TAP estima impacto de 300 milhões com subida do preço dos combustíveis

Christine Ourmières-Widener adianta ainda que a companhia aérea quer pagar aos portugueses o "mais rapidamente possível".

O aumento exponencial dos preços dos combustíveis deverá ter um impacto de cerca de 300 milhões de euros nas contas da TAP, adiantou esta quarta-feira a presidente executiva, Christine Ourmières-Widener, durante uma audição na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação da Assembleia da República. A responsável disse ainda que quer devolver “o mais rapidamente possível” aos contribuintes o dinheiro emprestado pelo Estado à TAP.

“Antecipamos um impacto de cerca de 300 milhões de euros” com a subida dos preços dos combustíveis. “Estamos a tentar mitigar esse custo, acrescentando combustíveis que permitirão mitigar e outras medidas”, disse a responsável, notando que até ao final do ano “não há nenhuma expectativa de que o custo venha a diminuir mais”.

Na mesma audição, Christine Ourmières-Widener referiu que, para além do impacto do preço dos combustíveis, a TAP “enfrenta” atualmente “um número significativo de desafios”, tais como as limitações na frota e as restrições de capacidade no aeroporto de Lisboa.

A responsável afirmou que o plano de restruturação é “complexo”, mas “é possível de fazer passo a passo”. “Estamos a cumprir o plano até agora”, disse Christine Ourmières-Widener, notando que a empresa está a trabalhar no primeiro relatório que será enviado à Comissão Europeia.

Sobre o empréstimo de 3,2 mil milhões de euros à TAP, Christine Ourmières-Widener afirmou que pretende devolver esse dinheiro aos contribuintes “o mais rapidamente possível”, não conseguindo, no entanto, adiantar uma data para isso.

Será um documento “longo e com muitos números”. “O plano [de restruturação] vai criar uma TAP nova e rejuvenescida, que nos vai dar os resultados que queremos”, disse a presidente executiva da companhia de bandeira.

Sobre as rotas que a TAP opera, a responsável afirmou que a companhia está a operar 90% das rotas que operava em 2019. Além disso, notou que é “obrigação” da empresa “cobrir” o Norte e as ilhas, salientando: “Qualquer rota que possa dar dinheiro nós abrimos de imediato”.

Relativamente aos trabalhadores, Christine Ourmières-Widener notou que serão recrutados mais tripulantes de cabine “para fazer face ao aumento de capacidade no verão” e que reposição dos cortes salariais negociados com os sindicatos em 2021 poderá acontecer mais cedo do que o previsto, embora tenha afirmado que “talvez” seja “demasiado cedo” para fazer essa negociação.

A responsável adiantou que, em maio deste ano, a TAP contava com cerca de 7.000 trabalhadores e o Grupo TAP com cerca de 8.000. “Recrutámos um número significativo de trabalhadores em 2022, quando comparado com os anos anteriores”, disse.

(Notícia atualizada às 16h26 com mais informação)

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