Efacec conclui projeto de 50 milhões de euros na Dinamarca
Empresa portuguesa anunciou conclusão do projeto do metro ligeiro de Odense, na Dinamarca, que será inaugurado este sábado. Diz ser "um dos maiores projetos de engenharia nacional".
A Efacec anunciou esta sexta-feira a conclusão do projeto do metro ligeiro de Odense, na Dinamarca, cuja componente eletromecânica desenvolveu integralmente num contrato de 50 milhões de euros, apresentado como “um dos maiores de engenharia portuguesa na mobilidade sustentável”.
A inaugurar no sábado, cinco anos após a adjudicação a um consórcio constituído pela Efacec e pelas espanhola COMSA e dinamarquesa MUNCK, o metro ligeiro de Odense é destacado pela empresa portuguesa como “um dos maiores projetos de engenharia nacional, bem como o mais complexo e abrangente ao nível de aplicação de valências, realizado a nível internacional na área da mobilidade pela Efacec”.
“A Efacec foi responsável por desenvolver e instalar a componente eletromecânica do projeto, tendo a sua tecnologia sido integrada em todos os sistemas de energia, telecomunicações, sinalização e centros de comando”, precisa a empresa portuguesa num comunicado hoje divulgado.
Segundo salienta, “adicionalmente às exigências típicas de um projeto com as características das do metro ligeiro de Odense, de elevada complexidade e sofisticação tecnológica, a Efacec teve de dar resposta aos mais diversos desafios durante a fase de implementação do projeto”, desde “a execução em plena crise pandémica a Covid-19, até à resolução de condicionantes de circulação de pessoas e de trânsito (viaturas e bicicletas) no decurso da obra, numa cidade sem experiência de convivência com um sistema de metro”.
Iniciado em junho de 2017, o projeto do metro de Odense contempla 14 quilómetros de linha, 26 estações de superfície, um centro de comando, 16 veículos e 56 cruzamentos, num orçamento global de 3.000 milhões de coroas (a preços de 2014), prevendo-se que transporte diariamente 35.000 passageiros.
“É um projeto notável e emblemático que moldará o futuro de Odense, com soluções integradas nos campos da energia, mobilidade e ambiente, com a conectividade digital presente, áreas ‘core’ [centrais] da Efacec”, enfatiza a empresa.
Já para a Efacec, sublinha, assume-se como “uma montra dos produtos e soluções de mobilidade sustentável” da empresa e “um projeto referência que potenciará novas oportunidades, nomeadamente ao nível da participação em outros concursos internacionais”.
“Tal como projetos anteriores foram impulsionadores para a conquista deste projeto, outros projetos surgirão pelo sucesso e participação da Efacec no metro ligeiro de Odense”, acredita.
Citado no comunicado, o chairman e presidente executivo (CEO) da Efacec, Ângelo Ramalho, considera que “a inauguração do metro ligeiro de Odense é mais uma evidência da competitividade tecnológica da Efacec e da capacidade de execução das suas equipas, nos mais diversos ambientes”.
“O metro ligeiro de Odense é um projeto emblemático na área da mobilidade e é um ‘showroom’ vivo das diversas competências tecnológicas necessárias à execução de um projeto desta natureza. Todas desenvolvidas e entregues pela Efacec”, sublinha.
Ramalho acrescenta que “a importância do projeto, a grande diversidade e integração de soluções tecnológicas fornecidas e a execução eficiente permitem à Efacec reforçar a sua competitividade e consolidar o seu lugar referência no setor mundial metro ferroviário”.
De acordo com a empresa portuguesa, o projeto do metro ligeiro de Odense é o que, em todo o seu portfólio, “integra o maior número de sistemas e valências made by Efacec”, desde as subestações de tração à catenária, sinalização ferroviária, comunicações, informação ao público, videovigilância, telefonia, sistema de localização de veículos e centro de controlo.
A equipa da Efacec envolvida no projeto contou com mais de 150 colaboradores das unidades de negócio de ‘Transportes’, ‘Automação’ e ‘Transformadores e Aparelhagem’. No total, estiveram envolvidas, entre parceiros e fornecedores, 214 empresas de 16 países.
Também citado no comunicado, o diretor da Unidade de Transportes da Efacec, Pedro Pinto, reforça que a empresa é, “a nível nacional, a única com as competências em todas as vertentes tecnológicas exigidas pelo projeto”, salientando que “para a sua conquista foi essencial o sucesso no metro de Dublin e de Bergen, assim como de outros projetos emblemáticos na área da mobilidade inteligente e sustentável desenvolvidos pela Efacec no mercado nacional e internacional”.
A experiência da Efacec no fornecimento de sistemas eletromecânicos para metros e metros ligeiros remonta há mais de 25 anos, tendo-se iniciado com o fornecimento de subestações para o metro de Lisboa.
“Dessa data até ao momento, os projetos foram-se sucedendo”, refere a empresa, recordando que, “em 1997, teve uma participação muito significativa na construção da rede do metro do Porto, a que se seguiram múltiplos projetos semelhantes em diversas geografias: Messina (Itália), Tenerife e Cádiz (Espanha), Argel, Oran e Constantine (Argélia), Nottingham (Reino Unido), Rio de Janeiro (Brasil), Dublin (Irlanda) e Bergen (Noruega)”.
Atualmente, a Efacec está a participar na construção da fase 4 do Metro de Bergen (Noruega), da Linha Sydavnen do metro de Copenhaga (Dinamarca) e da extensão da Linha Amarela e nova linha circular do metro do Porto (Portugal).
Com atividade nos setores da energia, mobilidade e ambiente, a Efacec atua como fornecedor de soluções e de sistemas integrados EPC (Engineering, Procurement and Construction) e parceiro de serviços O&M (Operations & Maintenance), estando presente em mercados estratégicos como a Europa, EUA, América Latina, Ásia, Médio Oriente, Magrebe e África Subsariana.
A Efacec está em pleno processo de venda à portuguesa DST SPGS, tendo o ministro da Economia, António Costa Silva, dito recentemente que esperava finalizar o negócio até ao final de junho, no âmbito da reprivatização da empresa.
Entretanto, a Autoridade da Concorrência (AdC) adotou uma decisão “de não oposição” à operação, depois de, em 29 de abril, o grupo DST ter notificado o regulador da aquisição do controlo exclusivo da Efacec.
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