CNA reitera urgência em regular aumento de custos de produção e preços de venda

  • Lusa
  • 15 Junho 2022

CNA reitera urgência em regular o preço dos combustíveis e atenuar aumentos dos restantes custos de produção, e exige criação lei que proíba as vendas com prejuízo ao longo da cadeia agroalimentar.

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) reiterou esta quarta-feira a urgência em regular o preço dos combustíveis, atenuar o aumento dos custos de produção e garantir o escoamento da produção “a preços justos” para garantir a viabilidade das explorações agrícolas.

“Num contexto de crises frequentes, como a pandemia, a seca ou a guerra, com impactos na produção e na alimentação, tem de ser prioridade do Governo a adoção de políticas públicas que viabilizem a existência de muitas e prósperas explorações agrícolas familiares, enquanto garantia de soberania alimentar do país”, sustenta a confederação em comunicado.

Segundo a CNA, o mais recente aumento, esta semana, do preço do gasóleo agrícola foi “mais um duro golpe para as explorações agrícolas nacionais”: “A média de preços de segunda-feira era de 1,73 euros por litro, o que se traduz num aumento de 13 cêntimos face à semana passada e de 89 cêntimos em comparação com o preço médio de janeiro de 2021”, precisa.

Conforme salienta, “com estes aumentos sucessivos, uma exploração agrícola familiar de média dimensão que no início do ano passado gastaria, por mês, cerca de 3.500 euros em gasóleo, gasta hoje, em média, perto de 7.300 euros, o que representa um acréscimo médio mensal de 3.700 euros”.

Para a confederação agrícola, “esta difícil situação da agricultura nacional não se compadece com a falta de ação por parte do Governo e do Ministério da Agricultura ou com a suposta fatalidade de que o preço dos combustíveis só baixará quando a guerra acabar”.

“É urgente regular o preço dos combustíveis e criar condições para atenuar o aumento dos restantes custos de produção, como rações, fertilizantes, entre outros, que, em muitos casos, mais do que triplicaram no espaço de um ano”, sustenta.

Relativamente ao aumento dos custos de produção, a CNA avança um outro exemplo: “Um agricultor que no ano passado teve um custo de 2.600 euros em fertilizantes e fitofármacos utilizados num pomar de pouco mais de um hectare de mirtilos tem, este ano, uma conta de perto de 10.000 euros”, aponta.

Face a este incremento de custos, a confederação diz que, mesmo quando os preços pagos aos agricultores pela sua produção sobem, “ficam muito abaixo daquilo que seria necessário para fazer face ao brutal aumento dos custos”.

“Assim, os agricultores não aguentam”, avisa.

Segundo a CNA, “de forma a garantir a viabilidade financeira das explorações agrícolas, exige-se, sem mais demoras, a garantia de escoamento da produção a preços justos, através da criação de uma lei que proíba as vendas com prejuízo ao longo de toda a cadeia agroalimentar”.

O objetivo é “proteger a posição dos agricultores, que continuam a ser o elo mais fraco da cadeia, recebendo pouco pelo que produzem, enquanto os consumidores pagam cada vez mais caro na grande distribuição”.

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