Exposição à Rússia não põe em causa solvabilidade das seguradoras do Montepio, diz ASF
A ASF mantém que a Lusitania, detida pelo grupo Montepio, está plenamente autorizada ao exercício da atividade seguradora e a operar em condições normais de mercado.
A ASF, entidade reguladora do setor segurador, acompanhou a evolução dos investimentos em ativos de origem russa realizados pelas seguradoras Lusitania, parte do grupo Montepio, concluindo que “a sua dimensão não colocou em causa que a empresa regressasse a margens de solvência acima do exigido, como atualmente se verifica”.
Em relação à solvabilidade mínima exigida às seguradoras, o supervisor afirma em comunicado que as medidas tomadas pela empresa, em resposta às instruções da ASF, na sequência da declaração de declaração de insuficiência de capitais registadas em fevereiro deste ano, “permitem que a Lusitânia Vida apresente um rácio de solvência superior a 130%, cumprindo assim os requisitos exigidos”.
A Lusitânia Vida, Companhia de Seguros, registou um incumprimento do requisito de capital de solvência a 7 de fevereiro de 2022. Nesse seguimento, a empresa de seguros tornou-se objeto de acompanhamento permanente pela parte da ASF, mantendo-se plenamente autorizada ao exercício da atividade seguradora e a operar em condições normais de mercado.
A Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) garantiu que não existe qualquer “buraco” nas seguradoras do grupo. Em declarações à Lusa, fonte oficial da AMMG garantiu que “não existe qualquer ‘buraco’” nas seguradoras do Grupo Montepio. “O processo de monitorização destes títulos centra-se na avaliação da evolução dos preços dos mesmos, uma vez que não se conseguem vender dadas as limitações impostas sobre ativos russos”, indica.
O comunicado da ASF surge no seguimento de uma notícia publicada no Público, indicando um elevado volume de exposição a empresas russas. Nos primeiros cinco meses deste ano, a Lusitânia Seguros e a Lusitânia Vida, que integram as companhias de seguros do grupo Montepio, perderam 160 milhões de euros em capitais próprios, de acordo com o jornal. Estas perdas refletem, em parte, o impacto da sua exposição a empresas russas do setor da indústria pesada, como a Gazprom e a Novolipetsk.
A área seguradora do Montepio tem uma exposição superior a 20 milhões de euros a empresas russas, sendo que a informação divulgada mostra que o rácio da margem de solvência das seguradoras caiu para 80%, abaixo do limite mínimo imposto de 100%.
Em junho, as carteiras de títulos registaram um agravamento das menos valias, explicada em parte pelos efeitos na economia da pandemia de Covid-19, e da invasão da Ucrânia pela Rússia, e subsequentes sanções económicas contra Moscovo.
(Notícia atualizada às 20h28 com declarações da AMMG)
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