“Resiliência, criatividade e literacia tecnológica”. As competências à prova do futuro
Especialista em liderança recomenda que empresas criem "cultura de aprendizagem", em vez de reunirem centenas de cursos e deixarem aos trabalhadores a missão de se requalificarem.
Se quase quatro em cada dez dos maiores empregadores mundiais antecipam que as competências valorizadas no mercado de trabalho vão mudar nos próximos cinco anos, a questão que se impõe é a seguinte: afinal, quais são aquelas que são à prova do futuro? Resiliência e flexibilidade, curiosidade, criatividade e literacia tecnológica são algumas das competências apontadas ao ECO por Pär Lager, especialista em liderança, que está em Lisboa esta quarta-feira para a APED Retail Summit.
Autor de três livros — o mais recente sobre a necessidade de qualificação e requalificação dos profissionais –, Pär Lager é um dos maiores especialistas do norte da Europa, na área da liderança, análise competitiva e aprendizagem inovadora.
Questionado pelo ECO quanto às competências que serão chaves nas próximas décadas, enumera: resiliência, flexibilidade e agilidade, liderança e influência social, curiosidade e aprendizagem ao longo da vida, pensamento criativo, literacia tecnológica e em inteligência artificial.
Ainda assim, na visão deste especialista, os profissionais não estão, na sua maioria, conscientes da necessidade de atualizarem as suas competências, tendo em conta a transformação em curso no mercado de trabalho.

“A maioria das pessoas vê as mudanças rápidas a acontecerem, mas entende que só os outros precisam de se requalificar, não eles próprios”, afirma Pär Lager. “Está na hora de termos um maior sentido de urgência“, apela o responsável, que está em Lisboa para fazer uma apresentação sobre “capacitação, formação e requalificação das pessoas na era da inteligência artificial”.
Ao ECO, o especialista diz ainda que este processo de conquista e atualização de competências cabe não só aos indivíduos e às chefias diretas, como também às organizações e aos próprios Governos. Às empresas, deixa até um recado: reunir centenas de cursos online numa plataforma e atribuir a responsabilidade de qualificação aos profissionais não terá os resultados desejados.
A maioria das pessoas vê as mudanças rápidas a acontecerem, mas entende que só os outros precisam de se requalificar, não eles próprios. Está na hora de termos um maior sentido de urgência.
“Invistam, antes, na construção de uma cultura de aprendizagem“, recomenda Pär Lager, que frisa que os próprios líderes devem ser um exemplo a seguir, neste ponto. “Devem priorizar a sua própria aprendizagem e serem um catalisador da aprendizagem das demais pessoas”, realça.
De acordo com o Fórum Económico Mundial, que ouviu mais de mil empregadores em todo o mundo (que têm sob a sua alçada 14 milhões de trabalhadores), quase quatro em cada dez destes apontam que as competências valorizadas no mercado de trabalho mudarão até 2030. Estes dados constam da edição mais recente do relatório “Future of jobs”.
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