TAP denuncia fornecedor e PJ avança com buscas pelo país. Há três detidos

A denúncia partiu da própria transportadora portuguesa. O principal alvo é uma empresa fornecedora de componentes e peças para aviões de várias companhias internacionais.

A Polícia Judiciária (PJ) realizou esta quarta-feira uma operação de buscas domiciliárias e não domiciliárias em dez locais, entre os quais a TAP. Pelo menos três pessoas foram detidas.

O principal alvo é uma empresa fornecedora de componentes e peças para aviões de várias companhias internacionais no âmbito da manutenção feita às respetivas aeronaves, por parte dos serviços de engenharia da TAP, em Lisboa.

AO ECO, a transportadora aérea confirma que houve “buscas esta quarta-feira relacionadas com um caso judicial em que a TAP é denunciante e sobre o qual não fazemos comentários. A companhia está, naturalmente, a colaborar com as autoridades”, segundo fonte oficial.

A denúncia partiu da própria transportadora portuguesa. A TAP recorria a uma empresa fornecedora de materiais – tendo detetado que a mesma vendia, para instalação nos motores dos aviões, peças não certificadas, procurando com isso uma maximização dos lucros à custa do risco na segurança aeronáutica.

Os detidos na operação “Voo Cego” estão indiciados dos crimes de burla qualificada, falsificação de documentos, administração danosa, atentado à segurança de transporte por ar, branqueamento, corrupção passiva, corrupção com prejuízo do comércio internacional e fraude fiscal qualificada.

O diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ), Luís Neves. JOSÉ SENA GOULÃO/LUSAJOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

Em comunicado, a PJ adianta que foi dado cumprimento de 10 mandados de busca nas regiões de Lisboa, Margem Sul, Alentejo, Algarve e interior do país, “tendo sido detidos três suspeitos dos crimes de burla qualificada, falsificação de documentos, administração danosa, atentado à segurança de transporte por ar, branqueamento, corrupção passiva, corrupção com prejuízo do comércio internacional e fraude fiscal qualificada”.

“Em causa estão suspeitas de fornecimento de peças e componentes aeronáuticos a companhias de transporte aéreo e às respetivas unidades de manutenção, acompanhados de documentação de certificação que se suspeita ter sido forjada. Estes componentes, classificados como “Suspected Unapproved Parts”, não cumprirão com os requisitos exigidos pelos fabricantes originais”, adianta a nota.

A PJ confirma ainda que “a investigação resulta da denúncia apresentada por uma das operadoras aéreas lesadas com a atuação dos suspeitos, em 2023, na sequência da deteção, nas suas cadeias de abastecimento, de componentes não certificados, destinados a ser instalados em motores aeronáuticos, no decurso de ações de manutenção”.

Com base nas denúncias da própria TAP, a situação foi identificada e restabelecida a segurança nos vários aviões em causa – tendo PJ e o Ministério Público sido alertados para o caso, numa investigação que dá agora origem a buscas e detenções.

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