172 comboios urbanos suprimidos em Lisboa por greve parcial
Na greve parcial foram suprimidos cerca de 85% dos comboios na linha de Cascais e cerca de 80% na linha de Sintra.
A CP adiantou esta sexta-feira que foram suprimidos 172 comboios urbanos de Lisboa, entre a 17:00 e as 20:00, devido a uma greve parcial dos trabalhadores que reivindicam melhorias salariais, não estando a cumprir serviço mínimos. A greve afeta a circulação de carruagens nas linhas de Sintra, Azambuja, Cascais e Sado, entre as 17:00 e as 21:00 desta sexta.
“Até às 20:00, por efeito da greve parcial nos comboios urbanos de Lisboa, foram suprimidos 172 comboios, que correspondem a 30% da oferta programada para o dia de hoje nos comboios urbanos de Lisboa”, indicou à agência Lusa a empresa de transporte ferroviário. Até às 18:00, haviam sido suprimidos 75 comboios, correspondendo “a 16% da oferta programada para o dia de hoje nos comboios urbanos de Lisboa”, segundo a CP.
Por seu lado, o presidente do Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), Luís Bravo, referiu que foram suprimidos cerca de 85% dos comboios na linha de Cascais e cerca de 80% na linha de Sintra. “No que diz respeito às bilheteiras, quase 100% fecharam às 17:00 na linha de Cascais, na linha de Sintra e na linha do Norte [Azambuja]”, acrescentou.
De acordo com Luís Bravo, ainda não houve pela empresa contactos para “procurar soluções para a situação”. “Nesse sentido, faço aqui um apelo público ao senhor primeiro-ministro para intervir na CP, por causa daquilo que os trabalhadores estão aqui a viver”, disse, realçando que “a administração da CP decidiu atribuir verbas somente a um grupo de trabalhadores das oficinas”, tendo gerado “um grande descontentamento”.
“A empresa tem perto de 4.000 trabalhadores. Cerca de 3.500 estão descontentes com a administração da empresa, porque só 500 trabalhadores foram beneficiados”, anotou. Luís Bravo lembrou ainda que haverá uma greve nacional de 24 horas das bilheteiras na próxima quarta-feira, sem afetar a circulação de comboios, mas sim “o serviço prestado aos utentes”.
“Vamos fazer uma de 24 horas a nível nacional. Caso as situações não tenham desenvolvimentos, seremos forçados a marcar greves para os fins de semana do Santo António e do São João”, avisou. Numa nota divulgada no início da semana, a CP informou que, devido à “greve parcial convocada por uma organização sindical, para o período compreendido entre as 17:00 e as 21:00”, poderão ocorrer “perturbações significativas na circulação dos comboios urbanos de Lisboa, com impacto previsto entre as 15:00 e as 24:00”.
Ainda de acordo com a empresa, o Tribunal Arbitral do Conselho Económico e Social não decretou serviços mínimos para a greve, convocada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), reivindicando melhorias salariais. Os clientes poderão obter informações sobre a circulação através da página da Internet da empresa ou da linha de atendimento (808 109 110, com custo de uma chamada para a rede fixa nacional), segundo a CP.
A greve parcial desta sexta foi convocada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), tal como a paralisação que ocorreu na segunda-feira na zona urbana do Porto, entre as 05:00 e as 08:30.
Na greve parcial realizada na zona urbana do Porto foram suprimidos cerca de 70% dos comboios programados, segundo números divulgados pela CP, mas que foram contestados pelo sindicato.
O SFRCI, que na CP representa a maioria dos trabalhadores do serviço comercial e transporte (revisores, trabalhadores das bilheteiras e as suas chefias diretas), considera que o aumento de 0,9% da tabela salarial não é “um valor aceitável” face a contínua perda de poder de compra, “algo que já acontece desde 2019”. Em 16 de maio, os trabalhadores da CP fizeram uma greve de 24 horas, para reivindicar aumentos salariais de 90 euros para todos os trabalhadores.
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