Governo terá de negociar Alcochete com a ANA, aponta concessionária
A concessionária de aeroportos saúda a "solução pragmática de investimento nos aeroportos Humberto Delgado e do Montijo". Confederação do Turismo pede resposta célere.
A ANA Aeroportos de Portugal saúda a decisão do Governo de avançar com os investimentos nos aeroportos Humberto Delgado e Montijo. Sobre a construção de uma infraestrutura de raiz em Alcochete, diz que as condições terão de ser definidas com o Governo.
A concessionária dos aeroportos portugueses “saúda a decisão do Governo português que permitirá dar, a curto prazo, uma resposta viável e otimizada às necessidades de desenvolvimento aeroportuário da região de Lisboa, através de uma solução pragmática de investimento nos aeroportos Humberto Delgado e do Montijo”.
A ANA considera que a solução “permitirá obter a capacidade aeroportuária que o país necessita, da forma mais rápida e economicamente viável, com benefícios para a economia, o turismo, e a continuidade territorial portuguesa”.
O Ministério das Infraestruturas publicou esta quarta-feira um despacho em que põe um ponto final no concurso para a Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) do reforço da capacidade aeroportuária na região de Lisboa e dá instruções ao LNEC para avançar com uma nova AAE onde se prevê a construção do aeroporto na Base Área do Montijo e, a longo prazo, de uma infraestrutura de raiz no Campo de Tiro de Alcochete.
Sobre Alcochete, a ANA diz que toma “em consideração a vontade do concedente de enquadrar uma nova fase de desenvolvimento a longo prazo, e assumindo a saturação do sistema Lisboa-Montijo”. Afirma ainda que irá, “no âmbito do seu contrato de concessão, definir com o concedente as condições de desencadeamento e realização dessa nova etapa“.
No despacho, o Governo afirma que a decisão da construção do aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete prevê que “seja, por um lado, imediatamente alvo de planeamento e de conceção do projeto (com o objetivo de obtenção o mais breve possível de uma declaração de impacte ambiental) e que, por outro, a sua construção possa ter início logo que a procura no Aeroporto Humberto Delgado ou no Aeroporto do Montijo atinja determinados fatores de capacidade e/ou uma dada referência temporal a definir“. A definição destes fatores “resultará de uma necessária renegociação do contrato de concessão do Estado Português com a ANA”.
Confederação do Turismo de Portugal pede processo “célere”
“A nossa persistência finalmente vingou. Esta é uma decisão que responde às exigências feitas pela Confederação do Turismo de Portugal (CTP) ao longo dos últimos anos e que só peca por tardia. É uma excelente notícia para o país e para os portugueses”, afirma Francisco Calheiros, presidente da CTP, num comunicado enviado às redações.
A Confederação pede agora que o processo seja célere. “A solução anunciada é boa, mas agora esperamos para ver, porque só acredito quando vir as máquinas no terreno. Já andamos nisto há 50 anos e continuamos com o mesmo aeroporto, que como já se viu, e basta olhar para o que se passou em recentes fins de semana, está sem capacidade para fazer face à crescente procura de turistas”, diz também Francisco Calheiros.
A CTP lembra ainda que irá revelar brevemente os resultados de um estudo que aponta para que o país esteja a perder milhares de milhões de euros pela não construção de um novo aeroporto em Lisboa.
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