Governo disposto a ir “até onde for possível” na negociação com os médicos
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde disse, em Alpiarça, que o Ministério da Saúde está disposto “a ir até onde for possível” nas negociações com os sindicatos dos médicos, retomadas esta quarta.
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde disse, em Alpiarça, que o Ministério da Saúde está disposto “a ir até onde for possível” nas negociações com os sindicatos dos médicos, retomadas esta quarta-feira.
António Lacerda Sales, que assistiu à apresentação do plano de saúde sazonal “Verão Seguro”, em Alpiarça (Santarém), disse acreditar que “haverá boa vontade de ambas as partes e que se conseguirá chegar, pelo menos, a algumas decisões importantes”.
Para o secretário de Estado, as soluções encontram-se “sempre numa linha do meio, numa bissetriz que se traça” em relação ao que são as necessidades dos cidadãos e ao que são os recursos, que são dos portugueses.
“Acredito que haverá boa vontade de ambas as partes e que se conseguirá chegar pelo menos a algumas decisões importantes”, afirmou, salientando que o Ministério da Saúde está “disposto a ir até onde for possível” nas negociações, cuja primeira reunião ficou marcada pela rejeição das propostas do Governo por parte dos sindicatos.
Questionado sobre a persistência de problemas nas urgências de obstetrícia em vários hospitais do país, Lacerda Sales destacou que “Portugal tem hoje um dos melhores indicadores europeus e até mundiais em termos de mortalidade perinatal e materna”.
Afirmando que não se pode “desmoronar aquilo que é a arquitetura do sistema” e que é preciso “responder às necessidades das grávidas e à estabilidade da organização dos profissionais de saúde”, o governante assegurou que serão encontradas soluções.
Lacerda Sales repetiu que, desde 2015, entraram no Serviço Nacional de Saúde (SNS) mais 32.000 profissionais (15.000 nos últimos dois anos, 4.000 dos quais especialistas), salientando a importância das vagas para a formação de especialistas.
Para o secretário de Estado da Saúde, a questão dos recursos humanos é “estrutural”, pelo que é preciso “trabalhar para o futuro, para uma legislatura, e isso exige planeamento”, já que são necessários 13 a 14 anos para formar um médico especialista.
Lacerda Sales disse acreditar “muito no trabalho da comissão de coordenação”, a qual apresentará no início da próxima semana “um plano que aborda diferentes dimensões”, admitindo que possa haver “um ou outro constrangimento, muito pontual e muito circunstanciado”.
“Estas soluções serão certamente encontradas para resolver não só os problemas de obstetrícia e ginecologia, como noutras especialidades onde poderá haver dificuldades. Acredito que serão encontradas as soluções”, afirmou, salientando que, a par da questão conjuntural é preciso “pensar sobre o ponto de vista estrutural”.
“A forma estrutural [de que falou o Presidente da República] é precisamente esta, com planeamento de recursos humanos, com gestão, com organização, com valorização dos profissionais e das carreiras. Isto é pensar estruturalmente e a médio e longo prazo”, disse.
Lacerda Sales disse, ainda, não saber o que falhou na comissão criada pelo Governo em 2017 para rever a rede de cuidados materno-infantis, cujo trabalho não foi concluído, assegurando que, “de certeza, será desta”.
“É uma das situações que a comissão de coordenação neste momento está a trabalhar e com certeza serão encontradas as soluções”, afirmou.
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