas tenha acesso à mão de obra necessária para sustentar o desenvolvimento do país, particularmente com os desafios que temos em mãos até 2030”, sustenta o presidente da CPCI e da AICCOPN. O Governo anunciou em 3 de junho o fim do regime excecional que permitia a um estrangeiro entrar em Portugal e só depois pedir autorização de residência e anunciou a criação de uma estrutura de missão para regularizar processos pendentes, estimados em 400 mil.

No Plano de Ação para as Migrações, aprovado nesse dia pelo Conselho de Ministros, consta o “fim do regime excecional que passou a permitir uma entrada sem regras, extinguindo o designado procedimento de manifestações de interesse”, considerada uma “porta aberta e fonte de grande parte de pendências”.

Como resultado, deixou de ser possível a um estrangeiro com visto de turista tratar da sua regularização em Portugal, necessitando de um contrato de trabalho ou de outra solução tratada previamente na rede consular portuguesa.

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