Países da UE alertam para tentativas de abrandar transição energética no bloco
Numa missiva assinada por 10 países, é feito um alerta sobre os esforços conduzidos no sentido de condicionar as políticas climáticas no Velho Continente.
Um grupo de 10 países da União Europeia, incluindo a Alemanha, Espanha e Países Baixos, lançaram um alerta aos restantes Estados-membros sobre tentativas de enfraquecer as políticas climáticas dentro do bloco europeu.
Num comunicado assinado também pela Áustria, Eslovénia, Suécia, Dinamarca, Finlândia, Luxemburgo e Irlanda, os países sublinharam que esforços no sentido de bloquear a transição “verde” estavam a ser perpetrados por membros da União Europeia e alguns legisladores do Parlamento Europeu, embora não tenham avançado detalhes.
“Vemos com crescente preocupação os diferentes apelos para diluir a ambição em diferentes propostas e as concessões feitas no contexto de encontrar compromissos”, cita a Reuters, esta quarta-feira, o comunicado dos países signatários. “Olhando para isto de forma isolada, estas mudanças podem parecer justificadas ou limitadas em termos de impacto, mas todas as juntas podem resultar em que falhemos as metas até 2030 e impossibilitem a trajetória mais tarde”.
A carta chega dias antes de uma votação importante no Parlamento Europeu e de várias reuniões de teor ambiental e climático que irão decorrer entre os Estados-membros e o executivo comunitário, isto numa altura em que o bloco enfrenta pressões para acelerar a transição energética e garantir a independência da Rússia. Segundo a agência, o conflito militar na Ucrânia desencadeou preocupações de que alguns governos europeus possam querer abrandar a transição energética, uma postura veementemente contestada pela Comissão Europeia.
“Um acordo ambicioso é fundamental para tornar a União Europeia livre dos combustíveis fósseis russos e a única maneira de enfrentar a crise climática e garantir um fornecimento de energia independente, limpo, confiável e barato para o futuro”, sublinha a missiva.
As próximas reuniões entre o Parlamento, Conselho e Comissão Europeia (22, 27 e 28 de junho, respetivamente), explica a Bloomberg, têm como objetivo adotar uma nova meta de redução de emissões em 55% até o final desta década, em comparação com os níveis de 1990 – um esforço que continua a preocupar os setores da energia e transportes que são apontados como os principais emissores de gases poluentes. As decisões tomadas irão determinar se o bloco está no caminho certo para cumprir as metas climáticas.
“Pedimos a todos os legisladores da União Europeia que não deixem o sentimento de urgência ou a situação atual ofuscar os compromissos climáticos”, urgiram as 10 nações.
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