Eurogrupo defende prudência da cláusula de escape para despesa em defesa

Ministros das Finanças da Zona Euro querem facilitar a transição para um nível mais elevado de despesas de defesa a médio prazo. Recomenda ainda orientação orçamental neutra para 2026.

O Eurogrupo considerou esta segunda-feira que a ativação da cláusula de escape nacional, que exclui do saldo orçamental a despesa em defesa, deve ser implementada de forma “prudente”, permitindo um período transitório para encargos mais altos com esta área no médio prazo.

“Saudamos o pedido de ativação da cláusula de salvaguarda nacional (NEC) para as despesas de defesa durante o período de 2025-2028 por 11 Estados-membros da Zona Euro nesta fase. A NEC deve ser implementada de forma prudente para facilitar a transição para um nível mais elevado de despesas de defesa a médio prazo“, refere o grupo informal de ministros das Finanças do euro, em comunicado.

O Eurogrupo assinala que embora se espere que os aumentos necessários nas despesas de defesa tenham um efeito expansionista em comparação com a trajetória delineada nos planos de médio prazo apresentados, a magnitude para a Zona Euro como um todo irá depender da implementação concreta e só se tornará mais clara com o tempo.

Concentrar as despesas de defesa em investimentos produtivos e inovação pode apoiar a atividade económica na Europa, melhorar a capacidade das nossas economias de absorver maiores despesas de defesa e, assim, garantir a melhor relação custo-benefício para o dinheiro público”, refere.

O Eurogrupo indica ainda que, a médio prazo, irá trabalhar numa nova priorização gradual dos orçamentos nacionais para acomodar maiores despesas de defesa, mantendo o foco na abordagem de outros desafios estruturais e sociais.

Ministros das Finanças querem uma política orçamental neutra na Zona Euro em 2026

O Eurogrupo recomendou ainda uma política orçamental neutra em 2026 para os países da zona euro, ou seja, que na preparação para o Orçamento do Estado do próximo ano os Estados não adotem nem uma orientação expansionista, nem contracionista.

Esperamos uma orientação orçamental globalmente neutra na Zona Euro em 2026, o que parece, em geral, apropriado no atual ambiente económico. Isto sem considerar o impacto do plano de médio prazo da Alemanha, que a Alemanha pretende apresentar até o final de julho”, assinala o Eurogrupo, em comunicado.

Este era um dos pontos de agenda da reunião dos ministros das Finanças do euro, em Bruxelas, num encontro que ficará marcado pela eleição do presidente do Eurogrupo.

A implementação das trajetórias de despesa líquida recomendadas pelo Conselho, através dos Orçamentos de 2026, garantiria a diferenciação das políticas orçamentais entre os Estados-membros da Zona Euro, refletindo ainda mais os desafios orçamentais e económicos específicos de cada país”, referem os governantes.

O grupo irá voltar ao tema em dezembro, altura na qual irá divulgar a análise aos Orçamentos do Estado dos países para o próximo ano.

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