PS dá um passo atrás na regulação laboral das plataformas digitais
Afinal, trabalhadores podem ficar vinculados a outra entidade que não a plataforma. Proposta “não é nenhum retrocesso”, defende o Governo, mas sim “uma evolução".
A proposta de lei que o Governo apresentou à Assembleia da República sobre a regulação laboral das plataformas digitais dá um passo atrás face à intenção original dos socialistas. Dois anos após o início da discussão sobre o objetivo de vincular os trabalhadores às plataformas como Uber, Glovo e Bolt, a intenção do PS é deixar que o trabalhador possa, afinal, ficar vinculado a outra entidade que não a plataforma, segundo o Jornal de Negócios desta quarta-feira.
A proposta de lei que deu entrada esta semana no Parlamento define que a “presunção de existência de contrato de trabalho” será entre o “prestador de atividade e o operador de plataforma digital, ou outra pessoa singular ou coletiva beneficiária que nela opere” — ou seja, a empresa intermediária que passa a desempenhar o papel de empregador –, consoante certas características como a fixação de retribuição, o exercício de poder de direção ou a verificação eletrónica da qualidade da atividade.
“A grande diferença é que ao dar uma definição do que é um operador de plataforma digital [o legislador] parece afastar a possibilidade de a presunção ser estabelecida entre a pessoa e a plataforma”, explica a coordenadora científica do Livro Verde sobre o Futuro do Trabalho, Teresa Coelho Moreira, notando que o que está no novo diploma “não é o que está no Livro Verde”. O Ministério do Trabalho considera que esta proposta “não é nenhum retrocesso”, mas “uma evolução face à proposta inicial e à diretiva” em discussão.
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