Importações e exportações disparam mais de 40%. A culpa é da inflação

  • Joana Abrantes Gomes
  • 11 Julho 2022

Crescimento das importações (46,4%) e das exportações (40,6%) acelerou em termos nominais à boleia do aumento dos preços, avançou o INE.

As exportações e importações de bens aumentaram mais de 40% em maio, em termos homólogos — uma variação nominal que, em mais de metade, resulta do aumento dos preços, segundo os dados publicados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

As exportações tiveram um crescimento homólogo de 40,6%, enquanto as importações aumentaram 46,4% face a maio de 2021. O défice da balança comercial de bens agravou-se, assim, em 976 milhões de euros, para 2.421 milhões de euros.

Taxa de variação homóloga das exportações

Fonte: INE

O INE refere que os fornecimentos industriais se destacaram entre os produtos mais vendidos e mais comprados por Portugal ao exterior em maio, registando acréscimos de 60,3% e 38,6%, respetivamente, “com especial incidência nas exportações de produtos farmacêuticos”.

Nas importações de combustíveis e lubrificantes, também houve um aumento significativo (+147,8%), explicado em parte pelas transações de gás natural, como também pela subida do preço destes produtos no mercado internacional.

Quando excluídos os combustíveis e lubrificantes, as exportações aumentaram 35,3% face a maio de 2021, ao passo que as importações subiram 34,4% (+12,6% e +18,5%, pela mesma ordem, em abril de 2022), indica o gabinete nacional de estatística.

Comparando com o mês anterior, abril de 2022, as exportações cresceram 19,9% e as importações aumentaram 13,7%. A nível trimestral – entre março e maio deste ano -, o crescimento das exportações e importações foi de 23,3% e 35,3%, respetivamente, face ao mesmo período de 2021.

Aumento das importações volta a pesar na balança comercial

Em maio, o défice da balança comercial portuguesa (exportações menos importações) aumentou 976 milhões de euros, para 2.421 milhões de euros, face a igual período de 2021, penalizado novamente por uma subida das importações superior ao crescimento das exportações. Ainda assim, na comparação com o mês anterior, houve uma diminuição de 47 milhões de euros.

“Excluindo os combustíveis e lubrificantes, em maio de 2022, o saldo da balança comercial totalizou menos 1.300 milhões de euros, correspondente a um aumento do défice em 296 milhões de euros face a maio de 2021”, indica ainda o INE.

Quanto aos principais países clientes e fornecedores em maio, destaca-se o aumento das transações com Espanha (+32,3% nas exportações e +39,0% nas importações), sobretudo de fornecimentos industriais em ambos os fluxos e nas importações de combustíveis e lubrificantes.

Ao mesmo tempo, destaca-se o acréscimo das exportações para os Estados Unidos (+180,0%), maioritariamente fornecimentos industriais, com especial incidência nos produtos farmacêuticos.

(Notícia atualizada às 12h)

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