Cork Supply compra duas empresas e constrói nova fábrica em Santa Maria da Feira
Fundado e liderado pelo alemão Jochen Michalski, o segundo maior grupo corticeiro português, que fatura 132 milhões de euros e tem sede em Santa Maria da Feira, fechou aquisições em França e Portugal.
Especialista em rolhas naturais e técnicas para vinhos e espumantes, a Cork Supply acaba de comprar duas empresas para crescer no mercado francês de vinhos tranquilos e dos espumantes, e também para reforçar a aposta no segmento dos espirituosos, num investimento conjunto avaliado em oito milhões de euros.
A Bouchons Abel, que fatura 5,5 milhões de euros e que se dedica ao acabamento e comercialização de rolhas naturais e técnicas em França, Espanha, Suíça e Alemanha, passa a estar a 100% nas mãos do grupo sediado em São Paio de Oleiros, Santa Maria da Feira (distrito de Aveiro), mas que foi fundado em 1981 na Califórnia (EUA).
No concelho vizinho de São João da Madeira, este que é o segundo maior grupo corticeiro português e o terceiro a nível mundial comprou 75% do capital da Legnokaps, que vende perto de três milhões de euros por ano. A fábrica de cápsulas de madeira (bartops) — especialidade em que a concorrente Amorim também investiu este ano, aliando-se à família Ribeiro — passa para o universo da Cork Supply, mas vai continuar a ser liderada pelo sócio fundador, André Neves.
“Não podemos deixar de investir, mesmo em épocas de incerteza. Temos a ambição de crescer em áreas e mercados estratégicos e estas duas empresas vão ajudar-nos a consolidar a nossa estratégia assente na qualidade e na presença de mercados geográficos e em áreas de negócio de elevado potencial”, frisou o presidente, Jochen Michalski, que nasceu na Alemanha e veio com a família para Cascais com apenas cinco anos.
Com fábricas em São Paio de Oleiros, Rio Meão, São João de Ver e Montijo, a Cork Supply fechou o último exercício com um volume de negócios de 132 milhões de euros, dos quais perto de 97% são feitos fora de Portugal. Emprega um total aproximado de 520 pessoas (360 em Portugal) e exporta para mais de três dezenas de países, com destaque para os EUA, Espanha, Itália e França.
Não podemos deixar de investir, mesmo em épocas de incerteza.
No capítulo industrial prepara-se para acrescentar ao portefólio uma nova fábrica com 3.000 metros quadrados para a Talis, a marca de rolhas capsuladas (bartops). Em comunicado, o grupo contabiliza um investimento de cinco milhões de euros para aumentar a capacidade de produção e expandir o negócio, prevendo inaugurar em 2024 esta nova unidade produtiva, situada na freguesia feirense de São João de Ver.
Em 2021, as exportações portuguesas de cortiça atingiram um valor recorde de 1.133 milhões de euros, um crescimento de 12% face a 2020 e de 7% relativamente a 2019, segundo os números divulgados pela Associação Portuguesa da Cortiça (APCOR), liderada por João Rui Ferreira. A indústria prevê atingir em 2030 a meta dos 1.500 milhões de euros de vendas ao exterior.
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