Fitch explica porque mantém ratings da Fidelidade em A+ e A
Capitalização forte com capital bem protegido contra repatriação e improbabilidade uma extração inesperada de capital, mantém otimismo da agência de notação Fitch em relação à seguradora.
A agência americana de notação financeira Fitch reafirmou esta quarta-feira o Rating IFS (Insurer Financial Strength) A+ e o Rating IDR (Issuer Default Rating) A à Fidelidade e Fidelidade Re, a resseguradora do Grupo e ambas continuam com outlook estável, “confirmando a forte capacidade da seguradora para honrar os seus compromissos financeiros”, diz a agência.

A Fidelidade mantém a notação mais elevada da Fitch entre empresas portuguesas, nomeadamente bancos. A República Portuguesa tem notação A, ligeiramente inferior, segundo avaliação divulgada no passado dia 12 de setembro.
“A reafirmação dos ratings atribuídos pela Fitch constitui um importante sinal de confiança na estratégia que temos vindo a executar”, comentou Rogério Campos Henriques, CEO da Fidelidade, acrescentando que “esta avaliação reforça a consistência do nosso percurso, sustentado numa gestão financeira prudente, numa capitalização robusta e numa política de investimentos responsável”.
Para a Fitch, estas classificações refletem o perfil sólido da Fidelidade enquanto principal seguradora Vida e Não Vida em Portugal, “sustentadas por uma capitalização muito robusta e por um reduzido nível de alavancagem financeira. Evidenciam ainda a elevada qualidade dos ativos que integram a sua carteira de investimentos e o desempenho financeiro estável”.
O que faz a Fitch manter rating elevado
A Agência de notação avançou motivos para a manutenção das notações de Fidelidade e Fidelidade Re (ex-CPR). Assim, a Fitch afirma no comunicado oficial:
- É líder no mercado segurador português. A Fidelidade mantém uma posição de liderança destacada no mercado português, com uma quota de mercado total estável de 29% no final do 1.º semestre de 2025. As atividades seguradoras são geograficamente diversificadas, com presença relevante em mercados internacionais secundários, sobretudo na América Latina (nomeadamente Peru, Bolívia e Chile) e em países da África Subsaariana. No entanto, considera Portugal um mercado segurador pequeno no contexto europeu, o que limita a avaliação do perfil de negócio.
- Tem capitalização e alavancagem muito fortes. O rácio de solvência II (S2) consolidado situou-se em 194% no final do 1S25 (idêntico ao final de 2024: 194%), e o indicador Prism subiu para “Extremely Strong” (2023: “Very Strong”), refletindo a solidez de capital do grupo. A libertação gradual de capital proveniente do encerramento da carteira com garantias fixas, o desinvestimento em ativos de maior risco e potenciais vendas de ativos deverão reduzir as exigências de capital regulatório e reforçar a solvência. O rácio de alavancagem financeira manteve-se praticamente inalterado, em 12% no final de 2024.
- Elevada qualidade dos ativos. O rácio de ativos de risco (RAR) situou-se em 72% no final de 2024. A melhoria acentuada dos indicadores de risco dos ativos desde 2022 deve-se à redução da exposição à dívida soberana portuguesa (classificação A/Estável) e à otimização da carteira de investimentos. A Fitch prevê que tanto o RAR como a qualidade média de crédito da carteira de obrigações (BBB) se mantenham estáveis e compatíveis com os ratings atuais.
- Exposição Imobiliária Comercial (CRE) em redução gradual. A carteira de imobiliário comercial (CRE) inclui escritórios prime em Portugal e na Europa, totalizando 2,2 mil milhões de euros no final do 1S25. O desempenho manteve-se estável em 2024, com imparidades de 45 milhões de euros (cerca de 2% da carteira CRE) relacionados com unidades de escritórios no Reino Unido.
- Desempenho financeiro sólido. O desempenho financeiro manteve-se estável em 2024, com um retorno sobre o capital próprio (ROE) de 7%, em linha com 2023. A tendência estável prolongou-se no 1S25, e a Fitch espera que o ROE anual de 2025 seja semelhante ao de 2024. A agência prevê que as despesas de reestruturação não recorrentes diminuam e que as valorizações imobiliárias estabilizem a partir de 2026. Combinados com o forte controlo de custos, o foco na rentabilidade dos produtos não vida e a otimização da carteira de investimentos, estes fatores deverão contribuir para uma melhoria do desempenho financeiro após 2025.
- Propriedade Neutra para o Rating. A Fitch avalia a Fidelidade numa base standalone, considerando que o capital está bem protegido contra repatriação e que é improvável uma extração inesperada de capital. A Fidelidade deve cumprir as normas de solvência portuguesas ao abrigo do regime Solvência II, garantindo a continuidade das suas atividades seguradoras. Isto sustenta a abordagem de rating independente, apoiada também na autonomia operacional e financeira do grupo em relação aos seus acionistas, bem como na existência de um acionista minoritário na estrutura de capital.
O rating da Fitch surge após a atribuição pela Standard & Poor’s, no passado dia 17 de julho de 2025, do rating de ‘A’ de longo prazo ICR (Issuer Credit Rating) e FSR (Financial Strength Rating), com outlook ‘estável’, à Fidelidade – Companhia de Seguros e à Fidelidade RE – Companhia de Resseguros.
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