EDP Renováveis “segura” nos EUA, diz Miguel Stilwell

A "grande e bela lei" de Trump, que pretende tirar benefícios atribuídos a vários projetos renováveis nos EUA, não deverá afetar a EDP até 2027. A partir daí, estão a ser criadas salvaguardas.

O CEO da EDP Renováveis, Miguel Stilwell, afirmou que, com uma maior clareza sobre as alterações à lei nos Estados Unidos, tem segurança que receberá os créditos fiscais correspondentes aos projetos que prevê colocar em operação até 2027. O líder da elétrica ‘limpa’ apresentou estes dados numa chamada com analistas, que ocorreu no rescaldo da apresentação dos resultados da empresa, relativos ao primeiro semestre do ano.

O diploma OneBigBeautiful Bill Act (grande e bela lei, em tradução livre), lançada por Trump, ameaça os investimentos em energia renovável no país, na medida em que retira o direito a créditos fiscais, em determinadas situações, que haviam sido atribuídos pela antiga administração norte-americana, liderada por Joe Biden.

Em 2026 e 2027 estamos seguros. Podemos construir quantos megawatts quisermos. Desde que os coloquemos em operação, serão elegíveis para os créditos fiscais“, garantiu Stilwell, em relação aos efeitos da lei de Trump nos investimentos da elétrica nos Estados Unidos.

Há 1,5 gigawatts de capacidade solar e eólica que são cobertos pela antiga legislação, e que podem estar operacionais até 2028. Assim sendo, a empresa está a trabalhar em “proteções” para os projetos a partir de 2028, sobretudo para projetos solares e eólicos, “potencialmente, até 2030”.

Nalguns casos, acrescentou, dar início à construção de projetos e chegar aos 5% de execução é suficiente para criar segurança em relação aos créditos fiscais. “Deverá ficar tudo bem”, indicou. “Temos agora uma boa visibilidade, até 2030, e devemos solidificá-la nas próximas semanas“, acrescentou Stilwell.

Baterias são bom investimento, mas na Ibéria falta regulação

O diploma também não afeta os projetos de armazenamento, indica o líder da Renováveis. Os projetos de armazenamento, de acordo com o CEO, “são dos mais lucrativos de momento”, em particular nos Estados Unidos, sendo que, geralmente, apresentam retorno (IRR) na ordem dos dois dígitos.

No primeiro semestre representaram 20% dos 1,1 mil milhões de euros de investimento, sobretudo nos Estados Unidos, estando 0,3 gigawatts em construção. Ainda assim, “não há muito investimento a ser feito em baterias, em Espanha ou em Portugal, porque há falta de regulação”, afirmou.

O líder da EDP Renováveis defende que, por exemplo, deveriam existir remunerações de serviços de sistema – algo que a ministra da tutela avançou, esta semana, como uma medida a ser tomada na sequência do apagão de 28 de abril. Como a regulação ainda não está madura, “muitos poucos players estão a avançar com decisões de investimento”.

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