Um mês depois da compra, CEO do BPCE visita Novobanco e apresenta-se aos trabalhadores

Trabalhadores do Novobanco conhecem hoje o futuro patrão. Nicolas Namias, que já afastou despedimentos, visita sede no Tagus Park, onde fará uma apresentação de uma hora ao lado de Mark Bourke.

Nicolas Namias, CEO do Groupe BPCE, visita Novobanco um mês após o anúncio de compra do banco à Lone Star.

Pouco mais de um mês depois de anunciado o negócio de compra do Novobanco, por 6,4 mil milhões de euros, o CEO do Groupe BPCE, Nicolas Namias, viaja esta quarta-feira a Lisboa para visitar a sede do banco no Tagus Park e apresentar-se pela primeira vez aos trabalhadores.

Nicolas Namias fará uma apresentação ao final da manhã, marcada para as 11 horas, que durará cerca de uma hora, num encontro em que o gestor francês se fará acompanhar do CEO do Novobanco, o irlandês Mark Bourke, e para o qual foram convidados todos os trabalhadores. Incluindo os que não trabalham na sede, que poderão assistir à sessão através da transmissão online.

Nem o Novobanco nem o BPCE comentam esta visita. Fonte oficial do banco francês adianta apenas que Nicolas Namias viaja a Portugal regularmente e não dá detalhes específicos sobre as suas visitas ou reuniões planeadas – isto depois de questionada se o líder do banco francês iria ter alguma reunião com o ministro das Finanças, Fundo de Resolução e Banco de Portugal (os dois primeiros acionistas detentores de 25% do banco, o terceiro enquanto supervisor). Ministério, banco central e fundo também se remetem ao silêncio sobre eventuais reuniões com o CEO do BPCE.

O encontro com o futuro patrão é aguardado com expectativa entre dos trabalhadores, que esperam que assuma compromissos com o futuro do banco. “Esperamos que [Nicolas Namias] nos diga quais são as intenções para o banco”, sublinha a coordenadora da comissão de trabalhadores, Liliana Felício, ao ECO.

“Esperamos que seja para assegurar que vai manter a independência do Novobanco, manter os postos de trabalho ou até mesmo crescer a atividade do banco”, acrescenta a representante dos trabalhadores.

Foi a 13 de junho que a Lone Star, que detém 75% do Novobanco, anunciou a venda da instituição financeira ao Groupe BPCE, segundo maior banco francês que está presente em Portugal através do Natixis, Oney Bank e Banco Primus, num negócio avaliado em 6,4 mil milhões de euros.

No mesmo dia, Nicolas Namias assegurou que o banco francês não prevê qualquer programa de despedimentos no Novobanco, que contava com mais de 4.200 nos seus quadros e quase 300 balcões no final de março.

“Ao contrário de muitas outras, esta transação não é sobre sinergias de custos”, explicou o gestor em teleconferência com os jornalistas.

“Sejamos claros, o BPCE conta hoje com 3.000 pessoas em Portugal. Mas elas trabalham para todo o grupo, não é um banco português, por isso não temos hoje sinergias de custos entre o que temos em Portugal e o Novobanco. Portanto, não se trata de um projeto baseado em sinergias de custos e cortes de postos de trabalho, sou muito claro quanto a isso”, explicou, tendo sinalizado também que a equipa de gestão liderada por Mark Bourke deverá continuar em funções.

“Tornou-se um dos bancos mais rentáveis da Europa, tem um rácio custo/rendimento de 33%, portanto, a administração fez um excelente trabalho e, claro, vou contar com o seu compromisso para connosco“, elogiou.

Segundo foi anunciado, a operação deverá estar concluída apenas durante o primeiro semestre do próximo ano, depois de obtidas as autorizações regulatórias.

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