ENTRE 2025: IA, sustentabilidade e cibersegurança moldam o futuro dos seguros

  • ECO Seguros
  • 17:22

O encontro realizado pelo INESE reuniu representantes do setor segurador e ressegurador em Madrid. Foi falado que o "Consórcio", fundo atual para riscos extraordinários, poderá ser alargado.

O setor segurador está a atravessar um período de transformação, impulsionado pela evolução da procura, pelas alterações climáticas e pela incerteza geopolítica conclui o “Encuentro Intereuropeo de Seguros y Reaseguros” 2025, evento organizado pelo INESE, em Madrid.

Mirenchu del Valle, presidente da associação que representa as seguradoras espanholas (Unespa) na mesa-redonda moderada por Juan Manuel Blanco, diretor editorial de INESE, e também com participação José Antonio Fernández de Pinto, diretor-geral do supervisor de seguros e fundos pensões espanhol.

No encerramento do ENTRE 2025, o diretor-geral do supervisor de seguros e fundas pensões espanhol, José Antonio Fernández de Pinto, defendeu que as seguradoras terão de adaptar os seus modelos de negócio a novas coberturas e produtos mais próximos das necessidades dos clientes.

O responsável destacou ainda a cibersegurança como um dos grandes desafios para o setor, não só pelo papel das seguradoras na proteção da sociedade, mas também pelos riscos a que as próprias entidades estão expostas. A sustentabilidade e a instabilidade geopolítica foram igualmente apontadas como desafios, seja pelo investimento em determinados ativos, seja pela garantia e mitigação dos riscos.

A presidente da Unespa, Mirenchu del Valle, sublinhou que o setor enfrenta “riscos emergentes em constante mudança” e que a inovação será essencial para responder a este novo contexto. A responsável destacou o potencial da inteligência artificial para melhorar a identificação e avaliação de riscos, bem como o desafio crescente da longevidade, que representa simultaneamente risco e oportunidade para o mercado segurador.

Del Valle apelou a um quadro regulatório que estimule a inovação, à colaboração público-privada e ao reforço da educação financeira desde cedo, de modo a aumentar a consciência sobre a importância do seguro e a combater o subseguro.

A mesa-redonda de arranque para o evento debruçou-se sobre o DANA de Valência. O diretor de Sinistros da Zurich, Roberto Hernández, confessou que as seguradoras não estavam preparadas para um “drama humano como aquele” apesar de terem protocolo para tudo.

“O que tentámos foi ajudar: chegar cedo, avaliar, perceber o que era necessário e agir”. Mario Anero, diretor de Sinistros da Allianz Seguros completou indicando que o setor está agora melhor preparado. Ambos os responsáveis concordaram que nascerá um protocolo de atuação melhorado do DANA de Valência mas que não é suficiente realçando a importância de promover a prevenção, mitigação, sensibilização e melhorar a cultura do seguro e evitar construções em zonas inundáveis. A mesa-redonda foi moderada por Juan Manuel Blanco, diretor editorial da INESE.

Não obstante, o aumento da sinistralidade causada por catástrofes naturais nos últimos anos deve-se, em grande medida, há maior frequência e gravidade de eventos de baixa intensidade, conhecidos como riscos secundários, como tempestades convectivas severas, inundações e incêndios florestais, considera Luis Martín, gestor sénior de sinistros da Munich Re.

“Com um crescimento anual de 7% no custo das perdas e a consequente duplicação dos prémios a cada 10 anos, entramos num terreno de falta de acesso ao seguro”, afirmou Rita Müller, responsável de Sinistros P&C para a Europa Ocidental e Meridional, Médio Oriente e África da Swiss Re.

Defendeu, por isso, uma gestão holística do risco, baseada na cooperação entre setor público, setor privado e sociedade, com medidas de proteção, adaptação dos códigos de construção e planos de ordenamento do território ajustados à nova realidade climática.

O atual fundo existente em Espanha que auxilia a cobertura de sinistros de riscos extraordinários e aurícula poderá ser estendido para incluir novos riscos, afirmou Sergio López, diretor de Seguros de Particulares da Occident, numa mesa-redonda com Elsa Sánchez, responsável de Estratégia e Governo Corporativo.

No que a Inteligência Artificial diz respeito, Florencia Proverbio, diretora de Vida e Saúde para a Ibéria e América do Sul da Gen Re considera que pode gerar riscos éticos e de uso, por ser possível conter vieses, tomar decisões opacas e produzir resultados inconsistentes. Erros na IA podem prejudicar a reputação das seguradoras, além de trazer riscos legais, regulatórios e de segurança, dependência tecnológica e falta de talento especializado.

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