Incêndios. Agricultores criticam “cadeia de burocracia” nos apoios
Jovens agricultores avisam para "diversas dificuldades no acesso aos apoios disponíveis, nomeadamente com os formulários de reporte dos prejuízos”.
Os jovens agricultores criticaram esta segunda-feira a “cadeia de burocracia incomportável” nos apoios face aos incêndios e pediram uma maior articulação no terreno, envolvendo também as organizações de produtores, que dizem ter sido esquecidas.
“Têm chegado à AJAP [Associação dos Jovens Agricultores de Portugal] vários relatos de agricultores da Região Centro e Norte do país, reportando diversas dificuldades no acesso aos apoios disponíveis, nomeadamente com os formulários de reporte dos prejuízos”, indicaram, em comunicado, os agricultores.
De acordo com a associação, na semana passada, estes formulários ainda não tinham sido disponibilizados pelas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), obrigando os lesados a deslocaram-se à respetiva câmara municipal ou a solicitarem ajuda técnica junto das organizações de agricultores.
Para a AJAP, “esta cadeia de burocracia é incomportável e não facilita, em nada, o apoio premente que se exige aos agricultores”. Assim, a associação defende uma “maior e melhor coordenação” no terreno, entre autarquias, CCDR e organizações de agricultores, que disse terem sido “praticamente esquecidas”.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou em 21 de agosto, em conferência de imprensa, em Viseu, onde decorreu o Conselho de Ministros extraordinário, um “novo instrumento legislativo” a adotar, a partir de agora, em circunstâncias similares às que o país viveu nas últimas semanas.
Entre as 45 medidas aprovadas está um apoio financeiro para a “rentabilização do potencial produtivo agrícola e um apoio excecional aos agricultores para a compensação dos prejuízos, mesmo através de despesas não documentadas”, até ao máximo de 10.000 euros, bem como um plano para a floresta, a executar até 2050.
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro. Os fogos provocaram quatro mortos, entre eles um bombeiro, e vários feridos e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Segundo dados oficiais provisórios, até 29 de agosto arderam cerca de 252 mil hectares no país.
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