BRANDS' TRABALHO Diversidade e Inclusão: a importância da Inteligência Cultural

  • PESSOAS + EY
  • 12 Julho 2022

Há cada vez mais equipas multiculturais no seio das Organizações, tornando-se importante a inteligência cultural. Saiba o que é e como a desenvolver.

A Diversidade e Inclusão é um tema da ordem do dia. Não apenas pela imposição legal que privilegia a contratação de pessoas com deficiência (Lei n.º 4/2019, de 10 de janeiro), ou até a legislação de igualdade salarial (Lei 60/2018, de 21 de agosto) que poderá sujeitar as empresas infratoras a coimas. Mas, também, porque são cada vez mais as empresas que apoiamos nesta missão de tornar o mundo do trabalho mais atento ao que cada pessoa tem de melhor.

Os famosos nómadas digitais, os movimentos migratórios fruto de conflitos e catástrofes naturais e até a crescente implantação de shared services em Portugal por parte de grandes empresas são alguns dos fatores que aceleram a criação de equipas cada vez mais multiculturais no seio das Organizações.

 

Aos já conhecidos desafios geracionais das Organizações acrescem assim os desafios culturais, para os quais é crítico o desenvolvimento de Inteligência Cultural (IC). Estamos conscientes da existência deste tipo de Inteligência?

Inteligência Cultural

A Inteligência Cultural, também denominada Quociente Cultural (QC), refere-se à habilidade de uma pessoa se adaptar e trabalhar eficazmente em diferentes ambientes e situações culturais caracterizadas pela diversidade cultural.

Quais os benefícios da Inteligência Cultural?

  • Resultados & Performance – É amplamente sabido que equipas diversas geram novas perspetivas, impulsionando a inovação. Há até estudos que atestam que equipas etnicamente diversas são mais propensas à superação dos objetivos financeiros em comparação com equipas não diversas. A diversidade cultural importa. E nos números também.
  • Client Centricity – A par dos cuidados a ter na condução de negociações internacionais, há já universidades que contemplam nos seus planos formativos disciplinas como intercultural business. A capacidade de desenvolver negócios em diferentes contextos culturais, refletindo a multiculturalidade nas suas próprias equipas, impacta a capacidade das Organizações fidelizarem os seus próprios clientes. É o caso de várias empresas de retalho que acreditam que a diversidade e inclusão são positivas para as pessoas e para o negócio. Permitem, assim, aos clientes que visitam uma loja, independentemente da sua cultua, sentirem-se culturalmente identificados na interação com equipas que espelham essa diversidade.

"A capacidade de desenvolver negócios em diferentes contextos culturais, refletindo a multiculturalidade nas suas próprias equipas, impacta a capacidade de as Organizações fidelizarem os seus próprios clientes.”

Catarina Ciríaco

Senior Consultant EY, People Advisory Services

  • Aumentar o sucesso dos Assignments Internacionais – A IC potencia os resultados de programas de rotação internacional, ou até a assunção de funções internacionais. Estudos em mobilidade indicam que parte do insucesso ou regresso antecipado destes colaboradores ao país de origem se deve à falta de formação cultural.
  • Lideranças do Futuro – A par do famoso QI e da Inteligência Emocional, a Inteligência Cultural será cada vez mais uma competência core para líderes globais e do futuro, no qual uma workforce multicultural e a liderança de equipas com colaboradores em pontos distintos do mundo a trabalhar remotamente serão realidades mais comuns.

Como desenvolver a Inteligência Cultural nas Organizações?

  • Cultura – através do desenvolvimento de uma cultura que consciencialize a Organização para a importância da Inteligência Cultural, preparando aqueles que têm desafios interculturais de forma mais direta para darem o seu testemunho. É importantíssimo que esta seja uma prioridade da liderança de topo e que a ligação entre a mesma e a estratégia seja clara para os colaboradores.
  • Formação – através da formação preparatória daqueles que partem em assignments internacionais, mas também das equipas que acolhem. Adicionalmente, a capacitação transversal da Organização em Inteligência Cultural permitirá elevar a confiança e colaboração em equipas culturalmente diversas, capitalizando a diversidade para a obtenção de resultados e inovação, desafiando crenças limitadoras inconscientes e incentivando o comportamento culturalmente informado e a curiosidade cultural.
  • Recrutamento – através do reforço da equipa com colaboradores com esta habilidade. Atualmente, a IC é cada vez mais trabalhada pelas novas gerações quer em âmbito académico, quer extracurricular a partir de experiências como Erasmus, double degree ou master internacional ou experiências de voluntariado internacional.

Falhas de comunicação, equipas pouco coesas, aumento do nível de turnover, perda de clientes e até colocar em causa o sucesso de fusões e aquisições, são alguns dos riscos aos quais as Organizações com baixos níveis de Inteligência Cultural estão expostas.

"O desenvolvimento da Inteligência Cultural requer o investimento de tempo e recursos”

Catarina Ciríaco

Senior Consultant EY, People Advisory Services

O desenvolvimento da Inteligência Cultural requer o investimento de tempo e recursos. Contudo, os frutos serão não só notados na performance financeira das empresas, mas também na capacidade da Organização vencer a guerra do talento, uma vez que os ambientes multiculturais são cada vez mais valorizados pelas novas gerações. Esta será assim uma vantagem competitiva das Organizações que pretendem preparar a sua workforce para as formas de trabalhar do futuro e destacar-se num mercado global e altamente competitivo.

Texto por Catarina Ciríaco, Senior Consultant EY, People Advisory Services

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