Com incerteza sobre espetro, “Nos não irá fazer mais um euro de investimento na rede móvel”

Enquanto houver incerteza sobre a renovação e atribuição de espetro, Miguel Almeida diz que a Nos não tenciona investir mais, por não ter garantia de que terá tempo para rentabilizar o investimento.

O CEO da Nos disse esta quarta-feira que a operadora “não vai fazer mais um euro de investimento na rede móvel” enquanto existir incerteza sobre a a renovação dos direitos de utilização de frequências, visto não ter garantias que consiga obter retorno.

“A Nos não vai fazer mais um euro de investimento na rede móvel, neste momento não tem tempo de se pagar”, atirou o gestor. Quando questionado sobre se a empresa tem interesse em obter acesso a mais frequências para melhorar o seu serviço 5G, Miguel Almeida respondeu que não.

“Não necessitamos de mais espetro neste momento. Aquilo de que temos necessidade fundamental é de previsibilidade sobre o acesso a esse espetro”, constatou.

Algumas das licenças de utilização de espetro detidas pelas operadoras vão caducar já em 2027. No entanto, no final do ano passado, a Autoridade da Concorrência veio considerar que estas não devem ser renovadas automaticamente e que a duração das mesmas deve ser mais curta.

Lembrando essa posição do regulador, Miguel Almeida apontou que “introduzir esta incerteza num momento destes é a loucura total”. E, endurecendo o discurso, disse mesmo: “É criminoso.”

“O espetro vai ser renovado. Não sei se há um conjunto de obrigações ou não. Tem de ser feito”, disse o CEO da Nos.

Miguel Almeida falava no painel Estado da Nação das Comunicações, inserido no congresso anual da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), debatendo o estado do setor com Ana Figueiredo, CEO da Meo, e Luís Lopes, CEO da Vodafone.

Luís Lopes anunciou que a Vodafone pode “potencialmente” estar interessada em 10 MHz na faixa dos 3,6 GHz, onde já possui direitos de utilização de 90 MHz.

Já sobre a notícia de que a Anacom irá dar “novidades” em breve sobre a atribuição de 10 MHz na faixa dos 700 MHz, o líder da Vodafone especulou que “deve haver uma razão” para a Meo ter sido a única a não licitar dois lotes nesta faixa, ao contrário das duas concorrentes, e enalteceu a decisão do regulador de instaurar um processo contra a Dense Air por esta nunca ter usado as licenças que adquiriu no leilão do 5G: “Já não era sem tempo.”

Por seu turno, Ana Figueiredo exigiu um ambiente mais favorável ao investimento: “Sempre que nos deram condições para investir, nunca falhámos com o país.”

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