Emissão de gases poluentes na UE caiu 33% nos 30 anos até 2020. Mas depois voltou a subir

Segundo os dados do Eurostat, foi registada uma quebra de 1.563 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente entre 1990 e 2020. No entanto, em 2021, as emissões já superaram níveis de 2019.

As emissões de gases com efeito de estufa (GEE) na União Europeia (UE) reduziram-se em 33% nos 30 anos entre 1990 e 2020. Uma tendência que acabou por ser contrariada em 2021, no pós-pandemia, quando voltaram a registar-se níveis de emissões acima dos de 2019.

De acordo com os dados divulgados esta terça-feira pelo Eurostat, foi registada uma quebra de 1.563 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) equivalente entre 1990 e 2020, sendo que, só em 2020, as emissões diminuíram 10,7% (373 milhões de toneladas de CO2 equivalente) em relação aos níveis de 2019, grande parte devido às restrições da pandemia de covid-19.

Em Portugal, em 1990, o Eurostat contabilizou 60 milhões de toneladas de CO2 equivalente emitidas, ou seja, menos um milhão de toneladas quando comparado com 2020 (59 milhões), ano em que foram emitidos menos gases desde de que há registo. Já 2005 foi o ano com o maior número de emissões de gases com efeito de estufa no país (88 milhões de toneladas). Entre 2019 e 2020, a entidade contabiliza uma queda de 9 milhões de emissões

Apesar desta redução, importa referir que a entidade europeia já havia alertado que, no último trimestre de 2021, as emissões de GEE para a atmosfera na UE já superavam as registadas no mesmo trimestre de 2019, antes da pandemia. Segundo o Eurostat, foram emitidas para a atmosfera 1.041 milhões de toneladas de CO2 equivalente, entre outubro e dezembro. O valor está “ligeiramente acima” das 1.005 milhões de toneladas emitidas pela UE no último trimestre de 2019.

Embora ainda não existam dados sobre as emissões referentes a 2022, sabe-se que, no final de 2021, as emissões destes gases que contribuem para as alterações climáticas e o aquecimento global, recuperaram para níveis pré-covid, ainda que no terceiro trimestre desse ano o Eurostat tivesse informado que as emissões ficaram “ligeiramente abaixo” do registado nos mesmos três meses de 2019.

Quanto às emissões a nível global, os investigadores presentes na cimeira do ambiente Cop26, em Glasgow, já tinham alertado para uma recuperação considerável, em 2021, depois do abrandamento registado durante a pandemia, identificando a União Europeia e os Estados Unidos como responsáveis por 7,6% do aumento dessas emissões.

Emissões de GEE em “tendência geral de queda” na UE

De acordo com o documento divulgado esta manhã pelo gabinete de estatísticas europeu, “houve uma tendência geral de queda” nas emissões de GEE entre 1990 e 1999, apesar de, em 1996, as temperaturas baixas terem levado a um aumento considerável das necessidades de aquecimento.

Entre 1999 e 2008, a evolução das emissões de GEE na UE manteve-se “relativamente inalterada”, enquanto o ano seguinte foi “marcado por uma forte queda nas emissões como consequência da crise económico-financeira global e da consequente redução da atividade industrial”, lê-se no documento. Em 2011, depois de um breve aumento em 2010, as emissões voltaram a abrandar e entre 2015 e 2017 retomaram a tendência de crescimento de forma ligeira.

As estatísticas recolhidas pelo Eurostat avaliam todos os gases de efeito estufa: dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O), hidrofluorcarbonos (HFCs), perfluorcarbonos (PFCs), hexafluoreto de enxofre (SF6) e trifluoreto de natrium (NF3).

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