FMI vai rever em baixa perspetivas de crescimento económico
Em abril, o FMI previu um crescimento de 3,6% do PIB mundial este ano e em 2023. Mas muitos "riscos materializaram-se e as múltiplas crises que o mundo enfrenta intensificaram-se”, avisa Georgieva.
As perspectivas económicas globais estão ensombradas, disse esta quarta-feira a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, que anunciou que a instituição irá cortar, no final do mês, as perspetivas de crescimento para este ano e 2023.
Num artigo divulgado na página do FMI, Kristalina Georgieva cita entre os principais motivos a guerra na Ucrânia e os “choques de preços de mercadorias”, assinalando que a instituição planeia emitir “mais um corte” para as previsões de crescimento “para 2022 e 2023” no final deste mês. O artigo é publicado antes da reunião dos ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais do G20, agendada para sexta-feira e sábado, em Bali, na Indonésia.
“Quando o G20 se reuniu pela última vez em abril, o FMI tinha revisto em baixa a previsão de crescimento global para 3,6% para este ano e o próximo, e alertávamos que poderia piorar devido a potenciais riscos negativos no futuro”, escreve Georgieva. “Desde então, muitos desses riscos materializaram-se e as múltiplas crises que o mundo enfrenta intensificaram-se”, continua.
Para a responsável do FMI, a inflação está acima do esperado e alerta que pode “acender tensões sociais” nos países afetados. “Continuou a tendência para um crescimento mais lento e inflação elevada”, lê-se no documento, citando a guerra na Ucrânia como fator de influência, mas também as novas medidas de contenção tomadas na China para combater a propagação da pandemia ou o aperto das políticas monetárias dos bancos centrais de países como os Estados Unidos.
Entre as principais preocupações, o FMI está também alarmado com a insegurança alimentar que está “a escalar rapidamente”, com os impactos mais graves nas populações mais pobres.
A instituição defende o “multilateralismo” e toma como exemplo o cancelamento das restrições recentemente impostas às exportações de alimentos. “Também é necessária uma cooperação internacional contínua para acabar com a pandemia, alcançar emissões líquidas zero (dióxido de carbono) até meados do século, apoiar economias vulneráveis e reformar a tributação internacional das empresas”, acrescenta.
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