Miguel Almeida critica balanço do regulador sobre o 5G: “Olha sempre para o copo meio vazio”

Miguel Almeida considera que deveria existir um adiamento dos prazos para as obrigações de cobertura do 5G e admite "mexer-se" para o conseguir.

O presidente executivo da Nos lamentou esta segunda-feira o balanço feito pela Anacom em relação à instalação da rede 5G, acusando o regulador de olhar sempre para o “copo meio vazio” quando se trata das empresas do setor. À semelhança da Vodafone, também considera que o prazo para cumprir as obrigações de cobertura previstas para 2023 deveria ser alargado, devido ao atraso no leilão de espetro.

“A Anacom tem este dom de sistematicamente ver tudo pela perspetiva negativa e de atacar as empresas do setor”, começou por dizer Miguel Almeida à margem da apresentação do Hub 5G, um espaço no edifício da empresa no Parque das Nações para o desenvolvimento em cocriação de soluções com base na nova rede móvel.

O regulador divulgou esta manhã um balanço sobre a implementação da rede 5G em que conclui que ela está instalada em 64% dos concelhos e apenas 28% das freguesias do país. Afirma ainda que apenas 13% das freguesias de baixa densidade estão cobertas.

“Estar a analisar à luz do que falta fazer é aquela lógica do copo meio vazio e copo meio cheio. No caso do regulador, quando se trata das empresas do setor, olha sempre para o copo meio vazio”, considera Miguel Almeida. “O regulador, como é habitual na sua forma de atuar, pega no negativo. É uma forma inaceitável de estar num regulador cuja principal missão e responsabilidade é promover o setor, é garantir o investimento sustentável e a concorrência, não é denegrir o setor”, acentua.

“O leilão, por incompetência e inoperância do regulador, demorou quase um ano. Passaram seis ou sete meses e no caso da NOS estamos a falar de praticamente duas mil estações, à data dos números reportados, porque hoje já são mais. Estamos a falar de uma cobertura 80% em seis meses. Estaríamos mais à frente se não fosse o atraso do regulador”, considera o CEO da Nos.

Nos defende adiamento de obrigações de cobertura para 2023

Miguel Almeida considera que o atraso no leilão de espetro do 5G deveria levar também a um adiamento das obrigações de cobertura previstas para o próximo ano, que foram definidas ainda em 2020. Uma posição já assumida pela Vodafone.

“As obrigações de cobertura foram definidas na perspetiva de que o leilão estaria terminando e a exploração comercial estaria a arrancar no primeiro trimestre de 2021. No nosso caso, existem obrigações de cobertura já para o final de 2023. Ora o próprio regulador atrasou o processo um ano. Seria expectável que, pelo menos nas obrigações de 2023, houvesse um ajuste, correspondente ao atraso na atribuição de espetro”, defendeu o CEO da Nos.

O presidente executivo da Nos considera que a iniciativa “deveria partir do próprio regulador e do Governo”. “Não estou habituado a que isso acontece. Vamos ter de nos mexer para que isso aconteça“, afirmou, salientando, no entanto, que “há outros que estão mais atrasados”.

Miguel Almeida diz que a ambição da Nos é até ao final de 2023 estar muito perto da cobertura integral do país”. “O facto de já termos chegado a 80% diz muito”, sublinhou, assinalando, no entanto, que “os últimos 20% representam um esforço muito significativo, no que falta deste ano e sobretudo no próximo”.

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