Riopele coloca tecidos de Famalicão no mundo virtual
Grupo têxtil com mil trabalhadores entra no metaverso com ferramentas para os clientes analisarem coleções, funcionalidades e efeito visual dos tecidos em “peças digitais com elevado realismo".
Maior rapidez no desenvolvimento das coleções; promoção da sustentabilidade através da eliminação de desperdícios da cadeia de valor da indústria têxtil e do vestuário; melhoria da relação custo-eficiência com a oferta de coleções adequadas a cada cliente. São estes os argumentos acenados pela Riopele para o reforço da aposta na digitalização, que vai permitir a clientes, fornecedores e outros parceiros “experienciar os tecidos no mundo digital”.
A mais recente peça deste puzzle, que começou a ser montado há cinco anos com a adoção de tecnologias para controlar e acompanhar a produção em tempo real numa das fábricas, vai ser “colocada” esta quarta-feira. Aproveitando a presença na QSP Summit, que esta semana vai ocupar a Exponor com 3.000 gestores de topo, a gigante têxtil de Vila Nova de Famalicão – fundada em 1927, exporta mais de 95% da produção e tem atualmente mais de 750 clientes ativos em três dezenas de países – vai lançar a sua primeira coleção no metaverso, à semelhança do que já fizeram marcas como a Zara.
O diretor de sistemas de informação, Rui Oliveira, avança que “com este projeto, que se enquadra no âmbito dos projetos de digitalização de amostras e de prototipagem virtual de produtos, a Riopele colocará no metaverso todas as ferramentas da empresa para que os clientes possam analisar as coleções, verificarem as funcionalidades e efeito visual dos tecidos em peças digitais com elevado realismo”. Os clientes que não tenham equipas internas para executar amostras digitais, nota o gestor, podem recorrer a esta solução tecnológica.
Colocaremos no metaverso todas as ferramentas da empresa para que os clientes possam analisar as coleções, verificar as funcionalidades e o efeito visual dos tecidos em peças digitais com elevado realismo.
Foi há uma década que o grupo minhoto liderado por José Alexandre Oliveira criou a plataforma Riopele Digital para integrar todo o processo produtivo, do fio ao vestuário, abrangendo também os departamentos financeiro, de recursos humanos e comercial. Citado em comunicado, o gestor de tecnologias resume que neste projeto tem “levado à prática os conceitos de Indústria 4.0, prototipagem digital, business intelligence, machine learning e inteligência artificial”.
Este projeto revolucionou a forma de comunicar com os clientes, levando para o universo digital processos comerciais que durante décadas foram realizados sobretudo nas feiras, em que dispõe de uma plataforma online para profissionais em que consegue mostrar e descrever em detalhe todos os produtos que desenvolve. E obrigou também a batalhar por novo talento e rejuvenescer o quadro de trabalhadores – a idade média caiu para os 41 anos, 22% tem menos de 30 anos. E a dar mais formação em novas tecnologias à equipa composta atualmente por quase 1.100 pessoas, em que uma em cada dez tem formação superior.
Nos últimos oito anos, a Riopele contabiliza ter investido perto de 35 milhões de euros com o objetivo de se tornar “a fábrica mais moderna da Europa”. Incluiu também um novo polo logístico que preparou o grupo para flutuações na procura, mas focado sobretudo nas áreas da digitalização e sustentabilidade, com novos equipamentos mais eficientes, tecnologia de ponta na área da automação, a monitorização do chão de fábrica ou a implementação de um sistema de visão artificial na área de tecelagem.
Após quase um século de atividade no desenvolvimento de tecidos e vestuário para o setor da moda, a Riopele anunciou no início deste ano, pela voz do presidente executivo, José Alexandre Oliveira, que está a diversificar o negócio para o segmento de têxteis técnicos e a investir em áreas de negócio complementares, como a indústria automóvel e os segmentos profissional e militar”.
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