Mastercard escolhe Portugal para estrear ferramenta de diagnóstico ESG a pensar nas PME
A Mastercard traz para Portugal, em parceria com a Unicre, uma ferramenta gratuita que pretende ajudar as pequenas e média empesas a fazerem uma "autoavaliação" da sua integração de fatores ESG.
A Mastercard uniu-se à Unicre para lançar uma nova ferramenta para as pequenas e médias empresas (PME) fazerem uma avaliação do seu desempenho em termos ambientais, sociais e de governança (ESG). Desta forma, a solução gratuita pretende ajudar a que estas empresas deem o pontapé de partida no seu percurso na área da sustentabilidade.
“O nosso objetivo é oferecer ao mercado uma solução dedicada e adaptada às necessidades das PME, privadas ou públicas, contribuindo para a evolução do ecossistema de apoio às empresas nas áreas ESG”, explica Inês Saltão, responsável de ESG da Unicre. Através desta ferramenta, as PME vão poder avaliar o seu ponto de partida na jornada de sustentabilidade, identificar áreas de melhoria e definir estratégias de evolução.
A solução chama-se ESG Quant e é de utilização gratuita. A empresa terá de aceder à plataforma online e preencher o inquérito com as informações solicitadas. A responsável de ESG da Unicre garante que o preenchimento dos dados requer apenas cerca de 15 minutos, e não exige formação prévia nem conhecimentos técnicos. “Trata-se de um primeiro diagnóstico, não de uma auditoria completa, e é exatamente nesse papel de ponto de partida que a ferramenta se posiciona”, esclarece Inês Saltão, já que “para muitas PME, o verdadeiro desafio é saber por onde começar, e o ESG Quant dá-lhes esse começo, estruturado e pragmático”.
Os dados solicitados procuram avaliar a integração de fatores de sustentabilidade na estratégia da empresa, a preparação e maturidade da liderança neste campo, a adaptação à regulamentação e a preparação para reporte de sustentabilidade. “Na sequência da análise destas informações, a empresa recebe um relatório com recomendações ajustadas ao seu nível de maturidade ESG”, explica Inês Saltão. É um processo que demora “poucos minutos”. As recomendações são geradas automaticamente, em poucos minutos e sem requerer análise manual. Depois são apresentadas divididas em categorias, nomeadamente estratégia, liderança, regulamentação, monitorização e reporting.
Desta forma, a plataforma ajuda a evidenciar as principais barreiras que podem estar a limitar o progresso da empresa. Com base nesse diagnóstico, os utilizadores podem definir planos de ação, promovendo uma melhoria do seu desempenho sustentável. “É, no fundo, uma ferramenta estratégica que permite às empresas darem os primeiros passos de forma confiante, informada e sem complexidade”, resume Inês Saltão. No caso dos clientes da Unicre, a empresa garante “proximidade e orientação adicional”, assim como a disponibilização futura de conteúdos.

A Unicre é a primeira entidade a representar e implementar o ESG Quant a nível mundial, o que torna Portugal o primeiro mercado a acolher esta ferramenta. Nesse sentido, a Unicre entende que Portugal pode vir a servir como mercado de teste e referência para futuros lançamentos.
Apesar de alívio na regulação, Unicre deteta “interesse crescente” de PME em ESG
Confrontada com a pertinência deste tipo de ferramentas num contexto de alívio da regulação de sustentabilidade na Europa, através do pacote Omnibus, Inês Saltão entende que “a relevância de ferramentas como a ESG Quant não só se mantém, como aumenta, colocando as empresas num momento de decisão ainda mais consciente”. Isto porque, o “Omnibus pode simplificar alguns aspetos do reporte, mas não elimina a complexidade nem a exigência crescente em torno dos temas ESG, especialmente para as PME, que continuam a enfrentar desafios significativos de recursos e conhecimento técnico”.
No contexto do Omnibus, que reduziu o número de empresas obrigadas a reportar fatores de sustentabilidade, muitas PME fazem parte da cadeia de valor de empresas que terão de fazer o devido reporte, sublinha Saltão, pelo que serão chamadas a contribuir com dados. “Ter uma ferramenta que as ajude a organizar essa informação e a iniciar o seu caminho ESG continua a ser fundamental”, conclui. A ESG Quant está alinhada com as principais diretivas e regulamentos internacionais, como a Diretiva Europeia de Relato de Sustentabilidade (CSRD).
No que diz respeito ao interesse demonstrado pelas PME neste tipo de soluções, em particular após o alívio do Omnibus, Saltão afirma que existe “um interesse crescente por parte das empresas em integrar práticas ESG”, à medida que estas reconhecem o seu impacto na competitividade, no acesso a financiamento e na permanência em cadeias de valor mais exigentes. “Há mais consciência e mais vontade de agir, mas falta, muitas vezes, o apoio certo”, o que a ESG Quant vem tentar colmatar.
Em relação a metas quanto ao número de utilizadores, Inês Saltão indica que não estão definidas, pois a ferramenta não faz parte da atividade principal da Unicre. O objetivo, para já, é “contribuir para enraizar uma cultura de sustentabilidade no tecido empresarial”.
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