Exclusivo Galamba demite presidente da empresa que gere as reservas estratégicas de petróleo
Filipe Meirinho, que tinha sido reconduzido em abril de 2021 para um novo mandato de três anos, saiu da liderança da entidade que gere as reservas de energia e fiscaliza o setor.
O secretário de Estado do Ambiente e Energia, João Galamba, demitiu o presidente da ENSE, a empresa pública para o setor energético responsável pela constituição, gestão e manutenção das reservas estratégicas nacionais de petróleo e produtos petrolíferos, além de fiscalizar e supervisionar todas as áreas do setor energético. Filipe Meirinho tinha sido reconduzido em abril de 2021 para um novo mandato, mas foi agora ‘convidado’ a apresentar a demissão, que comunicou internamente no dia passado dia 22, num momento particularmente agitado do setor da energia por causa da invasão da Ucrânia.
Filipe Meirinho estava na liderança da Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis (ENMC) quando em dezembro de 2016 esta foi transformada na atual Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE), sucedendo a Paulo Carmona. Foi reconduzido ainda com o anterior governo, mas de acordo com duas fontes conhecedores do que se passava na ENSE, as relações entre o gestor e o governante vinham a degradar-se e este desfecho, depois das eleições, não surpreendeu. Meirinho tinha sido reconduzido com a assinatura do ex-ministro João Matos Fernandes e do secretário de Estado do Tesouro Miguel Cruz. Até ao momento não foi possível obter esclarecimentos do Ministério do Ambiente sobre as razões concretas que levaram à sua demissão.
Antes de ser presidente da ENMC e ENSE, Filipe Meirinho foi diretor da Unidade de Produtos Petrolíferos da ENMC entre 2014 e 2016, para onde foi vindo da Direção da Economia de Lisboa e Vale do Tejo, onde foi diretor de serviços da Qualidade e diretor do Laboratório de Metrologia de Lisboa.
Filipe Meirinho é advogado, com inscrição suspensa no Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados, e quadro superior da ASAE – Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, onde foi diretor da Unidade Nacional de Operações, entre 2012 e 2013. Antes de entrar na ASAE, em 2007, esteve na Direção-Geral de Viação como jurista.
O até aqui presidente da ENSE tinha sido reconduzido em abril de 2021 para mais um mandato de três anos. O único outro membro do conselho de administração é Alexandre Manuel Rodrigues Fernandes, que entrou naquela data para vogal executivo após renúncia do anterior titular.
A demissão de Filipe Meirinho acontece num momento de grande tensão no mercado da energia, com a guerra na Ucrânia a provocar constrangimentos no fornecimento de gás natural e uma subida muito significativa nos preços do gás natural, da eletricidade e do barril de petróleo, com impacto nos combustíveis rodoviários.
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