Erdogan admite estar “iminente” uma intervenção da Turquia na Síria

  • Lusa
  • 29 Maio 2022

Presidente turco afirmou que avançará com uma operação transfronteiriça contra as Unidades de Proteção do Povo Curdo Sírio, que é uma espinha dorsal dos EUA na luta contra o Estado Islâmico.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou hoje que Ancara continua empenhada em erradicar uma milícia curda síria do norte da Síria. “Tal como sempre disse, iremos atacá-los de repente, uma noite destas. E teremos de o fazer”, disse o presidente turco a bordo de um avião após uma visita ao Azerbaijão.

Sem avançar com uma data específica, Erdogan afirmou que a Turquia avançará com uma operação transfronteiriça contra as Unidades de Proteção do Povo Curdo Sírio, ou YPG, que considera um grupo terrorista ligado a um grupo curdo ilegal que, desde 1984, lidera uma insurgência contra a Turquia. Esse conflito com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão, PKK, já matou dezenas de milhares de pessoas.

No entanto, o YPG é a espinha dorsal das forças lideradas pelos Estados Unidos na luta contra o Estado Islâmico. O apoio americano ao grupo enfureceu Ancara e continua a ser uma questão importante nas suas relações. A Turquia considera o PKK e o YPG a mesma coisa.

Todas as forças da coligação, lideradas pelos EUA, forneceram a esses grupos terroristas uma grande quantidade de armas, veículos, ferramentas, munições e continuam a fazê-lo. Os EUA deram-lhes milhares de camiões”, afirmou Erdogan.

O presidente turco avisou, por isso, que a Turquia não precisa de autorização para combater o terrorismo. “Se os Estados Unidos não cumprirem com a sua parte no combate ao terror o que iremos fazer? Trataremos de o fazer nós mesmos”, declarou.

Desde 2016, Ancara lançou quatro operações transfronteiriças na Síria. Em 2019, uma incursão pelo nordeste sírio contra o YPG gerou ampla condenação internacional, levando a Finlândia, a Suécia e outros a restringir as vendas de armas à Turquia. Presentemente, a Turquia está a bloquear a tentativa histórica dos dois países nórdicos de ingressar na NATO por causa da proibição de armas e o seu suposto apoio aos grupos curdos.

A Turquia intensificou as operações militares contra o PKK no norte do Iraque, onde está baseado. O PKK é considerado um grupo terrorista pela Turquia, EUA e União Europeia. “Da mesma forma que estamos com operações no norte do Iraque contra o PKK e os descendentes do PKK, a mesma situação se aplica ainda mais à Síria e é muito mais importante”, disse Erdogan.

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