IL garante que terá “ímpeto reformista” que Passos Coelho pede e que AD não teve

  • Lusa
  • 17:38

Rui Rocha diz que a AD falhou na estabilidade “na medida em que conduziu o país a uma situação de eleições legislativas, de crise política” e falhou também as "medidas reformistas”.

O líder da IL assegurou esta terça-feira que o seu partido terá o “ímpeto reformista” que Pedro Passos Coelho pediu, considerando que as palavras do ex-líder do PSD foram dirigidas à AD, que não trouxe “a mudança necessária” ao país.

Em declarações aos jornalistas após ter visitado uma empresa de vestuário em Mangualde, distrito de Viseu, Rui Rocha jurou não ter “combinado nada” com Pedro Passos Coelho, que esta tarde pediu reformismo ao PSD, uma das mensagens da IL nesta campanha. “Parece-me muito relevante que Passos Coelho identifique duas questões que são fundamentais. Por um lado, a questão da estabilidade e, por outro lado, a do reformismo, que são precisamente duas questões em que a AD falhou”, afirmou.

Para Rui Rocha, a AD falhou na estabilidade “na medida em que conduziu o país a uma situação de eleições legislativas, de crise política” e, ao longo da legislatura, “falhou também do ponto de vista das medidas reformistas”.

“Portanto, parece-me que esse alerta de Pedro Passos Coelho é um alerta muito justo e que se dirige a quem nesta legislatura não conseguiu entregar nenhuma destas duas questões ao país”, referiu. Questionado se a IL trará essa capacidade reformista pedida pelo ex-primeiro-ministro do PSD, Rui Rocha respondeu: “É precisamente essa a nossa marca”.

“Aquilo que nós temos para dar aos portugueses é precisamente esse ímpeto reformista, essa capacidade de olhar para as áreas onde a AD não foi capaz de introduzir a mudança absolutamente necessária e urgente no país”, disse. Sobre se considera que houve uma aproximação de Passos Coelho em relação à IL, Rui Rocha disse que o seu partido “está sempre no mesmo sítio”.

“Está sempre a dizer que temos as pessoas, as ideias, as competências, os quadros para reformar o país. Esse é o nosso discurso e parece muito importante que Pedro Passos Coelho venha ter dado esse alerta, como quem diz: ‘aquilo que não aconteceu nesta legislatura, tem de acontecer na próxima’”, disse.

O antigo líder do PSD Passos Coelho pediu hoje que o partido continue a sua “tradição reformista” e que o país “não se alheie” do que se passa no mundo, sem responder se Luís Montenegro tem essas qualidades. À entrada para o almoço com vários ex-líderes do PSD para assinalar os 51 anos do partido, na sede nacional, Passos Coelho disse não querer “intervir no desenrolar da campanha eleitoral” nem pronunciar-se sobre temas da ordem do dia, dizendo pretender apenas fazer “uma brevíssima reflexão”.

“O meu desejo profundo é que, nestes anos que temos por frente, o PSD possa fazer pleno jus à sua tradição reformista em Portugal”, disse.

Rocha acusa Pedro Nuno de ter levado Portugal a bater contra “várias paredes”

O líder da IL acusou ainda o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, de ter feito com que Portugal batesse contra “várias paredes”, apontando o seu balanço enquanto ministro em áreas como a habitação ou a ferrovia.

Esta manhã, sentado no cockpit de um carro de corrida, em Leiria, Pedro Nuno Santos foi confrontado com o ‘slogan’ de campanha da IL – ‘acelerar Portugal’ – e considerou que Rui Rocha “acelerava era contra a parede”. Em reação a estas declarações, o líder da IL considerou que é Pedro Nuno Santos quem tem “toda a responsabilidade de ter trazido Portugal contra várias paredes”.

“Na habitação, falhou, trouxe uma crise profundíssima à habitação. Foi ministro das Infraestruturas, foi contra uma parede, mas é mesmo uma única parede porque, depois, não temos telhados, não temos alicerces, portas, janelas, porque não temas casas. Pedro Nuno Santos prometeu casas aos portugueses e elas não apareceram”, criticou. Sobre a ferrovia, Rui Rocha considerou que o balanço de Pedro Nuno Santos também foi “um falhanço”.

“Mais uma parede. Depois de anos no Ministério das Infraestruturas, deixou mais um quilómetro em exploração do que aquilo que havia quando entrou e aqui esta zona [Viseu] sabe bem disso, porque temos aqui linhas que demoram muitos anos, muito para lá daquilo que seria de esperar, a serem remodeladas”, disse. O líder da IL considerou assim que “as paredes de Pedro Nuno Santos foi ele próprio que as criou, foi ele próprio que embateu nelas.”

“Foi ele próprio que criou as condições para não poder ser primeiro-ministro, porque não foi um bom ministro das Infraestruturas”, afirmou. Rui Rocha gracejou ainda que, no dia de hoje, houve dois Pedros que reagiram a mensagens da IL: Pedro Passos Coelho ao falar em necessidade de reformismo e Pedro Nuno Santos ao abordar o ‘slogan’ da IL.

“As ideias fazem o seu caminho, nós estamos a influenciar já a política portuguesa”, ironizou. Interrogado se considera que Pedro Nuno Santos está a fazer estes ataques devido a sondagens desfavoráveis para o PS, Rui Rocha disse que isso parece-lhe evidente, acusando a esquerda de estar passar “mais tempo a criar fantasmas e ataques” do que a apresentar soluções.

“Nós não podemos passar a vida a lamentar que o país não atingiu os níveis de prosperidade e sistematicamente depois adotar as políticas que Pedro Nuno Santos e a esquerda defendem e que foram incapazes, ao longo destas décadas que levamos desde o 25 de Abril, de diminuir a pobreza no país, de trazer prosperidade, autonomia, dar liberdade às pessoas de fazerem as suas escolhas”, sustentou.

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