AIE: Sem investimento, preço do petróleo vai subir
Os preços do petróleo vão subir significativamente na próxima década se não houver um grande investimento em novos campos petrolíferos. A conclusão é da Agência Internacional de Energia.
O mundo vai deparar-se com um aumento acentuado dos preços do petróleo na próxima década se não houver um grande investimento em novos campos petrolíferos. A conclusão é da Agência Internacional de Energia (AIE) que antecipa, no mesmo relatório, que os EUA podem passar a ocupar o primeiro lugar na lista da oferta da matéria-prima nos próximos cinco anos. Porquê? Devido ao sucesso da produção do petróleo de xisto, que envolve custos mais baixos.
A AIE refere, no seu relatório sobre o mercado petrolífero, que após um abrandamento de dois anos, a recuperação do setor é fraca. Uma melhoria lenta que, segundo a agência, coincide com o facto de a Índia e a China continuarem a ter uma forte influência na procura pelo “ouro negro”. Resultado? Um mercado com preços mais elevados a caminho de 2022 se não forem tomadas mais medidas, conclui a AIE no relatório.
As grandes petrolíferas, como a BP e a Shell, têm estado cautelosamente otimistas sobre os investimentos que vão fazer em novos projetos este ano. Um otimismo que advém do preço do petróleo, que se tem mantido perto dos 55 dólares por barril após os países produtores terem conseguido chegar a acordo para cortar a produção.
"Em 2015 e 2016, o investimento no upstream tocou mínimos recorde. Não está a recuperar significativamente em 2017”
A AIE diz que os preços atuais não são suficientes para compensar os investimentos perdidos nos últimos dois anos. “Em 2015 e 2016, o investimento no upstream tocou mínimos recorde. Não está a recuperar significativamente em 2017″, diz Neil Atkinson, um dos responsáveis pelo relatório, acrescentando que são necessários centenas de milhares de milhões de dólares em investimento adicional para evitar uma quebra.
Petróleo de xisto continua no caminho
A AIE refere também que os EUA podem passar a ocupar o primeiro lugar numa lista mundial sobre o crescimento da oferta de petróleo nos próximos cinco anos. Este aumento não será motivado pelas políticas energéticas de Donald Trump — que a agência prevê que demorem a ter impacto — mas pelo sucesso da exploração de petróleo de xisto, que se destaca pelos seus baixos custos.
A seguir aos EUA, deverá seguir-se o Canadá e o Brasil nesta lista. Dentro da OPEP, grande parte da nova oferta deverá vir do Iraque, dos Emirados Árabes Unidos e do Irão.
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