Grupo Cegid vai contratar mais 50 pessoas para reforçar aposta na IA

Centro de excelência em IA da Cegid situa-se em Portugal e a diretora de recursos humanos adianta ao ECO que a intenção é contratar mais 50 pessoas este ano.

O grupo Cegid — líder europeu de soluções empresariais na cloud para finanças, recursos humanos, retalho e setores empresariais — tenciona contratar mais 50 profissionais este ano em Portugal, com um “foco especial” na equipa dedicada à inteligência artificial (IA). O plano foi revelado ao ECO pela diretora de recursos humanos para Portugal e África, Rita Cadillon, que adianta que o objetivo é criar uma “equipa que combine perfis experientes e jovens talentos“.

Rita Cadillon, diretora de recursos humanos na Cegid em Portugal e África

“No total, prevemos contratar cerca de 50 pessoas, com um foco especial no reforço da nossa equipa de IA. O nosso centro de excelência em inteligência artificial situa-se em Portugal, com equipas em Braga e Lisboa”, sublinha a responsável, em declarações enviadas ao ECO.

O referido centro foi criado há cerca de um ano e visa desenvolver soluções de gestão empresarial com base em IA, exportando-as, depois, para os vários países onde a Cegid atua.

A meta anunciada, nessa altura, era a de chegar aos 150 engenheiros de software especializados em IA, total para o qual vai contribuir agora o recrutamento de 50 profissionais anunciado para este ano.

A nossa marca empregadora, enquanto Cegid, ainda é recente no mercado de trabalho, pelo que estamos a apostar mais em employer branding.

Rita Cadillon

Diretora de recursos humanos na Cegid em Portugal e África

Importa notar, porém, que o setor tecnológico tem sido afetado por uma elevada escassez de talento, com as empresas a reportarem sérias dificuldades de recrutamento. Questionada sobre essas dificuldades, Rita Cadillon reconhece que a marca empregadora da Cegid é “ainda recente no mercado de trabalho” português, pelo que o grupo vai continuar a apostar nessa área.

“Continuaremos a construir uma equipa que combine perfis experientes com jovens talentos, dotados de uma sólida formação técnica e elevado potencial de aprendizagem“, acrescenta a responsável.

“Num processo de conhecimento mútuo”

Ricardo Parreira, CEO da PHC Software, em entrevista ao Podcast 38,4 - 26MAR24
Ricardo Parreira, CEO da PHC Software, em entrevista ao podcast “Trinta e oito vírgula quatro” do Trabalho by ECOHugo Amaral/ECO

A Cegid foi motivo de notícia no arranque deste ano por ter adquirido a tecnológica portuguesa PHC Software, liderada até então por Ricardo Parreira (foto acima).

A equipa da portuguesa — composta por mais de 260 profissionais — está agora a ser integrada no mencionado grupo europeu, num “processo de conhecimento mútuo, assente num espírito construtivo e numa forte colaboração“, descreve a diretora de recursos humanos da Cegid Portugal.

O nosso maior desafio é integrar uma empresa de grande dimensão, mantendo simultaneamente o foco no crescimento do negócio“, reconhece Rita Cadillon. Ainda assim, atira: “Estamos confiantes na nossa capacidade, vontade e talento para alcançar este objetivo”.

Em declarações ao ECO, a responsável realça que a Cegid é hoje resultado de várias aquisições, pelo que já há diversidade de culturas. “Essa diversidade e o respeito pelas diferentes culturas fazem parte do nosso ADN e procuramos sempre incorporar as boas práticas das várias empresas que se vão juntado a nós“, garante Rita Cadillon.

Já questionada sobre o potencial impacto dessa transição na retenção do talento, a diretora de recursos humanos destaca as “grandes oportunidades de crescimento” dos profissionais e afirma que “uma boa gestão da mudança é fundamental para apoiar as pessoas” no processo de integração.

IA ajuda a recrutar talento?

Em fevereiro de 2023, a PHC Software anunciou estar a usar inteligência artificial para acelerar o recrutamento de novos talentos. E Ricardo Parreira veio, depois, ao podcast “Trinta e oito vírgula quatro” do ECO explicar como usar essa tecnologia para encontrar os profissionais certos para as vagas disponíveis.

Agora que a PHC Software foi comprada pela Cegid, Rita Cadillon adianta que a tecnológica portuguesa e o grupo europeu irão partilhar as “melhores práticas e experiências”. “Na Cegid, já demos passos importantes na adoção da IA em recursos humanos, e estou certa de que a PHC acrescentará valor neste campo e também noutras áreas“, enfatiza a responsável.

Confiar na inteligência artificial para resolver questões de gestão de pessoas pode levar-nos a negligenciar o desenvolvimento das lideranças e a desresponsabilizá-las.

Rita Cadillon

Diretora de recursos humanos da Cegid em Portugal e África

Por outro lado, quanto à utilização de IA para avaliar o desempenho dos empregados e, consequentemente, ponderar as progressões na carreira, Rita Cadillon afirma que a tecnologia “pode ser útil na análise objetiva de dados, como o cumprimento de metas, que integra o processo de avaliação de desempenho, ou na sugestão de planos de desenvolvimento individual”.

“No entanto, o feedback continua a ser a componente mais importante da avaliação de desempenho, e aí a inteligência emocional supera a artificial, especialmente em processos que dependem da interação humana“, ressalva a a responsável.

“Confiar na inteligência artificial para resolver questões de gestão de pessoas pode levar-nos a negligenciar o desenvolvimento das lideranças e a desresponsabilizá-las“, remata a diretora de recursos humanos, que entende que a gestão de pessoas vive de “zona cinzentas” que exigem o discernimento humano e a intuição que ainda falta às máquinas.

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