15% dos recibos verdes dependem sobretudo de um único cliente

Cerca de 15% dos trabalhadores por conta própria tiveram em 2024 um cliente que representou 75% ou mais do rendimento da sua atividade, ou seja, estavam em dependência económica.

Há mais trabalhadores a recibos verdes a depender de um único cliente. De acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), 15% dos trabalhadores por conta própria tiveram em 2024 um cliente que representou 75% ou mais do rendimento da sua atividade, o que significa que estavam economicamente dependentes.

“Do total de 736,8 mil trabalhadores por conta própria em 2024, 15% (110,8 mil; mais 2,3 pontos percentuais do que em 2023) tiveram um cliente que representou 75% ou mais do rendimento da sua atividade (após deduzidos os impostos), um indicador de dependência económica”, assinala o gabinete de estatísticas, num destaque publicado esta manhã.

Destes quase 111 mil trabalhadores, cerca de 84 mil (ou seja, 11,4%) indicam que os clientes estabelecem o horário de trabalho, o que é um indicador de dependência organizacional.

“Conjugando os dois tipos de dependência, identificaram-se 2,1% (15,6 mil; mais 0,2 pontos percentuais) de trabalhadores por conta própria simultaneamente em dependência económica e organizacional“, salienta o INE.

Por outro lado, no universo de trabalhadores economicamente dependentes, há a realçar que 61,2 mil indicaram ter tido, nos últimos 12 meses, apenas um cliente. Já 33,3 mil tiveram entre dois e nove clientes, um dos quais dominantes. E 16,4 mil contaram com dez ou mais clientes, também um dos quais dominantes.

O INE nota ainda que, em 2024, a dependência económica foi mais frequente entre os homens do que entre as mulheres (15,8% contra 13,9%), entre os jovens de 16 a 34 anos (19,9%), os indivíduos que completaram o ensino superior (17,2%) e os que trabalham no setor da agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca (49,9%).

Em contraste, entre todos os trabalhadores por conta própria, quase sete em cada dez (68,9%, 507,9 mil pessoas) tinham dez ou mais clientes em 2024, não sendo nenhum deles dominante.

Educação não formal ganha terreno

O destaque publicado esta manhã pelo INE faz ainda um retrato da formação e educação frequentada pelos portugueses em 2024.

Ora, num total de quase oito milhões de pessoas entre os 16 e os 74 anos, 11,7% indicaram ter frequentado educação formal. Em causa estão 925,3 mil indivíduos. Face a 2022, houve um decréscimo de 0,4 pontos percentuais.

“A frequência de educação formal foi mais comum na região da Grande Lisboa (13,2%; 206,9 mil), de modo semelhante entre homens (11,7%; 448,8 mil) e entre mulheres (11,6%; 476,5 mil), no grupo etário dos 16 aos 24 anos (70,8%; 693,1 mil) e na população inativa (24,7%; 614,3 mil)”, detalha o INE.

28,7% revelaram ter feito cursos de educação não formal nos últimos 12 meses, mais 3,1 pontos percentuais do que em 2022. Em causa estão quase 2,3 milhões de pessoas. Também neste caso a frequência foi mais elevada na região da Grande Lisboa (34,5%; 540,0 mil pessoas), mas foi mais comum entre mulheres (29,3%; 1 202,2 mil) do que entre homens (28,0%; 1 072,0 mil).

“Conjugando estes dois tipos de educação, observou-se que 35,5% (2 809,5 mil; mais 2,1 pontos percentuais) das pessoas daquele grupo etário participaram em pelo menos um tipo de atividades de educação e formação nos últimos 12 meses“, observa o INE.

Notícia atualizada às 11h41

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