Empresas já pagam (ou vão pagar) mais pelos seguros de saúde

Com a subida dos preços na saúde, o envelhecimento da população e o maior recurso aos seguros, as seguradoras veem a conta a aumentar - e parte vai para as mãos dos clientes.

Em 2025, as empresas deverão pagar em média mais 10,3% pelos seguros de saúde dos trabalhadores, revela o estudo “Custo dos Seguros de Saúde para as Empresas em Portugal” da Coverflex.

O aumento é ligeiramente superior ao de 2024 (9,9%), confirmando a tendência de alta nos custos de saúde, indica o estudo. A fatura sobe impulsionada pela inflação médica, pelo envelhecimento demográfico e pelo crescimento das expectativas dos beneficiários.

Além da subida dos preços dos serviços de saúde – como consultas e tratamentos – a inflação médica resulta também do maior poder negocial que advém da concentração do setor em grandes grupos hospitalares como a CUF, Luz e Lusíadas, indica a Coverflex.

Também pesa nas contas das seguradoras – e consequentemente, no aumento dos preços dos seguros – a maior utilização dos seguros de saúde, que se traduz em maiores custos com sinistros. Este crescimento é impulsionado pelas dificuldades do Serviços Nacional de Saúde, que levaram mais pessoas a adquirir seguro de saúde: já são 4 milhões e o número pode chegar aos 5 milhões nos próximos três anos.

O envelhecimento da população e a crescente prevalência de doenças crónicas aumentam a procura por cuidados continuados. A par disso, surgem novas tecnologias médicas — mais eficazes, mas também mais dispendiosas.

Tríade de poupança: Inovar para reduzir custos

Para manter rácios de sinistralidade compatíveis com a viabilidade dos produtos e assegurar a sustentabilidade técnica, as seguradoras têm adotado medidas de contingência já tradicionais, como a revisão de copagamentos e franquias, a renegociação de tabelas de preços e a criação de novos modelos de rede de prestadores. Mas começam também a explorar novas oportunidades de redução de custos, avança a Coverflex.

Entre estas estão a digitalização e o uso de dados, a aposta na prevenção e os modelos híbridos. Cada vez mais, as seguradoras recorrem à telemedicina, à triagem clínica online e à análise avançada de dados. Ferramentas de business intelligence e inteligência artificial permitem uma gestão da sinistralidade quase em tempo real, identificando padrões de utilização e prestadores com custos acima da média.

A prevenção também ganha espaço: ao integrar rastreios, nutrição, atividade física e apoio psicológico nos produtos, reduz-se a incidência de sinistros a médio e longo prazo.

Outra tendência é a oferta de uma cobertura base com possibilidade de upgrades voluntários financiados pelos próprios colaboradores.

As estimativas resultam das respostas de seis seguradoras que, em conjunto, representam 87% do mercado de seguros de saúde para empresas em Portugal. Os dados foram recolhidos através de questionários e ponderados pela quota de mercado de cada participante.

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