Fed inicia reunião que pode decidir maior subida das taxas de juro desde 1994
Na reunião poderá ser decidido uma nova subida de 50 pontos base, como em maio, ou até de 75 pontos base, o que aconteceria pela primeira vez desde 1994.
O banco central norte-americano iniciou esta terça uma reunião de política monetária que deverá levar a um novo aumento das taxas de juro, que pode mesmo ser o maior em 27 anos, para conter a inflação. “A reunião do comité de política monetária teve início às 11:00 locais (16:00 em Lisboa) como previsto”, disse à AFP um porta-voz da Reserva Federal (Fed).
Na quarta-feira ao final da tarde, a Fed divulga um comunicado com as suas decisões e depois o presidente da instituição, Jerome Powell, dará uma conferência de imprensa às 19:30 (hora de Lisboa). A taxa de juro de referência da Fed, que está atualmente entre 0,75% e 1%, deve subir pela terceira vez desde março.
Depois de um aumento inicial de 25 pontos base nesse mês e de um outro de 50 pontos base em maio, agora poderá ser decidido uma nova subida de 50 pontos base ou até de 75 pontos base, o que aconteceria pela primeira vez desde 1994.
A taxa de inflação, que continuou a acelerar em maio nos Estados Unidos, atingindo 8,6% em termos homólogos, surpreendeu e marcou um novo recorde em 40 anos, segundo o índice CPI publicado na sexta-feira. Na comparação com o mês anterior, a inflação foi de 1%.
Antes da divulgação destes números, havia um consenso quanto a um aumento de 50 pontos base, “mas a publicação de dados indicando uma inflação mais alta do que o previsto em maio leva-nos a antecipar um aumento das taxas de 75 pontos base“, disseram Jay Bryson e Michael Pugliese, economistas da Wells Fargo, numa nota citada pela AFP.
Outros analistas consideram, no entanto, que um aumento dessa dimensão seria inútil e poderia ser interpretado como um movimento de pânico. A subida das taxas de juro torna mais caro o custo do crédito e deve travar o consumo, mas há também o risco de afetar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e o emprego.
Após a reunião serão divulgadas novas previsões económicas, que atualizam as que foram publicadas em março. As previsões de inflação e de desemprego devem ser revistas em alta e as do crescimento devem baixar. A luta para conter a inflação tem sido apontada como uma prioridade pelo banco central e pelo próprio Presidente norte-americano, Joe Biden.
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