Portugal é o 4.º país da UE que mais depende de gás natural importado
A par com Espanha, Estónia e Bélgica, Portugal registou uma taxa de dependência de importações de gás natural de 100%, ficando acima da média da União Europeia (83%).
A taxa de dependência das importações de gás natural de Portugal subiu de 99% em 2020 para 100% em 2021. Segundo dados publicados esta terça-feira pelo Eurostat, este aumento de 1 ponto percentual (p.p.) torna Portugal o quarto Estado-membro da União Europeia (UE) mais dependente de gás natural importado, a par com Bélgica, Estónia e Espanha.
Com estes valores, Portugal fica também acima da média do bloco comunitário, que no seu conjunto apresentou uma taxa de dependência das importações de gás natural de 83% no ano passado, ou seja, menos 1 p.p. do que em 2020 (84%). No total, 17 países superaram a média da UE na dependência das importações de gás natural.
De acordo com o gabinete europeu de estatística, o ligeiro recuo da UE na dependência das importações foi “significativamente influenciado” pelo facto de a maioria dos Estados-membros utilizarem stocks de gás natural que foram importados em anos anteriores. Aliás, a queda nos stocks de gás natural em 2021 foi a maior desde 2008.
À frente de Portugal na dependência das importações de gás natural em 2021 ficaram Malta (103%), a Suécia (102%) e a Lituânia (101%), que aumentaram as suas reservas. A Espanha, a Estónia e a Bélgica apresentaram uma taxa de 100%, igual à portuguesa.
Pelo contrário, a menor dependência das importações de gás natural foi registada na Roménia (24%), seguida da Dinamarca (26%) e dos Países Baixos (33%).
Na comparação com 2020, o maior aumento na taxa de dependência das importações de gás natural verificou-se em Malta, que passou de 96% em 2020 para 103% em 2021, ou seja, aumentou em 8 p.p.. Seguiu-se a Irlanda, com um crescimento de 64% em 2020 para 71% em 2021 (mais 7 p.p.), e a Roménia (de 17% em 2020, aumentou para 24% no ano passado, correspondendo a mais 7 p.p.).
As maiores descidas, por seu lado, foram registadas na Letónia (de 121% em 2020 para 61% em 2021, isto é, menos 59 p.p.), na Áustria (de 73% em 2020 para 51% em 2021, menos 22 p.p.) e na Eslováquia (de 88% em 2020, recuou 20 p.p., para 69% no ano passado).
“O impacto de uma potencial perturbação das importações deve ter em conta a importância do gás natural no cabaz energético global“, ressalva o Eurostat. Dando os exemplos da Suécia, Finlândia e Estónia, cuja dependência das importações ronda os 100%, destaca que a quota do gás natural no cabaz energético destes países é relativamente baixa (3%, 7% e 8%, respetivamente).
Já a maior percentagem de gás natural no cabaz energético verificou-se em Itália (40%), que tem uma dependência das importações de 94%. Os Países Baixos (38%) têm a segunda maior quota de gás natural no seu cabaz energético, mas a sua dependência das importações é muito menor, devido à sua produção interna de gás natural. Portugal registou uma quota de gás natural no cabaz energético de 24%.
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