Macron e Le Pen criticam salário do CEO da Stellantis
Português Carlos Tavares ia receber um salário de 19 milhões de euros, que foi entretanto chumbado pelos acionistas. Macron e Le Pen não poupam nas críticas.
Os acionistas da Stellantis rejeitaram esta quarta-feira o pacote salarial de 19 milhões de euros do CEO Carlos Tavares, assim como a remuneração de outros gestores. Durante a campanha para as eleições presidenciais, tanto Emmanuel Macron com Marine Le Pen não pouparam nas críticas, defendendo que a União Europeia (UE) deve impor um certo controlo nos salários pagos a gestores de topo.
Macron classificou o pacote salarial do português Carlos Tavares como “chocante e excessivo”, defendendo que a UE deve avançar com uma “luta” para garantir que os níveis salariais dos executivos não são abusivos, avança o Financial Times (conteúdo em inglês, acesso pago).
“Em algum momento, temos que estabelecer tetos e trazer uma estrutura de governança a nível europeu que torne as coisas aceitáveis, caso contrário, a certa altura, a sociedade explodirá”, disse o Presidente francês, em declarações à rádio Franceinfo. “As pessoas não podem estar a lutar com o alto custo de vida e ver esse tipo de quantias”.
A adversária, Marine Le Pen, afirmou o mesmo. “Claro que é chocante”, disse Le Pen, em declarações à BFM TV. “É ainda mais chocante quando são chefes de empresas que tiveram problemas. Isso acontece bastante”.
A Stellantis está sediada na Holanda, o que significa que o Governo francês tem pouca influência sobre as regras para a sua gestão, apesar de o banco de investimento estatal Bpifrance, o quarto maior acionista da fabricante de automóveis, ter votado contra o plano de pagamentos.
“A Stellantis recorda que, sob a liderança de Carlos Tavares, em menos de oito anos, o Groupe PSA passou de uma situação de quase falência a empresa líder do setor à escala mundial“, referiu a empresa, em comunicado, justificando os 19,1 milhões de euros propostos para o salário de Carlos Tavares.
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