Presidente do Montepio escreve aos colaboradores a tranquilizá-los
José Félix Morgado assina um comunicado distribuído aos colaboradores onde procura tranquilizá-los sobre a situação do banco: diz que o alerta do Banco de Portugal "não reflete a situação em 2016".
O presidente do Montepio não perdeu tempo. No primeiro dia de trabalho depois da notícia do Expresso — que dá conta de uma avaliação do Banco de Portugal onde é assinalado o perfil de “risco elevado” do banco — José Félix Morgado enviou um comunicado aos colaboradores para os tranquilizar. Félix Morgado fez questão de garantir aos trabalhadores que as fragilidades identificadas se reportavam a 2015.
No comunicado interno do conselho de administração do Montepio, assinado pelo próprio José Félix Morgado, e a que o ECO teve acesso, a gestão tenta desvalorizar a notícia e repete os argumentos já expostos no comunicado enviado às redações no sábado.
O presidente do banco esclarece que a carta citada pelo jornal é “uma versão preliminar de decisão final” e sublinha que o banco já respondeu à carta, esclarecendo “situações ultrapassadas ao longo de 2016”.
Para demonstrar que a avaliação feita pelo regulador já não reflete o “quadro atual” do banco, Félix Morgado cita um parágrafo da carta, onde o regulador diz que “foi considerada a informação de natureza prudencial com referência a 31 de dezembro de 2015”.
"É claro que a carta em causa toma como data referência 31 de dezembro de 2015, sem prejuízo de alguns elementos posteriores que, tendo sido avaliados possam ter sido considerados pelo Banco de Portugal. É também claro que a situação reportada na notícia não reflete a situação em 2016 e, portanto, o quadro atual.”
“É claro que a carta em causa toma como data referência 31 de dezembro de 2015, sem prejuízo de alguns elementos posteriores que, tendo sido avaliados possam ter sido considerados pelo Banco de Portugal”, assinala o presidente do Montepio, em negrito. “É também claro que a situação reportada na notícia não reflete a situação em 2016 e, portanto, o quadro atual”, soma, ainda em negrito.
De seguida, Félix Morgado recorda que ainda em 2015 o banco reviu os procedimentos, controlo e governo internos, “tendo sido implementados até ao final de 2016 um conjunto de ações que robusteceram o sistema de controlo interno e das quais o Conselho de Administração deu nota ao Banco de Portugal na resposta à audiência prévia antes referida”. E garante: “Essa mesma evolução vem sendo reconhecida pelo regulador.”
“De referir, por último, a falta de ética e profissionalismo, de quem a coberto do anonimato continua a desprezar o dever de sigilo e reserva sobre os assuntos internos da nossa instituição, desrespeitando a Lei bem como o trabalho e esforço diário de todos os trabalhadores do Montepio prosseguindo, por certo, interesses próprios que não os da instituição”, remata o presidente do banco.
No sábado, na sequência da publicação da notícia, fonte oficial do Montepio já tinha reagido em comunicado enviado às redações, garantindo que as falhas identificadas pelo regulador já foram corrigidas. O ECO procurou confirmar junto do regulador se as fragilidades identificadas se reportavam a 2015 e se já foram ultrapassadas. Contudo, ainda não foi possível obter resposta.
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