BRANDS' ECOSEGUROS (In)certeza no Setor Segurador

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Com o adensar de incertezas nos mercados, chegam avisos por parte do regulador europeu dos seguros que antecipa um futuro desafiante e aponta à inovação e resiliência do setor.

O regulador europeu para os seguros e fundos de pensões, European Insurance and Occupational Pensions Authority (“EIOPA”), divulgou no mês de junho o seu relatório anual e o relatório de sustentabilidade com um olhar sobre a evolução do mercado segurador em 2024. Mais do que uma análise retrospetiva ao desempenho e tendências do mercado, o interesse contido nestes documentos está na visão do regulador europeu sobre o futuro e quais os principais desafios que antecipa para um setor que se têm mostrado forte e resiliente em tempos de incerteza.

Aos dias de hoje, não será novidade referir que vivemos tempos de fragmentação geopolítica e, que isso por si, já acarreta desafios às empresas. Contudo, num mercado tão competitivo e supervisionado como o segurador, esse é só um dos muitos riscos a que as seguradoras e resseguradoras estão expostas, não podendo para além das ameaças financeiras e económicas, deixar de incluir as componentes estratégicas, regulatórias e operacionais do negócio no seu planeamento a curto e médio prazo.

Os relatórios destacam esse ecossistema de mudança e evolução levando o leitor a refletir no processo de transformação que está e irá ocorrer a breve trecho. Do lado económico, sublinham as previsões o baixo crescimento esperado, riscos de inflação e alta volatilidade nos índices de ações e de obrigações, podendo este cenário penalizar a rentabilidade quer dos produtos financeiros de capitalização, quer o valor dos fundos de pensões no imediato, não deixando de sublinhar o possível efeito de perda de valor dos ativos financeiros em carteira das entidades seguradoras e que servem de almofada financeira para fazer face às responsabilidades junto dos tomadores de seguros.

Pedro Alexandre, Manager EY, Assurance Financial Services

No que diz respeito à componente estratégia, a lista de temas não é menos extensa para as empresas de seguros – que o digam os gestores destas entidades ­- que lidam com o aumento de custos na área da saúde, desde medicamentos aos tratamentos médicos, seguido do ramo automóvel, onde os custos têm crescido não só mas também, por via do incremento de carros elétricos e híbridos disponíveis no mercado, e não esquecendo dos custos com catástrofes naturais e sismos, como realça os relatórios da EIOPA e, cuja temática têm sido alvo de debate em Portugal com a análise e avaliação da criação de um fundo sísmico, a título de exemplo. Como se isso não bastasse, podemos acrescentar questões demográficas que têm estado na agenda pública dado o envelhecimento acelerado verificado no continente europeu, não esquecendo a competitividade com a melhoria e diversificação crescente da oferta, e a natural luta por ganhos de quota no mercado nacional e internacional, que pode intensificar a tendência de consolidação dos principais grupos seguradores.

Na agenda de prioridades também encontramos os requisitos regulatórios e técnicos, que têm sofrido evoluções significativas para quem acompanha o mercado com vista a garantir a sustentabilidade das empresas do setor e garantias de capital para desenvolvimento de atividade. O cumprimento dos princípios de Solvência II, desenvolvido sob supervisão da EIOPA, impactam as empresas na tomada de decisão e gestão de risco, como reconhece o regulador europeu que aponta a simplificação como um ponto fulcral no seu plano de atividades com vista a reduzir ao essencial a carga de relatórios e informação divulgada.

Por último e não menos relevante, é o desenvolvimento operacional das empresas cuja preocupação é focada na formação de pessoas e na inovação tecnológica. Este último é fator essencial para aumento da competitividade e produtividade, num mercado onde a necessidade de digitalização dos processos é prioritária, mesmo que isso acarrete riscos como o de cibersegurança, dependência de terceiros e gestão de dados, temas estes endereçados no Digital Operational Resilience Act (“DORA”). O leque de possibilidades que, a disrupção tecnológica traz para o setor segurador é enorme, ainda para mais considerando o uso potencial da Inteligência Artificial para automatização, análise e avaliação do perfil de risco de cada cliente e personalizar a oferta às necessidades de cada um.

Num paradigma de incerta, a única coisa que a EIOPA dá como seguro é que o setor mantém-se com indicadores fortes e estáveis, e que se encontra financeiramente equipado para resistir à turbulência que se antecipa, conservar a sua credibilidade e o seu papel vital na economia europeia, de oferta de cobertura de risco às empresas e pessoas contra os imprevistos. Perante a garantia de cenários mais adversos e de maior esforço para as equipas de gestão das empresas seguradoras, o regulador deixa a promessa do reforço da sua ação na avaliação da preparação, planeamento e inovação dos agentes para garantir uma resposta proativa e célere aos contratempos.

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