Capitais têm visto crescimento no PIB mais rápido que outras regiões nos países da UE
As regiões que englobam as capitais europeias "fortaleceram a posição enquanto centros de atividade económica e inovação", conclui um relatório do Banco Europeu de Investimento.
A coesão na Europa tem melhorado, mas existem ainda divergências entre o nível de crescimento económico das várias regiões. Analisando os vários países, é possível perceber que as regiões das capitais têm crescido a um ritmo mais rápido, bem como fortalecido as posições como centros de atividade económica, conclui um relatório do Banco Europeu de Investimento (BEI).
“Alto crescimento nas regiões menos desenvolvidas, nomeadamente na Europa Central e Oriental, tem sido fundamental para impulsionar a convergência no produto interno bruto (PIB) per capita“, começa por notar o relatório sobre coesão regional na Europa 2021-2022. No entanto, “várias regiões de rendimento médio, especialmente no Sul da Europa, foram fortemente atingidas pela crise económica e financeira que começou em 2008 e que desde então têm experienciado estagnação”, reconhecem.
Neste panorama, os grandes centros urbanos, em particular as regiões capitais, têm tido uma melhor performance. “As regiões das capitais tiveram um crescimento mais rápido do PIB per capita e normalmente fortaleceram a posição enquanto centros de atividade económica e inovação”, refere o relatório.
Olhando para o caso português, Lisboa encaixa na categoria das regiões mais desenvolvidas, com um PIB per capita acima de 100% da média da União Europeia. O Algarve encaixa nas regiões de transição, entre 75% e 100% da média da UE, enquanto as restantes regiões do país se encontram todas na categoria das menos desenvolvidas (a menos de 75% da média da UE).
Esta categorização é feita já que a disponibilidade de cofinanciamento difere por tipo de região, com as regiões menos desenvolvidas a terem acesso a mais apoio financeiro.
Olhando do ponto de vista laboral, as “disparidades de capital humano entre as regiões da capital e as restantes também aumentaram na maioria dos Estados-Membros”, nota o BEI.
O relatório analisa ainda os riscos da automação, que verifica serem mais altos nas regiões menos desenvolvidas. Por outro lado, regiões que não fazem parte da coesão tendem a ter percentagens mais baixas de empregos em risco de serem automatizados. “Isto reflete uma taxa mais alta de emprego qualificado e menos rotineiro nas regiões mais desenvolvidas”, sinalizam, já que estes tendem a ser menos suscetíveis a automação.
Esta tendência encontra-se em particular nas regiões das capitais, onde “muitos destes trabalhos se concetram”, e que na sua maioria mostram um nível de risco mais baixo.
Tendo em conta que diferenças entre as regiões da UE permanecem, o BEI está “pronto a ajudar as regiões europeias a evitar que os choques económicos se transformem em retrocessos duradouros e a corrigir desequilíbrios ainda mais exacerbados pela guerra”, através dos instrumentos de financiamento personalizados e serviços de consultoria, salienta Lilyana Pavlova, vice-presidente do BEI, citada em comunicado.
Entre as conclusões deste relatório, é de destacar também que a crise da Covid-19 fez sobressair “lacunas pré-existentes e os riscos de ampliação de divergências entre as regiões da UE”. Ainda assim, “as políticas de apoio foram fundamentais para mitigar as consequências económicas imediatas do choque da Covid-19 e desempenharão um papel crucial na resposta às consequências da guerra”, sinalizam.
Contudo, a distribuição dos apoios não foi igual em todas as regiões. “As empresas em regiões de transição eram menos propensas a beneficiar de subsídios (28%) em comparação com aquelas nas regiões menos desenvolvidas (40%) e fora da coesão (37%)”, alertam.
No relatório do BEI, defende-se também que “para impulsionar o crescimento e a convergência futuros, as lacunas de investimento em infraestrutura precisam de ser abordados de maneira mais favorável ao clima e os ecossistemas de inovação precisam ser fortalecidos para estimular a inovação interna em toda a União Europeia”. Assim, o “investimento em competências é crucial para apoiar a inovação e facilitar a transformação a nível local, garantindo ao mesmo tempo que as pessoas não são deixadas para trás pelas mudanças estruturais”, concluem.
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