Tsipras alerta contra “clube fechado dos poderosos” na UE
O primeiro-ministro grego diz que a Europa atravessa “uma crise de orientação”. “Seria melhor falar de uma Europa com mais possibilidades de escolha em vez de uma Europa a várias velocidades”, diz.
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, advertiu hoje que “um clube fechado dos poderosos” na União Europeia (UE) poderá comprometer “o acervo europeu” e provocar “eventualmente uma divisão de facto” dos 27 países-membros.
Numa altura em que a Europa atravessa “uma crise de orientação”, “seria melhor falar de uma Europa com mais possibilidades de escolha em vez de uma Europa a várias velocidades”, escreve Alexis Tsipras, num artigo publicado no diário Efimerida ton Syntaktón (esquerda).
O chefe do Governo grego responde à tendência expressa na sexta-feira na cimeira da EU, em Bruxelas, pela Alemanha e pela Franca, que defenderam a existência de uma Europa a “várias velocidades” para ultrapassar a prova da saída do Reino Unido da União (‘Brexit’).
“Minar a solidariedade entre os países-membros é um indício preocupante para a coesão europeia (…), que mostra a perda de confiança no modelo europeu”, sublinhou Tsipras.
O primeiro-ministro grego defendeu que “é preciso abandonar qualquer ideia de um ‘clube’ dos poderosos, que terá as suas regras internas próprias, (…) e de um núcleo de fora da zona euro onde os outros países serão colocados obrigatoriamente numa órbita de satélite”.
“Um modelo em que os fortes estabelecem as suas regras” e o resto segue ou sai “não pode ser aceite”, disse Tsipras.
O primeiro-ministro grego declarou-se a favor da cooperação no seio das atuais instituições.
“A cooperação na UE deve começar pelo nível de cooperação reforçada que existe. É preciso abandonar qualquer ideia de dividir as instituições atuais como a Zona Euro ou o espaço Schengen”, escreveu.
Tsipras também reivindicou um “papel destacado” para a Grécia no debate sobre o futuro da UE por ser dos países que mais sofreu com as duas crises que têm afetado a União Europeia nos últimos tempos: a económica e a dos refugiados.
O dirigente grego culpou “a austeridade e as limitações orçamentais rigorosas” por terem alargado o fosso entre as economias europeias e terem danificado “a coesão social”, tendo acusado as tendências “xenófobas” e o “euroceticismo” pela não aplicação dos compromissos alcançados em Bruxelas em relação aos refugiados.
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