Novobanco? Banco de Portugal deseja diversidade acionista no setor

Clara Raposo referiu que tem "expectativas positivas" em relação ao desfecho do processo da venda do Novobanco. E frisou que o setor está hoje mais resiliente para enfrentar a turbulência global.

Questionada sobre o processo de venda do Novobanco, a vice-governadora do Banco de Portugal, Clara Raposo considerou que o supervisor preza a concorrência do mercado e que não vê com bons olhos que os bancos sejam iguais uns aos outros e dependam dos mesmos acionistas.

“Sabemos como temos o sistema a funcionar neste momento. Para nós é importante que haja concorrência e que idealmente não tenhamos os bancos exatamente iguais uns aos outros e dependentes das mesmas fontes de risco e acionistas”, disse Clara Raposo durante a conferência Banking on Change, organizada em Lisboa pelo ECO com a KPMG e a PLMJ.

Segundo explicou, “um sistema bancário que funciona com concorrência a todos os níveis tem vantagens claras para a estabilidade financeira, desde que as instituições sejam bem geridas”.

Ainda assim, relativamente ao processo do Novobanco, sublinhou que está com “expectativas positivas quanto à sua concretização”.

Na sua intervenção inicial, Clara Raposo deu conta dos progressos realizados pelos bancos em Portugal em matéria de redução do crédito malparado e de reforço da rentabilidade e da capitalização e que colocar o setor num patamar de maior resiliência para enfrentar “dificuldades” no futuro.

“O setor está muito mais resiliente e mais preparado para enfrentar dificuldades do que estavam há 10 anos“.

“Temos um setor bancário que está a funcionar muito mais eficientemente. Temos algum espaço para atravessar período de turbulência no futuro”, afirmou.

Já em relação ao tema dos depósitos, lembrou que os bancos têm tido “anos de particular abundância de liquidez” e que por isso “não têm tido a necessidade de ir à procura de financiamento” junto das famílias.

Porém, Clara Raposo frisou que o supervisor está “atento” à política de remuneração dos bancos, “mas não é intrusivo”. “Fazemos os nossos alertas”, destacou.

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