Currículo do novo governador do Banco de Portugal “não levanta dúvidas”, diz líder da Caixa

Paulo Macedo afasta problemas de conflitos de interesse pelo facto de ter sido colega de Álvaro Santos Pereira no governo liderado por Pedro Passos Coelho.

O presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) aprova a escolha de Álvaro Santos Pereira para governador do Banco de Portugal. “Estamos a falar do economista-chefe da OCDE, com uma carreira académica e técnica sólida. (…) Em termos de currículo não levanta dúvidas”, referiu Paulo Macedo esta quarta-feira.

“Há uma questão de apreço pessoal pelo trabalho que desenvolveu até agora”, prosseguiu Paulo Macedo durante a conferência de imprensa de apresentação dos resultados do primeiro semestre.

“Há uma questão maior de apreço por uma pessoa que é economista-chefe da OCDE, a viver em Paris, e depois regressa a Portugal com as manchetes de jornais que recebeu no primeiro dia. É preciso dar valor a essas pessoas que – com palavras menos bem consideradas – se disponibilizam a vir para o país quando estão na OCDE. Paris não é o que era, mas não está mal”, acrescentou o líder do banco público com alguma ironia à mistura.

Paulo Macedo, antigo ministro da Saúde, afastou ainda potenciais problemas de independência pelo facto de o futuro governador ter sido seu colega no governo liderado por Pedro Passos Coelho há mais de uma década.

“Várias pessoas são amigas umas das outras e várias pessoas já trabalharam juntas. A questão não é o conflito de interesses; é se são mitigados ou não e se há disclosures dos mesmos”, sustentou. “Se o conflito de interesse surge por terem trabalhados juntos, então ficaríamos muito reduzidos num mercado já muito restrito”.

Relativamente às polémicas entre o atual governador, Mário Centeno, e o Governo, nomeadamente em relação à nova sede do Banco de Portugal, Paulo Macedo recusou fazer comentários. Ainda assim, frisou que a Caixa tem “apreço pelo anterior governador pela forma como se relacionou com os bancos e como representou Portugal no BCE”.

“Estamos a falar de duas personalidades credíveis”, afirmou o gestor, referindo-se a Centeno e Álvaro Santos Pereira.

A Caixa lucrou 893 milhões de euros na primeira metade do ano, subindo 0,4% em termos homólogos, com o aumento do volume de negócios a amparar a queda da margem financeira.

(Notícia atualizada às 12h22 com mais informação)

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