16% dos portugueses diplomados têm qualificações a mais para os empregos que exercem
Em Portugal, 16% dos diplomados têm qualificações superiores às que são exigidas pelos empregos que exercem. No conjunto da UE, o desajuste é mais grave.
Mais de um quinto dos diplomados da União Europeia tem qualificações a mais para os empregos que exercem, de acordo com os dados divulgados esta terça-feira pelo Eurostat. Em Portugal, esse desajuste é menos expressivo: 16% dos diplomados são sobrequalificados face aos seus postos de trabalho, sendo esta a nona taxa mais baixa do bloco comunitário.
“A sobrequalificação diz respeito a pessoas com educação terciária [nomeadamente, superior] que estão empregadas em ocupações que não requerem níveis tão elevados de educação. Em 2024, a taxa de sobrequalificação na UE foi e 21,3%“, observa o gabinete de estatísticas, num destaque publicado esta manhã.
Entre os países da União Europeia, a taxa de sobrequalificação foi mais alta em Espanha (35,0%), seguindo-se a Grécia (33,0%) e o Chipre (28,2%).
Já os países com os menores desajustes entre as qualificações dos trabalhadores e os empregos são o Luxemburgo (4,7%), a Croácia (12,6%) e a República Checa (12,8%).
E Portugal? Por cá, a taxa de sobrequalificação registada em 2024 foi de 16%, abaixo da média comunitária e a nona menos expressiva da União Europeia, conforme mostra o gráfico abaixo. Face a 2023, houve mesmo um recuo, de 16,6% para os tais 16%.
Por outro lado, o Eurostat destaca que a sobrequalificação tende a afetar mais as mulheres do que os homens. No conjunto da União Europeia, 22% das mulheres estavam nessa situação, contra 20,5% dos homens.
“Em 21 dos 27 países da UE, as mulheres registaram taxas mais altas de sobrequalificação do que os homens, tendo sido as diferenças mais elevadas verificadas em Itália (7,7 pontos percentuais), na Eslováquia (6,4 pontos percentuais) e em Malta (5,3 pontos percentuais)”, realça o gabinete de estatísticas.
Em Portugal, a taxa de sobrequalificação das diplomadas foi de 18,1%. Já dos diplomados foi de 12,8%. Ou seja, Portugal foi um dos países onde as mulheres foram mais afetadas pela sobrequalificação.
Em sentido contrário, em seis países do bloco comunitário, os homens foram mais afetados pela sobrequalificação do que as mulheres. A Lituânia, com uma diferença de 5,2 pontos percentuais entre a taxa feminina e a masculina, é o país onde tal é mais evidente, seguindo-se a Letónia (2,6 ponto percentuais) e a Estónia (2,5 pontos percentuais).
Emprego em máximos de 2009
A nota divulgada esta manhã pelo Eurostat mostra também que, em 2024, a União Europeia registou os níveis mais elevados de emprego desde 2009, ano em que se inicia a atual série estatística. Em concreto, 75,8% dos trabalhadores dos 20 aos 64 anos estavam empregados, estando em causa 197,6 milhões de pessoas.
“Entre os países da União Europeia, as taxas de emprego mais elevadas foram registadas na Holanda (83,5%), Malta (83%) e República Checa (82,3%). As taxas mais baixas foram verificadas em Itália (67,1%), Grécia (69,3%) e na Roménia (69,5%)”, nota o Eurostat.
Em Portugal, a taxa de emprego fixou-se em 78,5% em 2024, acima da média comunitária e do valor registado no mês anterior (78,0%). O mercado de trabalho português continua a dar provas de estabilidade, o que os especialistas estimam que se irá manter.
(Notícia atualizada às 11h28)
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